sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Uma escolha necessária

Nas plagas amazônicas, conta-se que há formigas que escravizam as outras, numa flagrante metáfora do dilema do comportamento humano. Periodicamente, centenas dessas formigas marcham para fora de seu ninho à captura de colônias de formigas mais fracas. Após dizimarem a colônia, carregam os casulos contendo as larvas das operárias. Esses “bebês” raptados crescem achando que são parte da família e dedicam-se às tarefas para as quais foram criados, sem jamais terem a menor noção de que são vítimas do trabalho forçado imposto pelo inimigo.

O que há de metaforicamente emblemático na vida humana, em comparação com o exemplo dessas formigas, é que nós também já nascemos prisioneiros. Embora de certa forma nasçamos livres (posto que ninguém nos escraviza), todos nascemos com a marca de “servo”.

É bem verdade que todos nós passamos por épocas na vida em que gostaríamos de ter feito o que quiséssemos. Desejamos acabar com certas circunstâncias que nos restringiam, nos insurgimos contra limites que cercearam a nossa vontade. Mas o fato é que a liberdade total e a independência completa nunca foram, e jamais serão, opções para nós. A Bíblia é clara em afirmar que somos servos por natureza, mesmo quando não nos damos conta disso.

Certa ocasião, Jesus estava instruindo os judeus que haviam crido Nele, tendo-os orientado a seguir as suas palavras para que fossem seus discípulos. Se eles fizessem isso, teriam o próprio conhecimento da verdade que os libertaria. Eles retrucaram dizendo-lhe que eram descendência de Abraão e que jamais foram escravos de alguém. Como, então, dizia que seriam livres?

Nesse ponto, replicou-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34).

O que está implícito na mensagem de Jesus é que não somos pecadores porque cometemos pecados, mas pecamos porque somos pecadores. O pecado já está em nós, nascemos com ele. Essa é a marca de “servo” que carregamos a partir do nascimento.

O apóstolo Paulo disse: “Todos pecaram”. E mais: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Pela desobediência de um só (no caso, de Adão, o primeiro homem) todos se tornaram pecadores.

A apóstolo João afirmou: Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós (1 Jo 1.8). Normalmente o que se vê é que boa parte dos “bons cristãos” não se sente incluída nessa categoria. Ninguém quer ser tachado de “pecador”, muito pelo contrário. Quando confrontados com essa realidade, não poucos se saem com afirmações desse tipo: “Jamais roubei, nunca matei, não traio, só faço o bem”.

A verdade bíblica é que há um Deus Santo e Justo nos céus, e sem a ajuda de quem realmente pode fazer diferença, não iremos sair dessa ilesos. Por quê? Porque todos, sem nenhuma exceção, somos culpados e permanecemos condenados diante de Deus. Todos estamos sob a pena da morte espiritual, que é a eterna separação de Deus; e ainda mais, somos todos incapazes de lavarmos nossa própria culpa. (Rm 3.19,20; Jo 3.18,36; Ef 2.5)

Esta breve descrição de quem são os pecadores apresenta a necessidade urgente de uma solução satisfatória, algo que seja transformador em nossas vidas. A típica solução humana é tentar certificar-se de que as boas obras superem as más, esperando receber a partir daí a aprovação de Deus.

Mas a única e suficiente solução é a que vem por intermédio de Jesus Cristo, que fez a boa obra definitiva em nosso favor – Ele morreu pelos nossos pecados. Quem serve a Jesus é totalmente liberto das amarras do pecado. Agora precisamos fazer uma escolha: aceitar ou rejeitar a solução.

São as más notícias do pecado e suas consequências que fazem o evangelho de Jesus ser as “boas novas”. Porque é para os pecadores somente. Mas cada um tem de fazer a sua própria escolha.

Há muito tempo, o general Josué desafiou o povo de Israel a que tomasse uma decisão: se iria servir ao Senhor ou aos outros deuses. Ele tomou a sua decisão: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). A sua liberdade era relativa ao fato de que tinha de fazer uma escolha.

É assim também conosco. Somos todos servos. Nossa decisão, como apontada acima, não é se vamos servir, mas a quem vamos servir.

Assim como Josué, eu também escolhi servir ao Senhor! E você, qual é a sua escolha?

