sábado, 30 de junho de 2012

Preparados para vencer as lutas da vida

Uma filha se queixou ao pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis. Ela não sabia mais o que fazer, estava cansada de lutar e queria desistir. Assim que ela resolvia um problema, um outro lhe surgia. Seu pai, um experiente cozinheiro, levou-a até a cozinha e encheu três panelas com água, colocando-as em fogo alto. Em uma colocou cenouras, em outra colocou ovos, e na última, café em pó. Esperou que tudo fervesse, mas permaneceu calado. A filha esperava impacientemente, imaginando o que ele lhe diria.
 
Algum tempo depois, seu pai apagou o fogo, retirou as cenouras e os ovos, e os colocou em um prato. Então colocou o café numa xícara. Virando-se para ela, perguntou: “Querida, o que você está vendo?”. “Cenouras, ovos e café” – ela respondeu. Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela o fez e notou que as cenouras estavam moles. Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela retirou a casca e verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela provou seu aroma delicioso e perguntou: “O que isto significa, pai?”.
 
Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente. A cenoura entrara forte e inflexível. Porém, depois de ter sido submetida à água fervente, amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis e sua fina casca protegia o líquido interior. Mas depois, seu interior se tornou mais rijo. O pó de café, contudo, era incomparável. Depois de fervido, havia mudado a água. “Qual deles é você? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é uma cenoura, um ovo ou um pó de café?” – ele perguntou.
 
Assim é a vida. Fulano parece forte, mas com a dor e a adversidade murcha, perde sua força e torna-se frágil. Beltrano tem um coração maleável e um espírito dócil, mas depois de uma demissão, uma falência, um divórcio ou uma perda qualquer, torna-se ríspido e duro. Até parece a mesma pessoa, mas fica amargo e obstinado, com o coração e o espírito inflexíveis. Cicrano, porém, enfrenta a vida com sobriedade. Embora as coisas se tornem piores, torna-se cada vez melhor e faz com que as coisas em torno de si também melhorem.
 
Qual é a diferença? A diferença está na atitude, se agimos ou reagimos. Deixar que os outros (ou as adversidades) determinem se devemos ser rudes ou corteses, se devemos exultar ou ficar deprimidos, é abrir mão do controle sobre a nossa própria personalidade, o único bem que realmente possuímos.
 
Quando interagimos com as pessoas, aprendemos desde cedo a agir e a reagir a certos estímulos, o que inclui as críticas dos despeitados, os maus tratos dos tolos, as insinuações dos maldosos, as provocações dos impiedosos, o desprezo dos insensíveis, e outras coisas. Essas adversidades corriqueiras podem nos tornar mais fortes ou destruir a nossa autoestima e desestabilizar toda a nossa vida.
 
O que faz a diferença é a nossa resposta, se agimos ou reagimos. Quando alguém reage, está partindo dos estímulos e não de suas convicções interiores. Por isso, é levado na enxurrada de emoções que os estímulos facultam, alterando a sua tessitura interior para responder aos mesmos. Nesse caso, são as circunstâncias que estão no controle, não a pessoa.
 
No agir pelas convicções corretas, contudo, parte-se da realidade do ser interior, não do que os estímulos externos insistem para que sejamos. Esse é o ponto de partida para que possa manter o senso de equilíbrio. Assim, em função de saber quem é e quais convicções possui, a pessoa recusa-se a retribuir o mal com o mal e se mantém “senhor” de sua própria conduta.
 
Jesus procedia desse último modo. Pedro testemunhou assim a seu respeito: “Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pe 2.21.23).
 
Pessoas que só reagem podem até conquistar algo na vida, mas serão reféns eternos de suas próprias amarguras interiores. Aqueles que seguem suas convicções e andam corretamente, mesmo que não consigam tudo, ao final terão a certeza de que ajudaram a melhorar a vida ao seu redor.
 
