segunda-feira, 10 de março de 2008

Quanto vale uma mulher

Uma jornalista fora fazer uma reportagem sobre turismo nas ilhas indonésias e, para isso, precisou contratar os serviços de um guia turístico. Ao indagar sobre a melhor pessoa para a tarefa, as indicações recaíam sobre Johny Lingho, tido como o melhor e mais inteligente de toda a região. Ela, então, foi procurá-lo.
Na primeira conversa que tiveram, no alpendre da casa de Johny, este lhe perguntou sobre a reação comum das pessoas que o indicaram. Ela respondeu: “Eles riem, pois dizem que o homem mais inteligente das ilhas fora enganado pelo pai de Sarita”. Então, ela quis saber a razão disso.
Ele contou-lhe a seguinte história: “Eu queria casar com Sarita, a mais velha das filhas do senhor Lee. Para os padrões da nossa cultura, ela já estava “velha”, mesmo tendo apenas vinte e dois anos de idade. E diziam também que ela não era nada bonita. Mas não para mim. Quando fui pedi-la em casamento, a família já havia decidido cobrar um dote de quatro vacas, mas se dispusera a aceitar três, ou mesmo duas vacas. Se eu regateasse muito, eles por fim aceitariam apenas uma vaca. E pronto: Sarita me seria dada por esposa. Seria uma boca a menos para sustentarem”.
“Em nossa cultura” – continuou Johny Lingho – “o status social de uma mulher depende de quantas vacas valeram o seu dote. E o dote máximo de que se tem notícia foi de cinco vacas. As mulheres conversam entre si orgulhosamente sobre isto. No dia aprazado, eu apareci na casa do senhor Lee com oito vacas. Foi o que eu ofereci como dote por Sarita. Não houve negociação. Desde então as pessoas comentam que o pai de Sarita me enganou”.
Nesse instante, surge uma linda e radiante mulher com uma bandeja e serve um lanche aos dois, retornando logo após para dentro de casa. A jornalista comenta que aquela era a mulher mais linda que ela tinha visto em toda aquela região e lhe pergunta qual o seu nome. Johny responde: “Esta é Sarita”.
“Você deve estar querendo saber por que eu dei oito vacas por Sarita” – emendou Johny Lingho. “Uma mulher que sabe que vale muito para seu marido tem motivo seguro para se orgulhar. Quando ela sabe que vale mais do que todas as outras, então ela deixa brotar de seu interior toda beleza e graça e força que possui, e isso a torna linda e preciosa aos olhos de todos”.
“Então quer dizer que você deu oito vacas por Sarita para vê-la desse modo?” – quis saber a jornalista, pensando no ufanismo dele.
“Não, não foi só por isso” – respondeu Johny. “Eu dei oito vacas por Sarita porque eu queria uma mulher que realmente valesse oito vacas”.
E a jornalista percebeu o que Sarita sabia: para Johny Lingho, ela era a mais preciosa de todas as mulheres.
Esta história eu li há cerca de vinte anos numa edição da revista Seleções e jamais pude esquecê-la. E, embora em nossa cultura não haja esse sistema de dote, é exatamente desse modo que um homem deve tratar a sua mulher. Cada homem deve valorizar a sua esposa mais do que todas as outras mulheres – não somente no dia dedicado a elas, mas todos os dias – pois, em o fazendo, terá uma mulher preciosa: aos olhos dela, aos seus próprios olhos e aos olhos de todos.
Oxalá todos os homens tivessem a mesma visão de Johny Lingho. Então cada um saberia que “o que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do Senhor” (Pv 18.22).
Louvado seja Deus por ter criado a mulher!

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe

Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" - http://www.oliberal.com.br/