segunda-feira, 29 de novembro de 2010

MANIFESTO DE CARGA MORAL

Quando o transatlântico Titanic fragorosamente afundou, em 1912, houve rumores de que havia em sua carga uma fortuna em dinheiro, joias e ouro. Era um mito. Quando o manifesto de carga do navio foi descoberto, estava ali registrado que a carga consistia apenas de matérias-primas: linho, palha, peles de animais, peças de carros, couro, elásticos, perucas e equipamentos de refrigeração.

A vida também é semelhante. Algumas pessoas são reverenciadas e honradas pela riqueza e poder que possuem, até que o “manifesto de carga” de seu patrimônio moral seja finalmente revelado.

Há tão fartos exemplos na vida, tão exaustivamente esmiuçados, que se torna desnecessário voltar a mencioná-los. Mas, infelizmente, há de se fazer notar que, como resultado de uma equivocada inversão de valores, não poucas pessoas acham que alguém deva ser honrado e reverenciado simplesmente por ser rico e poderoso, mesmo que seja ímpio e reprovável.

Por outro lado, se uma pessoa vive uma vida honrada e bem disciplinada, é considerada por muitos como menos digna de consideração, se for pobre. Mas com o tempo, quando o “manifesto de carga” moral de cada um é encontrado, revela finalmente qual vida contém algo de valor duradouro, ou nada que valha a pena.

Como podemos avaliar o significado de nossas vidas e o tesouro que elas contém? Todos sabemos que bem no fundo do nosso ser algo nos diz que tal coisa não pode ser medida em termos de riqueza, fama ou poder.

Jesus ensina que uma pessoa é conhecida pelas suas atitudes na vida: “Pelos seus frutos os conhecereis. Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus” (Mt 7.16,17).

Conta-se a história de uma dedicada serva de Deus que, embora frágil, tinha forças para cuidar dedicada e amorosamente de doentes terminais de várias moléstias. Um rico proprietário de uma companhia de petróleo, que a visitava e queria destinar uma generosa doação àquele fim, lhe disse: “Irmã, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo”. Ao que a franzina mulher respondeu: “Nem eu”.

O “manifesto de carga” da sua vida demonstrou que o seu tesouro era servir aos outros e isso não tinha preço.

Há pessoas que tentam a todo custo alardear suas virtudes e acabam por se tornar alvos fáceis do patrulhamento de gratuitos plantonistas da virtude, que procuram mostrar somente seus defeitos, o pior “manifesto de carga” possível, como se nada mais houvesse de bom ou valoroso naquela vida.

Os discípulos de Jesus gastavam muito tempo tentando descobrir qual deles seria o maior. Jesus falou-lhes repetidas vezes que o maior dentre eles seria quem mais servisse, não o contrário. E acrescentou dizendo que Satanás havia reclamado o direito de “peneirá-los como trigo”, mas que Ele mesmo havia orado, especialmente por Pedro, para que a sua fé não desfalecesse quando o “manifesto de carga” moral da sua vida fosse finalmente demonstrado (Lc 22.31).

Essa peneiração tinha o sentido de deixar cair o trigo (o bom de suas vidas) e soltar ao vento toda a palha (o que não prestava). Os discípulos aprenderam essa dura lição e, tempos depois, puderam demonstrar ao mundo o tesouro de valores morais e espirituais que Jesus construíra em suas vidas.

Há situações em que ninguém encontrará nada de errado numa vida, mas mesmo assim dará um jeito de criar situações embaraçosas. Foi assim com Jesus. Por inveja enviaram soldados para prendê-lo, mas estes voltaram dizendo: “Jamais alguém falou como este homem” (Jo 7.46). O “manifesto de carga” moral da Sua vida dizia que Ele era digno e santo: “Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca” (1 Pe 2.22).

Foi assim também com Daniel, que tinha uma alta posição na corte de Babilônia. Quando o reino babilônico caiu, conquistado pelo medo-persa Dario, este queria colocá-lo como primeiro-ministro. “Então, os presidentes e os sátrapas procuravam ocasião para acusar a Daniel a respeito do reino; mas não puderam achá-la, nem culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa” (Dn 6.4).

Então eles forjaram uma lei que ordenava que por trinta dias ninguém poderia pedir coisa alguma a nenhuma outra pessoa ou deus, só ao rei. Então, a “CPI Babilônica” achou a única acusação contra Daniel: ele orava a Deus três vezes ao dia.

O julgamento da História é implacável. O “manifesto de carga” moral de uma vida será a palavra final do tipo de tesouro que representou toda a sua existência.