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A luta só termina quando acaba

Um dos personagens mais intrigantes da literatura e da ópera é o Dr. Fausto. Escrita por J. W. Goethe, a obra Fausto é baseada numa lenda alemã sobre um homem que fez um pacto com o Diabo, entregando-lhe sua alma em troca de juventude e poder.

Afligindo-se com “a desumanidade do homem para com o homem”, Goethe conseguiu perscrutar a alma de seu tempo nessa obra, caracterizando a sociedade em que vivia como longe de Deus, leviana, egoísta, injusta, desumana e cheia dos mais degradantes pecados, retratada na figura do Dr. Fausto, um homem velho e doente de alma.

Um pintor retratou a lenda sobre tela, descrevendo essa história como um sombrio jogo de xadrez. De um lado do tabuleiro está Fausto, o símbolo das pessoas do mundo, com apenas três ou quatro peças à sua frente. Seu rosto está contorcido de desespero. Do lado oposto do tabuleiro, o Diabo está sentado em seu trono regozijando-se com sua aparente vitória. O artista intitulou sua pintura de “xeque-mate”.

Um mestre do xadrez, em visita à galeria de arte, parou diante do quadro, estudou-o por um longo tempo, até que exclamou: “Não acabou! Não é xeque-mate! O rei e o cavalo ainda têm outro movimento!”

Não poucas vezes na história da humanidade, pareceu que o Diabo estava ganhando o jogo, semeando guerras, pestes, intrigas, desintegração social, injustiça, ódio, fome, pobreza etc. Parecia estar dominando o tabuleiro. Ainda assim, havia um movimento final e tudo voltava a uma certa normalidade. O que parecia estar se desintegrando, retornava finalmente ao controle das pessoas de bem. Tem sido assim no mundo todo, inclusive no Brasil.

Sem dúvida, vivemos em um mundo que se revolve nas mesmas mazelas e pecados. Assim como naquele tempo, há um Fausto em cada um de nós que quer poder e riqueza, mesmo ao preço da própria alma.

Nossa história é pródiga em mostrar variados momentos em que até a própria alma do País estava como que “vendida ao Diabo”. Não poucos pactos efetuados nas entranhas do poder foram realizados em busca de mais privilégios, para quem já os tinha de sobra, mesmo consignando-se com eles o sacrifício de gerações inteiras.

O que dizer dos acontecimentos envolvendo dezenas de políticos nos repetidos escândalos de corrupção? Não são uma edição piorada da célebre ópera de Fausto? Tão seguros de que, uma vez vendida a alma, seu projeto de poder se imporia e jamais seriam apanhados, eles acabam por encenar uma ópera-bufa da pior qualidade.

Contudo, como a luta ainda não acabou, os que acreditam na decência e lutam pela verdade acabarão por fazer os últimos e vitoriosos movimentos no tabuleiro da vida política nacional. O “Ficha Limpa” é um exemplo disso.

Voltemos à alegoria de Fausto, pois ela nos remete a duas importantes verdades.
Primeiro, nos leva ao fato de que há uma luta renhida sendo travada nos bastidores do mundo espiritual pela alma da nossa nação.

Paulo, o apóstolo, desenha assim esse quadro: “Porque não estamos lutando contra gente feita de carne e sangue, mas contra seres espirituais – os poderosos seres satânicos e grandes príncipes malignos das trevas que governam este mundo; e contra um número tremendo de maus espíritos no mundo espiritual. Portanto, usem a armadura de Deus para resistir ao inimigo” (Ef 6.12).

Desse modo, podemos contribuir com oração, como está escrito: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito” (1 Tm 2.1,2).

Segundo, nos diz que a sociedade não pode experimentar uma felicidade que a pacifique e deixe as pessoas plenamente realizadas, senão quando cada um busca amar e servir ao próximo, em vez de lutar para levar vantagem ou espoliá-lo.

Jesus nos deu o exemplo: “Eu vim, não para ser servido, mas para servir”. Esse é, portanto, o maior conceito de cidadania que qualquer povo pode experimentar. O exercício desse amor e serviço abnegado apregoa ao Diabo que a nossa alma não tem preço.

Vender a alma, qualquer que seja o meio usado para isto, não traz felicidade. A realização pessoal é encontrada quando amamos a Deus acima de tudo e amamos ao próximo como a nós mesmos.
O diabo não pode e não irá vencer. Como servos de Jesus, podemos viver na firme confiança de que a luta só termina quando acaba. O último movimento é do Rei Jesus!