Estamos próximos do início das Olimpíadas de Londres, quando milhares de atletas lutarão por medalhas e buscarão honrar seus países. Esses exemplos nos servirão de metáforas vivas a nos indicar, como preconizou Gonçalves Dias, que “a vida é combate, que os fracos abate; que os fortes, os bravos, só pode exaltar”. Oro para que Deus nos ajude a ser fortes e preparados para vencer as lutas da vida.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

CGADB - RMD

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sábado, 23 de junho de 2012

Destinados ao pódio da vida

O barão Pierre de Coubertin, ao apresentar à comunidade esportiva internacional a ideia de ressuscitar os Jogos Olímpicos, em 1892, cunhou a conhecida máxima: “O importante não é vencer, é competir”. Paradoxalmente, não é isso que os jogos olímpicos ensinam; nem mesmo a vida. Vencer não só é importante, é fundamental. Principalmente na vida.

Enquanto nas Olimpíadas vencer é algo para poucos, e os perdedores poderão se consolar em dizer que competiram, na vida ninguém se dará por satisfeito por ter apenas lutado. É uma lei fundamental da vida. Cada um tem de vencer. Não necessariamente os outros, mas principalmente a si mesmo. Dar o máximo de si, nada menos que isso, suplantar suas debilidades pessoais e subir no pódio da vida. Do contrário, se alguém se preocupar somente em suplantar os outros, gastará suas energias em vão e perderá o foco, infelizmente.

As qualidades das pessoas destinadas ao pódio da vida não podem ser medidas e estereotipadas; elas são, principalmente, qualitativas; pertencem à tessitura interior, são forjada no ardente forno da vida. Há, portanto, alguns passos que pavimentam o caminho de uma pessoa vencedora. Uma vez seguidos, funcionam como um mapa psicológico a mostrar o caminho da vitória. Ei-los a seguir:

É fundamental ter um sonho consistente. Algumas pessoas têm apenas fantasias, não sonhos. A diferença conceitual básica entre sonho e fantasia é que esta é apenas a imaginação fértil e solta. Mas para nesse ponto. Quando alguém sonha, há a ação correspondente de caminhar em direção à meta proposta, pois não consegue enxergar e viver a vida a não ser por esse prisma.

É preciso ter disciplina. Paulo escreveu referindo-se aos jogos romanos de seu tempo: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina” (1 Co 9.24,25). A verdade implícita é que se alguém quer ser vencedor e subir no pódio da vida, não poderá dispensar uma rígida disciplina nem o domínio próprio que caracteriza os atletas.

Mantenha os olhos fitos na meta proposta. Isso significa manter-se no caminho a despeito das situações adversas. Paulo assim descreveu como encarava a sua luta pessoal em função do reino de Deus: “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar”. E também: “Prossigo para o alvo, para o prêmio...” (1 Co 9.26; Fp 3.14). Assim, todo atleta deve ter uma meta definida: vencer! Do contrário, cumprir-se-á a máxima: “Quem não sabe para onde vai, qualquer caminho leva, e não chega nunca!”

Seja perseverante. No final da vida, Paulo se via como um “gladiador” de Deus e como um “maratonista” de Cristo. Ele dizia: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7). Igualmente, a vida cristã é semelhante, em princípio, a um atleta que é observado por uma multidão de torcedores no estádio, como está escrito: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas... corramos com perseverança a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1). Não adianta um atleta correr e vir a desistir antes de cruzar a linha de chegada. Na vida, também, não devemos desistir jamais; temos de vencer.

Lute segundo as regras. Muitos pensam que “os fins justificam os meios” e fazem qualquer coisa para burlarem as regras e se sagrarem vencedores a todo custo. O doping é uma característica própria de quem apenas se acostumou a “levar vantagem”. Paulo, ao contrário, afirmava que “nenhum atleta é coroado, se não lutar segundo as normas” (2 Tm 2.5). No esporte, esta característica é conhecida como “fair play”, ou seja, jogar limpo. Ademais, isso produz o salutar conforto de se poder deitar a cabeça no travesseiro com a consciência limpa e tranquila.

