sexta-feira, 26 de março de 2010

Orar e Jejuar: a hora é agora!

Os fariseus eram notórios pelo modo como tratavam os aspectos devocionais da Lei, especialmente o que dizia respeito às orações e jejuns. Tudo era feito com pompa, para que todos pudessem ver e aplaudir. Eles, inclusive, reclamaram publicamente que os discípulos de Jesus não jejuavam. Era uma dura crítica, cujo cerne não somente desafiava o Mestre, mas também colocava em dúvida a seriedade de Seu ministério e o treinamento daqueles homens rudes que com Ele andavam.

Jesus, o bom Mestre, responde com outra pergunta e acrescenta uma afirmação: “Podem, acaso, estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar” (Mt 9.15).

A pergunta sugere que nem todo tempo é tempo de jejuar. Não é prática jejuar em tempos de alegria e de bonança. A afirmação de Jesus, por outro lado, traduz o desafio de que o jejum, quando necessário, deve ser levado a sério, jamais deve ser ignorado ou objeto de descuido.

É bom lembrar que oração e jejum são práticas espirituais que andam juntas. No ministério de Jesus, eram tão intrinsecamente ligadas que ensejariam, no mínimo, uma questão: Se Jesus, o Filho de Deus, orava e jejuava, então que atenção devemos dar a essas práticas?

Antes de começar o Seu ministério, Jesus foi “levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo Diabo” (Mt 4.1-11). Em razão dessa batalha, Ele passou quarenta dias em oração e jejum. Outros servos de Deus, em meio a grandes lutas, também se detiveram nessas práticas sacrificiais em busca de vitória (Moisés: Ex 34.28; Davi: 2 Sm 12.16).

A ação de orar e jejuar demonstra zelo diante de Deus, em detrimento de todas as outras coisas, assim como ajuda a obter vitória contra a tentação, auxilia a obter poder sobre os demônios, desenvolve a fé, mortifica a incredulidade e ajuda na perseverança (Mt 17.14-21).

O sábio Salomão escreveu que há “tempo para todo propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer... tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria... tempo de estar calado e tempo de falar”, entre outros (Ec 3.1-8). Mas nada disse quanto ao tempo de orar.

Qual a razão? O apóstolo Paulo ensina: “Orando em todo o tempo”; e também: “Orai sem cessar”. Jesus contou uma parábola sobre “o dever de orar sempre e nunca esmorecer”. Ou seja, devemos orar em todo o tempo disponível, pois todo tempo é tempo de orar.

Oração é o que se pode chamar de ministério de todos os santos: crianças, adolescentes, jovens, senhores e senhoras, todos são chamados a orar sempre até que a vitória se estabeleça.

Jejum é abstenção de alimento, mas o sentido espiritual é afligir e humilhar a alma diante de Deus (Sl 35.13), crucificar os apetites carnais, evidenciar o controle sobre seus desejos, a fim de dedicar-se integralmente a Deus.

Devemos orar e jejuar para estarmos apto a fazer a vontade de Deus, não para Deus fazer a nossa vontade. Se Deus não quiser, não há oração e jejum que possam movê-lo. Essa é uma verdade central da soberania de Deus sobre a vida e a História.

Se há quem pense poder manipular Deus ao orar ou barganhar com Deus em jejuar, este ainda não aprendeu como convém orar e jejuar.

Orar é mais do que apresentar uma lista de pedidos; é a síntese de um relacionamento efetivo que desemboca em se interessar pelo que Deus se interessa. Por isso oramos: “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”.

Jejuar é mais do que deixar de comer, pois o que faz o jejum agradável a Deus é o nosso despojamento pessoal, é lutar contra as injustiças, libertar os cativos e ajudar ao pobre e necessitado (Is 58.6-10).

Desse modo, sabendo que o “Noivo” se foi, mas está para retornar, se quisermos ser igualmente vitoriosos, agora precisamos orar e jejuar. Isso não é uma opção, é uma necessidade.

Humilhemo-nos diante de Deus, oremos e jejuemos pelo Brasil, pela integridade das famílias, pela honestidade dos governantes, para que a luz da Palavra rompa como a alva em nossa nação, para que haja cura aos doentes e justiça para todos, para que a glória do Senhor seja a nossa retaguarda. Amém!