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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sábado, 16 de outubro de 2010

Faltam 226 dias para o Centenário!



De bem com a crise

A palavra crise, na língua chinesa, é a junção de dois ideogramas representativos de outras duas palavras: perigo e oportunidade. Desse modo, uma crise não é necessariamente boa ou ruim. Ela é perigo e oportunidade, porque traz em seu bojo o desafio inerente a uma situação de mudança. A nossa atitude face à crise é que determinará o resultado que obteremos na vida, de bom ou de ruim, a vitória ou a derrota, o sucesso ou o fracasso.

A palavra crise é uma velha conhecida no mundo e todas as línguas procuram dar-lhe uma definição. A maioria dos brasileiros talvez sequer saiba defini-la, mas sabe na prática principalmente sobre os seus custos. Em um plano mais amplo, muito já se falou em diversos tipos de crises: econômica, política, de moralidade, de ética etc.

Em termos pessoais, há as crises nossas de cada dia, quer se trate das constantes adaptações da nossa personalidade ou dos turbilhões que enfrentamos na busca de um lugar ao sol. Assim, pode-se facilmente intuir que crise é uma manifestação violenta e repentina de ruptura do equilíbrio; é também um estado de dúvidas e incertezas, de tensão e conflito; é uma fase difícil e grave na evolução das coisas, dos fatos e das ideias. Isso faz com que a presença da crise tenha uma enorme capacidade de incomodar.

Mas como devemos nos comportar em relação à crise?

Há pelo menos cinco comportamentos humanos numa situação inerente a uma crise.
Há os que veem a crise como uma catástrofe, como decomposição e o fim da ordem e da continuidade. Para esses a crise é algo anormal que devemos evitar a todo custo. São os catastrofistas.

Há os que se dão conta da crise, mas, em vez de explorar as forças positivas contidas nela, fogem para o passado, numa tentativa de imitar e reconstituir os costumes, as categorias de pensar e a vida do passado. São os arcaizantes.

Há os que tentam resolver a situação de crise fugindo para o futuro. Eles se situam dentro do mesmo horizonte que os arcaizantes, apenas no extremo oposto. São os futuristas.

Há os que tentam resolver a crise escapando dela num processo de interiorização; até se dão conta das nuvens negras no horizonte, mas fazem ouvidos moucos. Evitam o confronto, preferem não saber, não ouvir, não ler e não se questionar. Querem permanecer no seu pequeno mundo. São os escapistas.

Como se vê, todos esses comportamentos, em menor ou maior grau, são reprováveis.

Mas, felizmente, há aqueles que veem na crise uma chance de uma nova vida. Buscam tematizar as forças positivas contidas na crise e formulam uma resposta integradora das várias dimensões da vida. Não rejeitam o passado, mas buscam aprender dele como um repositário das grandes experiências humanas; e não se eximem de continuar experimentando. Todo valor, donde quer que venha, é apreciado como tal e deverá ajudar na formulação de um modelo de vida que possa ser vivido e tenha a chance de levar a história adiante e dar sentido à vida. Esses são os responsáveis.

Não sei onde o leitor se situa nessas conceituações, mas esses comportamentos podem ser vistos principalmente em relação aos atuais problemas políticos nacionais.
Os catastrofistas acham que está tudo apodrecido, que ninguém presta, que todos os políticos são ladrões e corruptos.

Os arcaizantes preferem pensar que é melhor sentir “saudades do Sarney” do que tentar mudar o que precisa ser mudado.

Os futuristas continuam a teimar que o Brasil é o país de um futuro que nunca chega.
Os escapistas preferem não votar, não participar, não escolher, para não se comprometerem.

Os responsáveis são os que estão tentando passar o Brasil a limpo. Não me refiro às “ex” (secretárias e esposas) ou aos flagrados em corrupção que, por se sentirem preteridos, dão com a língua nos dentes, embora isso acabe ajudando. Refiro-me, sim, aos que estão denunciando os corruptos e punindo os criminosos, lutando de algum modo para termos um país melhor.