Aproveite as oportunidades. Um provérbio chinês diz: “Há três coisas na vida que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra dita e a oportunidade perdida”. Alguém definiu a oportunidade como um corredor careca com apenas um tufo de cabelo na parte de trás da cabeça, passando a 200 Km por hora. É preciso pegar a oportunidade no momento em que passa, ou jamais se conseguirá. Assim é na vida.

Finalmente, lembre-se de que a distância a separar o vencedor do perdedor é mínima. Numa corrida de cavalos, a vitória pode ser por “uma cabeça”. Nos 100 metros rasos, décimos de segundos... e por aí vai. Por isso é que importa dar tudo de si e fazer o máximo possível, não o mínimo necessário.

Desse modo, mesmo que as batalhas da vida sejam difíceis, continue lutando, mantenha o foco, a despeito de qualquer obstáculo. Deus nos criou para sermos vencedores, nada menos. Jesus nos promete vida abundante (Jo 1.10). Entregue o seu caminho ao Senhor, siga em frente, sabendo que o pódio da vida lhe espera.

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

sábado, 16 de junho de 2012

É Festa!



A Bíblia mostra que Deus gosta de ver o Seu povo celebrando vitórias, festejando conquistas, enquanto se alegra em Sua bendita presença. Não cometemos nenhuma heresia em dizer que “Deus é festeiro”, pois sabemos, como está escrito, que “a alegria do Senhor é a nossa força”. Deus se revelou assim ao povo de Israel e lhe instituiu várias festas, pois queria que o Seu povo festejasse e se alegrasse em Sua presença. Foi assim também com a Igreja, em seus primórdios, que vivia uma constante festa espiritual, a despeito das muitas perseguições.

Está escrito que os irmãos da Igreja Primitiva “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”, e que, por isso, acabaram “caindo na graça de todo o povo” (At 2.42,47). Esta Igreja só caiu na graça de todo o povo porque se tornou um canal das bênçãos de Deus para este mesmo povo a quem servia. Era exatamente assim que a Igreja Primitiva se movia, vivendo constantemente uma “festa” na alegria do Espírito Santo. Isso era demonstrado intensamente por eles enquanto serviam a Deus e a todo o povo com amor e integridade de coração.

A mensagem de esperança que pregavam indicava que povo podia contar com a Igreja, que o Senhor Jesus estava presente, que Deus se importava com as pessoas e as amava. Foi assim que uma Igreja, iniciada com cerca de cento e vinte pessoas, no Dia de Pentecostes, atingiu em pouco tempo uma multidão que ninguém podia contar.

Festejar as conquistas e celebrar as vitórias fazia parte daquela Igreja, assim como faz parte da vida da Assembleia de Deus desde a sua fundação, há 101 anos, quando os pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, juntamente com poucos crentes em Jesus, iniciaram esta grande obra, reconhecidamente o maior movimento pentecostal do mundo.

Celebramos no ano passado o nosso Centenário cheios de alegria e gratidão a Deus. Chegou o tempo de celebrarmos o 101º aniver­sário da Assembleia de Deus em Belém do Pará e no Brasil, agora como pioneiros de uma nova etapa histórica, pois somos os Pioneiros do Bicentenário.

Estamos prontos para receber a visita de pastores, caravanas e irmãos do interior do Pará e de todo o País, que vêm celebrar conosco mais este triunfo para a glória de Deus.

Esta Festa está sendo especialmente celebrada no Centenário Centro de Convenções, quando esperamos receber neste grande “Cenáculo” um poderoso derramamento do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus.

Louvamos a Deus porque, ontem à noite a Festa foi iniciada com um culto de louvor e ado­ração, no Centenário Centro de Convenções. Que Festa! Que glória! Logo depois, a Igreja participou de uma grande vigília, que começou às 22 horas e foi até de manhã, quando milhares de pessoas buscaram a Deus em oração, adoração e louvor, intercedendo por nosso País e nosso povo.

