O dia 19 de
novembro de 1910 tornou-se um marco da ação de Deus em Belém do Pará e no
Brasil. Era o Dia da Bandeira, homenagem ao pendão nacional, um símbolo oficial
de nossa unidade como nação. A data se tornou mais especial ainda porque, naquele
dia, provenientes dos Estados Unidos, os missionários suecos Gunnar Vingren e
Daniel Berg desembarcaram em Belém, na Escadinha da Estação das Docas, em
obediência a uma expressa chamada de Deus.
Vingrem e Berg não
sabiam falar a língua pátria, não tinham dinheiro, não podiam contar com amigos
nem instituições de apoio; em suma, não tinham nenhuma garantia de sucesso. Tinham
deixado para trás a bandeira de seu país. Eram estrangeiros e desconhecidos.
Porém, Deus lhes deu uma nova “bandeira” pela qual lutariam e dariam suas
vidas, a bandeira da Boas Novas de salvação.
Com a ajuda de
Deus, eles lançaram as bases do maior Movimento Pentecostal do mundo e fundaram,
em Belém, a Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Brasil, cuja bandeira do
Evangelho Pentecostal (que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que
crê em Jesus) tremula há 102 anos em todo o País.
No livro Diário do Pioneiro, Gunnar Vingren descreve
sua chegada: “Quatorze dias após havermos saído de Nova Iorque, chegamos ao
Pará. Era o dia 19 de novembro de 1910. O navio ficou fora do porto, e uma
pequena embarcação nos transportou até o cais. Quando desembarcamos, não havia
ninguém para nos receber... mas confiamos que o Senhor iria nos guiar.”
Daniel Berg, no
livro Enviado por Deus, relata:
“Estávamos ansiosos por conhecer a terra para a qual o Senhor nos enviara.
Todos os passageiros tinham pressa em desembarcar. Parentes e amigos os
esperavam no cais. Porém nós não tínhamos ninguém. (...) E começamos a andar
até alcançarmos o jardim de uma praça. Sentamo-nos em um banco e oramos ao
Senhor para que nos mostrasse o caminho que devíamos seguir.”
Gunnar Vingren faleceu
em junho de 1933, aos 54 anos, portanto, não pôde presenciar a fase do maior crescimento
da obra. Daniel Berg, porém, participou das festividades do Jubileu de Ouro da Assembleia
de Deus no Brasil, em 1961, e vivenciou boa parte de sua expansão, vindo a
falecer em maio de 1963, aos 79 anos.
O que ambos não
podiam jamais imaginar era que, começando no Norte do Brasil, nasceria o Movimento
Pentecostal, que não somente alcançaria todos os rincões dessa grande nação,
mas também, pela ação de Deus, alcançaria todos os continentes e quase todos os
países do globo.
Qual a
razão do sucesso
desse movimento? Certamente, os pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg
entenderam, como poucos, a ordem de Jesus:
“Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado” (Mt 28.19-20). Se
você quiser saber um pouco mais dessa bendita história, visite em Belém o Museu
Nacional da Assembleia de Deus (Rua João Diogo, 221 – Cidade Velha).
Eles entenderam,
obviamente, que Jesus não os mandou criar estruturas pesadas e inoperantes,
tampouco subscreveu complicadas diretrizes de administração. A estratégia dos
pioneiros era a mesma propugnada por Jesus, pois a Assembleia de Deus foi
criada e experimentou vigoroso crescimento sob a égide de uma só planificação:
ir e fazer discípulos, no poder do Espírito Santo.
Os pioneiros vieram
até nós porque foram enviados por Deus, dependendo do poder do Espírito, embora sem condições mínimas de
amparo humano e sem depender de nenhuma proficiência curricular. Ao obedecerem
a Deus, vieram e trabalharam arduamente, pregaram a salvação com poder e fizeram
discípulos, organizaram igrejas e fizeram tremular a vitoriosa bandeira da Boas
Novas.
Nestes últimos 102
anos, a bandeira pentecostal da Boas Novas de salvação foi hasteada e tornou-se
o maior agente definitivo de bênção para a sociedade brasileira.
O
Evangelho ajuda no desarmamento da sociedade, pois todos os anos muitos
bandidos são libertos e deixam suas armas. É o maior criador de renda útil,
pois fumantes, bêbados e drogados são libertos, deixam seus vícios e passam a
comprar coisas úteis. É o maior agente de inclusão social. É o maior vetor de antiviolência,
transformando vidas e edificando seu caráter. É também o maior abençoador de
famílias, ajustando-as e edificando-as no temor do Senhor. O Evangelho nos
transforma para sermos sal da terra e luz do mundo, certamente a última
fronteira de reserva moral da sociedade.
Sob
a égide da bandeira do Evangelho, as Boas Novas de salvação, o povo de Deus ora
e trabalha para que todos tenham a sua esperança em Jesus Cristo, o Príncipe da
paz, enquanto nosso pavilhão nacional tremula impoluto e “recebe o afeto que se
encerra em nosso peito juvenil, querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil!”.