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/

sábado, 20 de novembro de 2010

Faltam 191 dias para o Centenário!




Uma gota que faz a diferença

Há uma década, a cidade de Hong Kong foi invadida por pôsteres que mostravam uma única gota caindo em uma piscina, trazendo uma frase: “Hong Kong contra a corrupção”. A mensagem da campanha era que a integridade ou a desonestidade permeia a cidade em cada pessoa. Em outras palavras, é fácil se comprometer com pequenas coisas porque elas parecem não fazer diferença numa sociedade de grandes dimensões.

Parece estranho que a indignação que geralmente toma conta da sociedade brasileira face as constantes notícias de corrupção esteja paulatinamente diminuindo. A decepção que deveria ser cada vez maior, aparece cada vez menos. Será que a sociedade está sendo permeada pela desonestidade?

Sempre temos algum sinal de que nem tudo está perdido. Há sempre uma diferença que uma gota pode fazer, quando cada pessoa que anseia por mudança, que deseja ardentemente por justiça, que luta pelo direito de construir uma sociedade saudável, que expresse desaprovação moral por comportamentos socialmente perniciosos, que embora se sinta apenas “uma gota”, sabe que pode contribuir para estabelecer uma sociedade virtuosa.

Mas como construir uma sociedade virtuosa? Uma sociedade que prima pela virtude só pode ser criada por pessoas virtuosas, cujas consciências individuais preservam o comportamento e o mantém responsável. Sem a consciência da virtude, uma sociedade só pode ter um relativo controle se usar a coerção em larga escala. Mas até mesmo a coerção falha, em última instância, pois nunca haverá força policial suficiente para manter os olhos em cada indivíduo.

Assim, se somos uma sociedade com cerca de 190 milhões de pessoas, cada uma deveria, em tese, ser uma consciência em guarda. Como geralmente não procedemos assim, não somente temos mais crimes como precisamos sempre de mais policiais nas ruas.

Infelizmente, fala-se muito em justiça social sem levar em conta a virtude particular, o que é errôneo e perigoso. Torna-se inevitável que um povo sem moralidade pessoal falhe em seus esforços de criar moralidade pública. Alguém disse que “não há pecado social sem pecado pessoal”.

A desconexão entre os âmbitos público e particular tem a sua raiz no mito de que o ser humano é essencialmente bom. Numa sociedade em que nenhum estigma moral é permitido, por medo de prejudicar a autoestima de alguém, não é de estranhar que muitos falem superficialmente: “O que o político faz da sua vida particular não importa”. Ou: “Rouba, mas faz”. Ou ainda: “Não importa o que EU faça em minha vida particular”.

Ora, como racionalizar que uma pessoa possa comportar-se como velhaco, mentiroso ou fraudulento na vida particular, e ainda assim confiarmos em sua vida pública?

A base da visão cristã sobre a natureza humana, ensinada por Jesus, é que uma árvore boa produz bons frutos e uma árvore má produz maus frutos. Jesus também disse: “Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; quem é injusto no pouco também é injusto no muito” (Lc 16.10). Em suma, integridade é uma questão de caráter que passa por grandes e pequenas questões, por ações públicas e particulares, e quem falhar nas menores falhará também nas maiores.

Se é fácil se comprometer com pequenas coisas porque elas parecem não fazer diferença numa sociedade de grandes dimensões, alguém pode pensar: “Por que não alterar a verdade, não maquiar os relatórios de despesas, não utilizar o horário de trabalho para coisas pessoais? Por que não, se todo mundo faz? Ora, sou apenas uma gota!”

Na verdade, nem todo mundo faz, talvez só uma minoria de aproveitadores. Talvez a maioria esteja calada e impassível, porque cada pessoa pode estar pensando que é apenas “uma gota”. Como disse Edmund Burke: “Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco. Para que o mal triunfe só é preciso que os bons não façam nada”.

Precisamos, sim, continuar nutrindo um firme sentimento do que é certo e errado, segundo os padrões morais bíblicos, aliado a uma inabalável determinação para colocar adequadamente em ordem a nossa própria vida. A partir daí, poderemos pensar em mudar a sociedade.

Você é apenas “uma gota”, assim como eu. Se nos juntássemos, formaríamos uma torrente que finalmente lavaria a alma da nossa nação!

Gunnar Vingren e Daniel Berg, “duas gotas” apenas, trouxeram a mensagem do evangelho pentecostal ao Brasil. Ontem, na Escadinha, comemoramos o Centenário de sua chegada. Só a eternidade dirá todo o bem que fizeram ao Brasil, pois, pela sua obediência, milhões de vidas foram salvas.