Fique atento para a nossa programação. Neste sábado, teremos Conferências (8h) e um grande culto de celebração a Deus (19h). Neste domingo, a começar pela manhã (8h), acontecerá o Grande Batismo Pioneiros do Bicentenário. À noite, teremos cultos de celebração a Deus em todos os templos da Assem­bleia de Deus em Belém. Segunda-feira, dia 18, quando é celebrado o Dia da Assembleia de Deus, vamos iniciar com Conferências (8h) e encer­rar celebrando um grande culto de louvor e gratidão a Deus (19h) no Centenário Centro de Convenções.

Mais uma vez, como parte dessa vibrante história, a missio­nária Boas Novas fará a cobertura de toda a nossa celebração, transmitindo “ao vivo” a programação para todo o Brasil.

Bem-vindos a Belém do Pará! Nosso ilustres visitantes podem dizer: “Vamos até Belém e vejamos as maravilhas que o Senhor nos deu a conhecer”. Você está especialmente convidado para celebrar o 101º Aniversário da Assembleia de Deus em Belém e no Brasil, com o tema “Pioneiros do Bicentenário”. Sendo você mesmo um pioneiro dessa nova caminhada, esperamos você e sua caravana, para juntos fazermos uma grande festa para Deus!

Você poderá celebrar conosco  e visitar os pontos turísticos e históricos da nossa saga assembleiana, conhecendo os locais que contam a história da Assembleia de Deus e que marcaram o nosso Centenário. Você terá disponível um Mapa Turístico de Belém especialmente organizado com esse pontos em destaque, podendo também visitar o Museu Nacional da Assembleia de Deus.

As autoridades estão especialmente convidadas para a nossa Festa. Agradecemos aos vereadores pela solenidade na Câmara Municipal, ocorrida nesta última quinta-feira, quando aquela Casa honrou a Assembleia de Deus e sua história.

O que mais nos anima, porém, é saber que a nossa Festa terá, como sempre, um ilustre personagem: Jesus Cristo! Ele com certeza estará presente, salvando, curando e batizando com o Espírito Santo! Você é bem vindo! É festa!



Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

quarta-feira, 13 de junho de 2012

RAZÕES PARA NÃO MEXER NO ESTATUTO DA CGADB, AGORA!

1. Estamos mudando o estatuto a cada 2 ou 3 anos.  Não dá nem tempo conhecer e  praticar o estatuto vigente. É demais!

2. Está muito em cima da próxima assembléia geral e da eleição em abril de 2013,  na cidade de Brasília.

3. Não houve divulgação do texto pretendido para a reforma, de modo a permitir que as Convenções afiliadas e os convencionais conhecessem e discutissem previamente.

4. Reformar estatuto sem consultar as convenções e convencionais divulgando o texto é desrespeitoso e perigoso. 

5. Mudança frequente de estatuto e regimento interno dificulta o convencional conhecer seus direitos e deveres.

6. Nossa história prova que reforma de estatuto não discutida antes, traz surpresa desagradável.

7. Estatuto é a lei maior da CGADB, abaixo da Bíblia, não é normal  ser reformado sem amplo conhecimento e estudo.

8. Somente dois (2) membros da Mesa Diretora estavam  inscritos para essa Assembleia de reforma.

9. O projeto original e inicial de reforma está em secreto, é seríssimo e polêmico. Precisamos estar vigilantes!

10. Veja, abaixo, cópia das páginas 21 e 22 do manual entregue aos convencionais em Maceió, sobre reforma frequente de estatuto e sobre a eterna polêmica que envolve o credo.




segunda-feira, 11 de junho de 2012

Pioneiros do Bicentenário



 Somos a geração pioneira do Bicentenário da Assembleia de Deus, e isso representa um grande privilégio da parte do Senhor Jesus. Como numa longa corrida em que recebemos o bastão, damos graças ao Senhor Deus e celebramos o que já foi conquistado, mas olhando firmemente para a frente, mantendo sempre os olhos fixos no alvo que nos está proposto, prontos a fazer a parte que nos cabe.

Cada geração que Deus levanta responderá por seus desafios e celebrará suas próprias conquistas. “Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu” (At 13.36). E que precioso legado deixou Davi!