Na verdade, ninguém pode negar que, na vida, os momentos mais significativos são precedidos por crises. Mesmo que seja difícil perceber a sua utilidade imediata, a crise, uma vez superada, é uma passagem inevitável e obrigatória para o sucesso.
Os que creem em Deus e na Bíblia sabem que a esperança cristã apresenta um quadro futuro de superação de todas as crises. Paulo afirma: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).

Por isso, eu continuo orando e jejuando, acreditando que o Brasil tem jeito, e que o melhor ainda está por vir.


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

As lições dos mártires cristãos

Jesus passou cerca de três anos ensinando e treinando seus discípulos quanto aos valores do reino de Deus, preparando-os para a missão de serem suas testemunhas, para levarem a mensagem de salvação a todos os povos. Essas lições demoraram a entrar em suas mentes, pois tudo o que gostavam de discutir entre si era sobre qual deles seria o maior.

Eles queriam saber do status do reino vindouro, sua parte nele, mas não entendiam nem aceitavam a cruz, tampouco o sacrifício de serem testemunhas. Eles ainda ignoravam as sublimes virtudes da moralidade cristã. Algo não muito distante das atitudes costumeiramente observadas nas conferências e convenções, quando fala-se abundantemente sobre números de membros, orçamentos, batismos, edifícios, programas, crescimento de igreja, quando tudo o que se evidencia é a tentativa de estabelecer quem é o maior entre nós.

A ambição egoísta e a competição vergonhosa dos discípulos foi logo identificada por Jesus. Assim, numa viagem, Jesus indagou-lhes: “De que é que vocês vinham tratando pelo caminho?” Eles não responderam logo. Mas, depois, tomaram coragem e lhe perguntaram: “Quem é, porventura, o maior no reino dos céus?”

Bem próximo deles estava um menino, que Jesus colocou diante de todos. Num tom de voz suave mas firme, advertiu-os: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18.3).

Segundo a tradição, aquele garoto abraçado por Cristo (e posto em sua inocência como modelo do que é verdadeiramente grande) era Inácio, que viria a ser o Bispo de Antioquia. Inácio fora discípulo do apóstolo João. Contado como um dos mártires cristãos, foi devorado por feras no Coliseu romano, em 107 AD, por ordem do imperador Trajano.

Quando ouviu sua sentença, Inácio caiu de joelhos, ergueu seus olhos ao céu e bradou: “Oh, Senhor, agradeço-te haver-me honrado com o mais precioso sinal de tua caridade, e permitido que eu seja acorrentado por teu amor”. Seu crime foi “carregar dentro de si Jesus crucificado”, confissão que fez diante do imperador romano.

Inácio talvez estivesse entre os quinhentos irmãos na fé, antes da ascensão de Jesus, que disse: “Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). No grego, a palavra testemunha é martureo, de onde provém a palavra mártir.

Inácio foi uma fiel testemunha, um verdadeiro mártir, assim como muitos outros, mortos pela sua fé, os quais selaram seu testemunho cristão com o próprio sangue.

O primeiro mártir cristão foi Estevão, apedrejado até a morte por amor a Jesus. Um jovem chamado Saulo consentiu no seu brutal assassinato (At 8.1). Muitos anos depois, chamado de Paulo, o apóstolo, ele próprio foi martirizado por amor a Cristo.

João Huss, antes de morrer queimado numa fogueira por causa de sua fé em Cristo, bradou: “Hoje vocês matam o ganso (huss), mas daqui a cem anos nascerá um cisne que não poderão matar”. Lutero, cujo significado é cisne, nasceu cem anos depois e promoveu a Reforma.

O Século XX despontou como “o século dos mártires”, pois em todo o mundo milhares de cristãos foram aprisionados, torturados e mortos por causa de sua fé. Dizem os especialistas que nesse século foram mortos mais cristãos do que em todos os anteriores.

Ainda hoje, muitos cristãos têm morrido por causa de sua fé. No Brasil, ainda há perseguição aos servos de Jesus, seja nas brenhas do Amazonas, ou no sertão nordestino, quer em terras do sul.
Na escola Columbine (Denver, Estados Unidos), dois jovens fortemente armados entram numa classe e ordenam que ficassem em pé os que criam em Deus. A adolescente Cassie Bernal, de 17 anos, ficou em pé. Eles perguntaram; “Você crê em Jesus?” Ela afirmou: “Sim, eu amo Jesus”. O atirador perguntou: “Por que?”. Antes que tivesse tempo de responder, ela foi morta com um tiro.

