Uma conhecida canção brasileira, de autoria de Ataulfo Alves e Mário Lago, trata da comparação que certo homem faz entre duas mulheres, cujo pilar principal era a forma com que cada uma encarava a vida. De título “Ai, que saudades da Amélia”, a canção preconiza a atitude passiva dessa mulher que enfureceu por décadas a vida das feministas de plantão.
A outra mulher é gastadora, “só pensa em luxo e riqueza”, ao passo que Amélia “não tinha a menor vaidade”, sendo, portanto, uma “mulher de verdade”. Já que a canção nasceu de uma necessidade de comparação, tomemos objetivamente o que as mulheres da Assembleia de Deus têm proposto como tema para o Congresso de Mulheres e comparemos com essa canção. Com certeza, Amélia não tem a menor chance.
As mulheres assembleianas escolheram o tema: “Mulheres em Busca da Excelência”, movidas por uma razão bem simples: Não há base para servir a Deus em um mundo caótico sem o compromisso da excelência de vida que glorifique o nome do Senhor. Isso não admite nenhuma opção de sustentação de passividade diante da vida.
Uma olhada de soslaio na transformação acelerada pela qual tem passado a sociedade, já serviria para mostrar que a “Era de Amélia” há muito agoniza em seu passivismo. E se o olhar busca na Palavra de Deus o apoio para a vida de “uma mulher de verdade”, basta uma parada no último capítulo do livro de Provérbios. Ali, sim, está a descrição de uma mulher que pautava a sua vida pela excelência, não pela passividade irresponsável de celebrar o desleixe e a miséria como opções de vida.
Essa mulher excelente não confunde humildade com pobreza, como Amélia, nem tampouco acha, como a outra, que vaidade seja uma questão da opulência exterior de um coração vazio. Ao contrário, ao vestir-se “de linho fino e de púrpura” satisfaz a vaidade que toda mulher tem, mas sabe principalmente que as suas verdadeiras “vestes” não são exteriores, mas “a força e a dignidade” de um coração que busca a excelência na vida.
Amélia não tem nenhuma chance. Nem a outra mulher. Enquanto a “louvada” Amélia “às vezes passava fome” ao lado do marido pobre porque era boêmio e irresponsável, chegando ao disparate de achar “bonito não ter o que comer”, a mulher descrita em Provérbios, ao contrário, faz o seguinte: prepara a comida para todos antes de clarear o dia, entrega-se ao trabalho com uma vontade plena de compromisso com o bem estar da sua família, fala com sabedoria e ensina com amor aos seus filhos.
Isso não basta? Ela trabalha arduamente para “o bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça”. Ela não deixa que as adversidades da vida lhe surpreendam, mas se antecipa no planejamento de prover a sua casa com investimentos que garantam estabilidade aos servos e tranquilidade ao marido e aos filhos.
O resultado é óbvio, ela recebe louvação: “Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas”.
Ela também não tem medo de envelhecer, pois sabe que “enganosa é a graça, e vã, a formosura”. E, sobretudo, entende que a mulher que finalmente será louvada na vida é “a mulher que teme ao Senhor”, não a que coisifica a vida em gastos supérfluos, ou a que teima em fazer parte da socialização da pobreza de um marido vil e preguiçoso.
A mulher descrita na Bíblia, juntamente com as mulheres assembleianas, deixam Amélia e a outra mulher comendo poeira nas estradas da vida. Mas o que desejam mesmo é que todas as que são “Amélias”, e as que não são, conheçam Jesus e descubram a graça de se tornarem mulheres de verdade.
Eu gostaria de ressaltar que conheço uma “mulher de verdade”, pois convivo com ela há mais de um quarto de século e sei, em verdade, que ela merece essa distinção. Rebekah, minha querida esposa, acabou de fazer 50 anos, e eu só revelo isso porque ela não teme envelhecer ao meu lado. O meu amor por ela cresce e se adapta à medida que nós dois caminhamos na vida.
Agora que estamos marchando juntos “rumo ao Centenário”, literalmente, declaro para que todos saibam: “Rebekah é uma mulher de verdade!”
Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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Um comentário:
a paz pastor grande sabedoria
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