Temos, portanto, de servir à nossa própria geração como pioneiros do Bicentenário, assim como os nossos pioneiros serviram a Deus: em santidade e justiça, em reverência e santo temor, realizando esta obra santa na força que Deus supre. Temos também de deixar o nosso próprio legado às futuras gerações.

De fato, somos privilegiados por sermos os pioneiros de uma nova etapa nesta belíssima e gloriosa história, cujas páginas foram escritas com sangue, suor e lágrimas das gerações que nos antecederam. Muitos semearam e nós colhemos. Agora, chegou a hora de também semearmos para as próximas gerações.

Desse modo, de 15 a 18 junho próximo, estaremos celebrando o primeiro ano do Bicentenário da Assembleia de Deus, no Centenário Centro de Convenções, com toda a Igreja, quando não somente estaremos relembrando os bons momentos que passamos há um ano, quando das festividades do nosso Centenário, mas também ficaremos atentos para a voz de Deus em nos mostrar os novos desafios para a nossa geração.

Sabemos que a Geração do Bicentenário precisa se habilitar na presença do Senhor Jesus para se tornar o ponto de partida para o que entendemos profeticamente ser o último derramamento do Espírito Santo no mundo.

Precisamos estar no mesmo “Cenáculo”, na mesma disposição de ânimo, em comunhão no Espírito, esperando esse cumprimento cabal da “promessa do Pai”, conforme foi seguramente profetizado por Joel: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias” (Joel 2.28,29).

Agora que demos a largada para o nosso Bicentenário, a Igreja-mãe busca reunir suas filhas queridas, ou seja, todas as igrejas que foram geradas no seu “útero espiritual”, frutos de sua ação missionária, para presenteá-las com a ambientação festiva e celestial de um novo Pentecoste, um novo derramar do Espírito Santo, uma nova unção que nos prepare para servir à nossa geração.

Assim, a Igreja-mãe, “como a galinha ajunta seus pintinhos debaixo das asas”, gostaria também de ajuntar consigo todas as Igrejas-filhas, para juntos celebrarmos esse grande momento da nossa história, como pioneiros do Bicentenário da Assembleia de Deus.

Teremos a singela alegria de receber todas as queridas “filhas” assembleianas, que certamente podem dizer como os pastores: “Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer”.

Esta é uma inominável honra, cuja preciosidade histórica será lembrada de muitas gerações. E nós queremos, de todo o coração, que todos os nossos convidados participem desse momento glorioso na presença do Senhor Deus e sejam ricamente abençoados.

É com grande alegria que podemos dizer que somos os pioneiros do Bicentenário da Assembleia de Deus. Os fundamentos que nós lançarmos agora serão as bases em que se construirá a grande obra pentecostal a ser deixada como legado para as gerações futuras. Se Jesus não voltar logo, um dia se falará da nossa geração, dos pioneiros do Bicentenário, como aqueles que levaram a sério a obra de Deus e, cheios do poder do Espírito Santo, fizeram uma grande diferença no mundo.

Prepare-se, pois, para participar desta grande festa, anime-se, ore, contribua. Disponha-se a estar conosco, venha celebrar as muitas conquistas dessa caminhada. E estejamos todos prontos para vivermos outros cem anos de grandes vitórias, se Deus assim o permitir.

Nossa geração é a geração pioneira do Bicentenário, chamada para participar desta nova caminhada de bênçãos e glórias.

Bem-vindo a Belém para o 101º aniversário da Assembleia de Deus, de 15 a 18 junho próximo, você que também é um pioneiro do Bicentenário. A festa é sua, a festa é minha, a festa é nossa! A festa é de todos!


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

sábado, 2 de junho de 2012

O que pode engrandecer uma pessoa

Davi, rei de Israel, era soberano, líder máximo. Tinha um exército fabuloso e bem treinado, e ganhou todas as guerras de que participou. Era temido pelos inimigos e amado pelo seu povo. Foi compositor, poeta, cantor e profeta. Seus Salmos, ainda hoje, tocam profundamente o coração das pessoas. Se tivéssemos que escolher um epitáfio para adornar seu túmulo, alguns certamente usariam frases com rasgados elogios. A opinião do próprio Deus a seu respeito era: “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração”.