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/

sábado, 20 de março de 2010

Pastor Firmino: 85 anos... e tinindo!


Certa feita, perguntaram ao médico Alexandre Kalache, chefe do Programa de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial de Saúde: “Envelhecer é bom mesmo?”

Ele respondeu: “Envelhecer é ótimo”. Para ele, só há uma alternativa ao envelhecimento, é morrer cedo. “Agora, para envelhecer bem” – acrescentou – “a gente tem que investir nesse processo de envelhecimento”.

Essas duas verdades são perfeitamente aplicáveis ao pastor Firmino Gouveia, do alto de seus 85 anos de existência. Quem o vê, nem diz que tem essa idade. Qual o segredo? Que investimento fez?

Dele só ouvimos uma resposta: investiu toda a sua vida, desde a juventude, em seguir a Jesus e a viver os valores do Reino.

E disso não se arrepende, pois Jesus é o maior amor da sua vida, é o arrimo de sua sorte. Jesus é a razão do brilho que brota de sua vida, pois Ele é a sua Luz, o seu Pastor, o Amigo de todas as horas.

O exemplo do pastor Firmino nos serve de balizamento de que devemos investir as nossas vidas no que realmente importa: nos valores do reino de Deus, em obediência irrestrita ao Único Senhor e Salvador Jesus Cristo! Ele não só é a melhor razão para viver, mas também para envelhecer.

O texto bíblico preferido do pastor Firmino, um Salmo do rei Davi, ajuda a entender um pouco sobre o homem: “Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração” (Sl 37.3-4).

O pastor Firmino sabe que é maravilhoso agradar ao Senhor Deus, cujo processo começa na confiança colocada Nele e passa pelo bom comportamento de proceder corretamente; mas só isso não basta; é preciso, igualmente, agradar-se do Senhor pelo que Ele é: pelo Seu caráter Fiel, pela Sua bondade ilimitada e pelo Seu amor imutável.

Como o pastor Firmino sabe que um homem precisa de um pouco de lirismo e poesia para expressar o seu amor ao Senhor, elegeu dois cânticos que bem falam de sua devoção espiritual.

O primeiro, o hino 127 da Harpa Cristã, de título “O Senhor da ceifa chama”, que expressa o seu espírito missionário e a sua disposição de servir, do qual destacamos o coro: “Fala Deus! Fala Deus! Toca-me com brasa do altar. Fala Deus! Fala Deus! Sim, alegre, atendo ao Teu mandar”.

O segundo, um hino cuja mensagem expressa a sua dependência constante do Senhor: “Toma, por favor, minha mão, ó Senhor, contigo eu quero ir. Com sangue aqui, pagaste por mim, pois eu Te quero seguir. Anelo poder os males vencer, em santidade viver. Toma, por favor, minha mão, ó Senhor, contigo eu quero ir”.

Mas é sempre o nome que mais fala a respeito da própria pessoa. Por isso, podemos nos deter um pouco nesse mister.

FIRMINO é um nome profético e abençoado. Vem da mesma raiz de firme. E o homem faz jus ao nome, pois é firme porque foi firmado na Rocha Eterna. Isso diz tudo sobre sua história.

FIRMINO DA ANUNCIAÇÃO. Anunciação é o ato ou efeito de anunciar. Foi o que ele mais fez na vida: anunciar, proclamar, pregar, ensinar o evangelho de Cristo.
FIRMINO DA ANUNCIAÇÃO GOUVEIA. Gouveia vem da vinicultura portuguesa, como também ele é de origem portuguesa. Gouveio é uma “certa casta de uva recomendada para vinho do Porto e vinho de mesa”. Do mesmo modo, Gouveia dá um bom vinho, como o vinho de Caná da Galileia, que Jesus transformou da água em talhas.

Jesus também tomou o seu “gouveio” e fez dele um bom vinho. Velho e bom. E dele pode ser dito: “E ninguém, tendo bebido o vinho velho, prefere o novo; porque diz: O velho é excelente”.