Seja também “uma gota” que faz a diferença!


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Centenário da Chegada dos Pioneiros

O dia 19 de novembro de 1910 é um marco da ação de Deus em Belém do Pará e no Brasil. Naquele dia, provenientes dos Estados Unidos no navio a vapor Clement, os suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg desembarcaram em Belém, na Escadinha da Estação das Docas, em obediência a uma expressa chamada de Deus. Eles não sabiam falar a língua pátria, não tinham dinheiro, não podiam contar com amigos nem instituições de apoio; em suma, não tinham nenhuma garantia. Mas, com a ajuda de Deus, lançaram as bases do maior Movimento Pentecostal do mundo e fundaram, em Belém, a Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Brasil.

Na próxima sexta-feira, dia 19, às 17h, todos os assembleianos estarão irmanados na comemoração do Centenário da Chegada de Gunnar Vingren e Daniel Berg ao Brasil, no mesmo lugar onde os pioneiros desembarcaram.

Gunnar Vingren, no livro Diário do Pioneiro, assim descreve a chegada: “Quatorze dias após havermos saído de Nova Iorque, chegamos ao Pará. Era o dia 19 de novembro de 1910. O navio ficou fora do porto, e uma pequena embarcação nos transportou até o cais. (...) Quando desembarcamos, não havia ninguém para nos receber, mas acompanhamos as pessoas que iam para a cidade e confiamos que o Senhor iria nos guiar. (...) Chegamos a um parque e nos sentamos em um banco. Oramos a Deus, pedindo a sua ajuda e direção.”

Daniel Berg, no seu livro de memórias Enviado por Deus, assim relata: “No dia 19 de novembro de 1910, avistamos a cidade de Belém, no Estado do Pará. Estávamos ansiosos por conhecer a terra para a qual o Senhor nos enviara. Todos os passageiros tinham pressa em desembarcar. Parentes e amigos os esperavam no cais. Porém nós não tínhamos ninguém. (...) E começamos a andar até alcançarmos o jardim de uma praça. Sentamo-nos em um banco e oramos ao Senhor para que nos mostrasse o caminho que devíamos seguir. Começava a escurecer.”

Gunnar Vingren morreu cedo, em 1932, e não pôde presenciar a fase maior do crescimento da obra. Daniel Berg, porém, participou das festividades dos cinquenta anos da Assembleia de Deus no Brasil, o Jubileu de Ouro, e vivenciou boa parte de sua expansão.

O que ambos não podiam jamais imaginar era que, começando no Norte do Brasil, nasceria o Movimento Pentecostal que não somente alcançaria todos os rincões dessa grande nação, mas também se expandiria para todos os continentes e alcançaria quase todos os países do globo.

Qual é a razão desse sucesso? Como conseguiram lançar as bases de um movimento que cresce a cada dia?

Penso que os pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg entenderam, como poucos, o chamado de Jesus a todos os crentes: “Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19-20).

Eles certamente entenderam que Jesus não os mandou criar estruturas pesadas e inoperantes, tampouco subscreveu complicadas estratégias de administração. Assim, a estratégia desses pioneiros era a mesma propugnada por Jesus, de modo que a Assembleia de Deus foi criada e cresceu sob a égide de uma só planificação: ide e fazei discípulos, no poder do Espírito Santo.

Os pioneiros vieram porque foram enviados por Deus, dependendo unicamente do Seu poder, como está escrito: “Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santos, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”, o que também incluiu Belém do Pará.

Daniel Berg e Gunnar Vingren, mesmo sem as mínimas condições de amparo humano e sem depender de nenhuma proficiência curricular, obedeceram, vieram, trabalharam arduamente, pregaram no poder do Espírito, fizeram discípulos, organizaram igrejas... e cá estamos nós comemorando o Centenário da Chegada desses pioneiros em nossa cidade.

Ao contemplar as conquistas que hoje desfruta a Assembleia de Deus no Brasil, meditando nas dificuldades enfrentadas por aqueles dois heróis pioneiros e por tantos outros que seguiram os seus passos, sentimos uma alegria indizível e temos todos os motivos para nos gloriarmos unicamente no Senhor. Podemos dizer como o profeta Samuel: “Até aqui nos ajudou o Senhor”.

Esse é um momento singular da nossa história. Venha, portanto, comemorar conosco o Centenário da Chegada dos pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg a Belém do Pará, na Escadinha, às 17h do dia 19 de novembro de 2010, e vamos juntos agradecer a Deus pelo Seu grande amor.