A lição que os mártires deixam é dupla: primeiro, é um lembrete de que a nossa Causa é indestrutível, pois a Igreja de Jesus não pode ser destruída, como Ele próprio afirmou: “Edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

Segundo, traz estes eloquentes questionamentos: o nosso amor por Jesus é puro, a ponto de não o negarmos na hora da provação? A nossa fé em Cristo é firme, a ponto de não desistirmos de lutar? Estamos prontos para ser testemunhas?



Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Hora de decisão

Quero congratular-me com o Brasil e com você, eleitor, que domingo vai votar, neste momento especial de festa democrática. Em votando, cada um de nós mostrará a sua relevância para o nosso País e nossa gente. Esta é uma hora de decisão!

Nesse exato momento, cerca de metade da população do mundo não sabe sequer o que quer dizer votar e escolher os seus próprios governantes, pois esse é um instrumento inexistente em não poucas culturas e países. Por esse prisma, podemos nos considerar privilegiados ao fazermos parte da escolha da vida política do nosso povo. Isto porque, bem ou mal, vivemos em uma democracia.

Abraham Lincoln definiu democracia assim: “É o governo do povo, pelo povo e para o povo”. Desse modo, quando o povo vota, escolhe o seu próprio destino. A maneira como cada eleitor trata o seu voto fornece uma pista segura para sabermos se o mesmo tem consciência política e exerce plenamente o seu direito de cidadão, ou não. Assim, a estatura de cada cidadão é medida pela valoração que dá ao seu voto, pelo modo como expressa a sua vontade política.

O voto precisa ser não somente intransferível e inegociável, mas também deve refletir a compreensão que o eleitor tem de seu País. Em função disso, o eleitor não deve, em hipótese alguma, violar a sua consciência política, principalmente no que diz respeito à sua maneira de ver a realidade social.

Cada eleitor deve discernir se o candidato que pede o seu voto é uma pessoa lúcida e comprometida com as causas da Justiça e da Verdade, e não um oportunista de plantão, que só aparece em época de eleição.

O eleitor deve ter compromissos éticos na política, jamais aceitando promessas de qualquer candidato que possam implicar na pros tituição da sua consciência, mesmo que a “recompensa” propalada seja aparentemente muito boa. O eleitor não deve aceitar de forma alguma que lhe roubem a glória de ser um cidadão responsável e útil à sociedade com o seu voto.

Devemos ter em mente que o nosso voto é um instrumento revolucionário de transformação social, mas de um modo pacífico. E essa é uma característica única e essencial de democracias sólidas e estáveis, cuja ação só pode ser realizada por um ato da vontade e da consciência de cada cidadão.

Quer admitamos ou não, neste 3 de outubro, estaremos caminhando para melhorar ou piorar o nosso País, dependendo da nossa atitude e da qualidade do nosso voto. Se formos omissos, ajudaremos a piorar a situação; se diligentes e éticos, solidários e participativos, daremos um grande passo para melhorá-lo.

Se não é possível mudar tudo e fazer o bem de uma só vez, podemos ao menos tentar evitar que o mal prospere, ao votarmos e elegermos os candidatos sérios e de melhores propostas. Se estes não puderem mudar o que precisa ser mudado, na pior das hipóteses evitarão que pessoas nocivas sejam eleitas e ocupem o lugar que nos é devido, exerçam autoridade sobre nós, persigam nossa fé e blasfemem contra o nosso Deus.

Talvez você esteja frustrado com a escolha que fez nas últimas eleições. Talvez seja um daqueles que nem se lembra em quem votou. Ou talvez você seja uma das pessoas que ache eleição uma coisa chatíssima.

Mas pense! Uma pessoa que comece a votar aos 16 anos e viva até aos 80 anos, poderá votar 17 vezes, no máximo. Quantas coisas na vida você pode fazer para mudar ou melhorar algo e, por fim, acaba desprezando? Isso ajuda a mostrar que importância e urgência o assunto eleições deve merecer de cada um de nós. Afinal, esta é a festa da democracia.

Nesta hora de decisão, que Deus nos ajude a fazer a melhor escolha. Oro para o nosso voto ser o instrumento de uma revolução silenciosa e pacífica que ajude a mudar para melhor o nosso País!



Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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