Neste domingo, 21 de março, o pastor Firmino da Anunciação Gouveia comemora 85 anos de vida! Feliz Aniversário!

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/

sexta-feira, 12 de março de 2010

Orando Sempre Boas Novas



O ditado poderia ser assim: “Dize-me o que oras e te direi quem és”. Pois o que alguém ora fala mais sobre quem realmente é do que aquilo que apregoa das tribunas da vida.


Não é necessariamente o que é dito, o palavreado com verniz de religiosidade que fala mais alto, mas principalmente a atitude com a qual expressa contrição pessoal e devoção a Deus.


Jesus falou disso quando contou a parábola a respeito de dois homens que subiram ao templo com o propósito de orar. Um era fariseu, “xerife” da religião organizada, de moral ilibada e socialmente conceituado, senhor de si; e o outro, publicano, um mero pária espiritual, sem direito sequer a entrar no templo.


“O fariseu, em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.”


“O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”


Quem observasse a cena, possivelmente seria levado a pensar que, comparativamente, o publicano não teria a menor chance. Mas Jesus, não: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18.10-14).


Esse é o mistério da graça revelada no Evangelho, nas Boas Novas de salvação. A oração tem o condão de mostrar o que vai por dentro de cada pessoa, se a sua atitude, ao orar, é de dependência de Deus ou de mera soberba da vida.


A partir desse encontro com a verdade a seu respeito, a graça permite a condição de olhar para além de si mesmo e de interessar-se pelo que interessa ao coração do próprio Deus.


Assim, quando alguém acredita e ora antes mesmo de existirem as condições mínimas para que a bênção aconteça, isso não é só fé, é também uma visão de futuro, e mostra até aonde queremos chegar na vida.


A oração de Gunnar Vingren evidencia isto. Em agosto de 1932, quando viajava de navio retornando à Suécia, na linha do Equador, próximo à costa do Pará, ele orou: “Oh! Como eu desejaria que pudéssemos ser como fortes estações de rádio, para que o mundo pudesse ouvir a voz de Deus! Deus, dá-me esta graça.”


É preciso comparar. Vingren estava em grande fraqueza, lutando contra a doença que finalmente o levaria; voltava para casa sabendo que lhe restava pouco tempo. Deixara um trabalho ainda incipiente na nação que adotara no coração; estava no meio de lugar algum, num navio, num ponto imaginário chamado linha do Equador.


Seu corpo dizia “não”, seu espírito teimava em sonhar. Seu corpo dizia “sossega”, sua mente engendrava projetos; seu corpo dizia “descansa”, sua vontade era a de um incansável pregoeiro das Boas Novas.


O rádio tinha apenas começado, não havia televisão ainda. Nem mesmo havia dinheiro para que se permitisse sonhar com alguma zona de conforto da oração fortuita. Porém, a oração traduzia o que lhe passava no íntimo. Havia uma tarefa inacabada no Brasil, e o rádio parecia uma solução. Tudo o que ele tinha era a fé que ainda teimava em sonhar fazer grandes coisas. E isso fazia toda a diferença.


A oração silenciosa de Gunnar Vingren foi respondida com o advento da Rede Boas Novas. Pois foi exatamente aqui, na linha do Equador, há 17 anos, que começou essa rede de rádio e televisão genuinamente evangélica que alcança milhões de pessoas em todo o País.


Deus, porém, segundo a sua riqueza em glória, deu muito mais do que Vingren desejou. Ele orou por uma emissora de rádio, Deus deu duas; e mais dois canais de TV e 43 retransmissoras.


A obra cresceu e a Boas Novas, hoje, tem presença em todo o País, sendo a maior rede de televisão evangélica brasileira, buscando alcançar vidas em todos os setores da sociedade das palafitas aos condomínios luxuosos, dos pequenos povoados às grandes cidades visando a ganhar almas preciosas para o reino de Deus e à consolidação dos bons costumes na sociedade brasileira.


A Boas Novas é a resposta de uma oração feita há 78 anos, é também o resultado do esforço de muitos, que oram e contribuem, em seus 17 anos transmitindo Jesus.




Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/


sexta-feira, 5 de março de 2010

Mulheres em Busca da Excelência

Uma conhecida canção brasileira, de autoria de Ataulfo Alves e Mário Lago, trata da comparação que certo homem faz entre duas mulheres, cujo pilar principal era a forma com que cada uma encarava a vida. De título “Ai, que saudades da Amélia”, a canção preconiza a atitude passiva dessa mulher que enfureceu por décadas a vida das feministas de plantão.


A outra mulher é gastadora, “só pensa em luxo e riqueza”, ao passo que Amélia “não tinha a menor vaidade”, sendo, portanto, uma “mulher de verdade”. Já que a canção nasceu de uma necessidade de comparação, tomemos objetivamente o que as mulheres da Assembleia de Deus têm proposto como tema para o Congresso de Mulheres e comparemos com essa canção. Com certeza, Amélia não tem a menor chance.


As mulheres assembleianas escolheram o tema: “Mulheres em Busca da Excelência”, movidas por uma razão bem simples: Não há base para servir a Deus em um mundo caótico sem o compromisso da excelência de vida que glorifique o nome do Senhor. Isso não admite nenhuma opção de sustentação de passividade diante da vida.


Uma olhada de soslaio na transformação acelerada pela qual tem passado a sociedade, já serviria para mostrar que a “Era de Amélia” há muito agoniza em seu passivismo. E se o olhar busca na Palavra de Deus o apoio para a vida de “uma mulher de verdade”, basta uma parada no último capítulo do livro de Provérbios. Ali, sim, está a descrição de uma mulher que pautava a sua vida pela excelência, não pela passividade irresponsável de celebrar o desleixe e a miséria como opções de vida.


Essa mulher excelente não confunde humildade com pobreza, como Amélia, nem tampouco acha, como a outra, que vaidade seja uma questão da opulência exterior de um coração vazio. Ao contrário, ao vestir-se “de linho fino e de púrpura” satisfaz a vaidade que toda mulher tem, mas sabe principalmente que as suas verdadeiras “vestes” não são exteriores, mas “a força e a dignidade” de um coração que busca a excelência na vida.


Amélia não tem nenhuma chance. Nem a outra mulher. Enquanto a “louvada” Amélia “às vezes passava fome” ao lado do marido pobre porque era boêmio e irresponsável, chegando ao disparate de achar “bonito não ter o que comer”, a mulher descrita em Provérbios, ao contrário, faz o seguinte: prepara a comida para todos antes de clarear o dia, entrega-se ao trabalho com uma vontade plena de compromisso com o bem estar da sua família, fala com sabedoria e ensina com amor aos seus filhos.


Isso não basta? Ela trabalha arduamente para “o bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça”. Ela não deixa que as adversidades da vida lhe surpreendam, mas se antecipa no planejamento de prover a sua casa com investimentos que garantam estabilidade aos servos e tranquilidade ao marido e aos filhos.


O resultado é óbvio, ela recebe louvação: “Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas”.


Ela também não tem medo de envelhecer, pois sabe que “enganosa é a graça, e vã, a formosura”. E, sobretudo, entende que a mulher que finalmente será louvada na vida é “a mulher que teme ao Senhor”, não a que coisifica a vida em gastos supérfluos, ou a que teima em fazer parte da socialização da pobreza de um marido vil e preguiçoso.


A mulher descrita na Bíblia, juntamente com as mulheres assembleianas, deixam Amélia e a outra mulher comendo poeira nas estradas da vida. Mas o que desejam mesmo é que todas as que são “Amélias”, e as que não são, conheçam Jesus e descubram a graça de se tornarem mulheres de verdade.


Eu gostaria de ressaltar que conheço uma “mulher de verdade”, pois convivo com ela há mais de um quarto de século e sei, em verdade, que ela merece essa distinção. Rebekah, minha querida esposa, acabou de fazer 50 anos, e eu só revelo isso porque ela não teme envelhecer ao meu lado. O meu amor por ela cresce e se adapta à medida que nós dois caminhamos na vida.


Agora que estamos marchando juntos “rumo ao Centenário”, literalmente, declaro para que todos saibam: “Rebekah é uma mulher de verdade!”


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe

Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/