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/

domingo, 7 de novembro de 2010

Crise de honestidade brasileira

Há alguns anos contava-se uma anedota a respeito de uma ligação telefônica que caíra erradamente na palácio do governo de um estado brasileiro, num tempo em que os constantes ruídos na linha causavam todo tipo de mal-entendidos:

— Eu gostaria de falar com o Sr. Ernesto, por favor.
— Ligação errada, meu senhor. Aqui não tem ninguém Honesto!

Esse era um tempo em que não havia como medir a honestidade brasileira. Mas é isso que o Ranking da Corrupção Global 2010 tenta medir, indicando que o Brasil saiu da 75º para a 69º posição. Mas isso não é motivo de alegria, pois não houve melhoras, haja vista que outros dez países deixaram de ser avaliados e alguns outros mudaram de posição. Em 2002, o Brasil estava em 70º lugar.

Há algum tempo, a revista Seleções vem trazendo algumas reportagens especiais sobre honestidade, com o título “O quanto somos honestos?”. Essas reportagens são o resultado de uma experiência realizada em vários países.

Em cada país, escolhem dez cidades; em cada uma delas são deixadas, em diferentes lugares como “perdidas”, 10 carteiras com o equivalente a R$ 50 reais em cada, e um cartão com o nome do suposto dono e dois números de telefones para contato, além de fotografias de família, alguns tíquetes e recibos. Em seguida, ficam monitorando para ver quantas carteiras serão devolvidas.
Pois essas mesmas experiências foram repetidas no Brasil, nos Estados Unidos e em outros 12 países da Europa. Com exceção de Noruega e Dinamarca (países onde 100% das carteiras foram devolvidas intactas), o resultado foi surpreendentemente negativo. Em média, cerca de 50% das carteiras “perdidas” não foram devolvidas, inclusive no Brasil.

O resultado das monitorações indicou que as pessoas que “acharam” as carteiras e não as devolveram pertenciam a diferentes classes sociais e possuíam variados níveis de educação. Esse dado é igualmente verdade em relação às pessoas que usaram de honestidade e devolveram as carteiras. Em suma, concluiu-se que honestidade ou desonestidade independe do nível de escolaridade ou da situação social; é algo inerente ao caráter.

Ao lembrar dessas experiências, não deixei de ficar preocupado com a honestidade brasileira, principalmente a dos políticos. Com o fim das eleições, a partir de 2011 teremos uma nova composição do Parlamento. Ora, tem-se como certo que o Parlamento é um extrato da sociedade, é sua síntese, expressando a média da índole nacional.

Assim, ao cruzar esses dados, senti um arrepio na alma, só de pensar que no Congresso Nacional poderíamos ter uma realidade semelhante, um percentual parecido de parlamentares honestos e desonestos. Não, não quero crer que tenha de ser assim, afinal a manipulação desses dados não é uma ciência exata. Mas admitindo que aquelas experiências trazem dados menos voláteis que os das pesquisas de opinião, meu temor pode não ser de todo infundado.

De qualquer modo, a sempre presente crise de honestidade política no Brasil, com não poucos parlamentares envolvidos em todo tipo de corrupção, faz parte de uma outra grande crise, a de ética, que ainda não foi convenientemente apreciada.

O propósito da ética é decidir entre o certo e o errado de se agir numa situação. Sua preocupação principal é a conduta apropriada, considerando as atitudes e os motivos dos quais a conduta resulta. Isso tem a ver com juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal. Isso é verdade relativamente a comportamentos requeridos em determinada sociedade.

O Brasil, a despeito de ser considerado um país “cristão”, está longe de sê-lo. A ética cristã ainda não se instalou na cultura nacional. O “jeitinho brasileiro” e a “lei do Gérson” são dois ícones louvados nas nossas relações sociais e são antíteses da ética. O problema da corrupção em nosso país é apenas um numa longa lista de pecados tolerados.

A questão da honestidade passa pela discussão de uma ética apropriada à nossa visão de mundo, devendo tanto ser um fenômeno da vontade (porque deve se manifestar na vida exterior) como da virtude (pois envolve julgamento e compromisso). Assim, a honestidade só pode andar lado a lado com a ética. Não importa se é uma carteira ou uma mala de dinheiro, não é a ocasião que faz o ladrão, ela apenas o manifesta.

Resta aos brasileiros que decidiram viver uma vida honesta que se esforcem para viver de mãos dadas com a ética cristã, para podermos dar um basta na desonestidade.


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/