Davi, porém, tinha uma ideia do seu próprio tamanho, expressa corretamente neste Salmo: “Senhor, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo. Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre” (Sl 131).
 
Temos aqui três visões em perspectiva. A visão das pessoas e a visão de Deus a respeito de Davi, assim como a visão de Davi sobre si mesmo. Assim acontece também conosco. As decisões que tomamos na vida partem sempre de uma dessas visões, ou mesmo de todas juntas. A ordem em que priorizamos cada visão, porém, é que determina o sucesso ou o fracasso que teremos na vida.

O exemplo de Davi, embora distante na história, é singular e profundamente expressivo, pois serve de modelo, ainda hoje, para nos ajudar a ver corretamente a vida e vivê-la de modo intenso e produtivo.

Para Davi, Deus era único e tudo na sua vida, o ponto de partida e de chegada, não aquilo que pensava sobre si mesmo, ou o que os outros achavam dele. Seus Salmos falam insistentemente na grandeza de Deus como Criador, apregoam a Sua sabedoria, testemunham o cuidado amoroso com os que sofrem, afirma a fortaleza que Deus representa para os abatidos, entre outras coisas. Mas o que seus Salmos demonstram de um modo espetacular é a intimidade de Davi com o Senhor. Ele dizia: “A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança” (Sl 25.14).

Davi entendia que fora criado com um propósito divino, não era um mero fruto do acaso (Sl 139). O propósito maior era amar a Deus sobre todas as coisas e ser um instrumento para o Seu louvor. Seus Salmos, em vista disso, eram verdadeiros poemas de amor a Deus.

A palavra poema vem da mesma palavra grega traduzida para criação e manufatura. Indica que somos uma “obra de arte” feita por Deus, não objetos de uma linha de montagem de produção em massa. Fomos objetos de reflexão, o que de certa forma tomou, por assim dizer, o tempo de Deus. O resultado é uma obra-prima, exclusiva e feita sob medida, o que torna cada ser humano único e especial. Davi celebrava isso também em seus Salmos.

Nem sempre é possível evitar que as opiniões alheias nos influenciem, nem mesmo que nos causem algum dano, principalmente quando são injustas e infundadas. Davi, como qualquer um de nós, também era vítima dessas coisas. Mas em vários Salmos vemos o rei de Israel de joelhos diante do Senhor, pedindo que Deus o proteja, que lhe faça justiça contra os seus inimigos. Não o vemos exercendo justiça com as próprias mãos, embora o pudesse fazer, pois era o rei mais poderoso de sua época.

A maioria de nós anda em busca de grandes coisas, ou luta por reconhecimento. Muitos querem mais poder, mais dinheiro, mais disso, mais daquilo. Enfim, são testemunhas vivas de que a medida do ter jamais se enche. Mas quem faz calar e sossegar a própria alma, só o faz porque sabe o caráter que tem e se vê na perspectiva correta diante da vida. Em outras palavras, não tem o coração soberbo, nem olha a vida de um modo altivo; antes, importa-se com o que Deus pensa a seu respeito. Como uma criança desmamada nos braços da mãe, confia em Deus e somente Nele coloca a sua esperança.
A razão pela qual tomei Davi como exemplo, é porque ele era um grande homem, em todos os sentidos. Era rei, rico, bonito, sábio, poderoso, famoso, enfim, tudo o que a maioria das pessoas de algum modo desejaria ser.

Infelizmente, não são poucos os que pensam que servir a Deus é só para os pobres e desvalidos. Mas Davi, com sua história, contradisse tal falácia, assim como o fizeram também muitos servos de Deus.
Servir a Deus não é somente o maior tesouro que se pode ter na vida, disponível a todos, é também o que nos torna verdadeiramente grandes.


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém