sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Blog em manutenção, em breve novidades.

Seu lugar no corpo de Cristo

abelhas possuem uma das mais bem desenvolvidas estruturas sociais no reino animal. No centro da colméia, que normalmente abriga cerca de 80 mil abelhas, está a rainha. Sem ela, a colméia não tem futuro. Mas as outras jamais ficam paradas olhando sua rainha. Cada abelha tem uma função específica a cumprir.
As abelhas forrageadoras enfrentam os perigos do mundo externo para buscar comida. As sentinelas protegem a entrada da colméia contra os invasores. As responsáveis pelo “serviço funerário” retiram da colméia as abelhas que morrem. As coletoras de água retornam molhadas para manter a umidade.
As rebocadoras fabricam um tipo de cimento para reparos na colméia. E as ventiladoras se colocam na entrada, abanando o cheiro da colméia para fora, a fim de indicar a localização da colônia às abelhas desorientadas ou perdidas. As abelhas escoteiras mantêm a colméia alerta quanto às oportunidades e perigos do mundo exterior. A variedade e especialização das abelhas operárias parecem intermináveis.
No reino animal, ainda, as formigas têm um sistema de organização social semelhante. Cada tipo de formiga tem uma função especial no formigueiro, e tudo funciona da melhor forma possível, numa sincronia de fazer inveja aos melhores líderes e administradores. Tanto que o sábio Salomão aconselhou os preguiçosos a mirarem o seu exemplo: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio” (Pv 6.6).
Deus nos legou esses exemplos marcantes no reino animal acerca do que significa estar no lugar certo e na função certa, dos quais podemos tirar preciosas lições.
Guardadas as devidas proporções, no reino de Deus, o Senhor concedeu dons e talentos especiais a todos na Sua igreja, a cada um individualmente conforme lhe aprouve. Ninguém foi chamado para ficar simplesmente “esquentando banco”.
A diferença essencial entre o que ocorre nos grupos sociais de abelhas e formigas em comparação com a igreja, o corpo de Cristo, é que tais animais fazem tudo por instinto, mas na igreja cada membro tem de aprender e desenvolver a sua função. Está tudo no “DNA corporativo” da igreja, cada membro do corpo tem essa “mensagem” interior gravada em seu ser, mas precisa descobrir e aprender como utilizar seus dons e talentos.
Cada crente (do aparentemente menor ao supostamente maior) pode e deve fazer alguma coisa, pois no corpo de Cristo cada membro tem uma função definida, cuja operacionalidade é essencial ao seu bom funcionamento. Cada membro, igualmente, depende dos outros membros. (Leia 1 Co 12.12-27)
Mas há os que parecem estar na posição errada, para a qual não foram preparados, como olhos lutando desesperadamente para desempenharem as funções do ouvido. Ou, se preferir, trocando os pés pelas mãos.
Há também aqueles que, por falta de oportunidade, não desenvolvem seus talentos. E há outros que desenvolvem talentos inúteis para a igreja: em vez de pregarem, fazem mexericos; em vez de consolarem, machucam; em vez de orarem, murmuram.
Encontrar a pessoa certa para a posição certa é um dos maiores desafios da igreja, principalmente quando a vemos como um organismo, com cada membro ou órgão desempenhando sua função de acordo com seu talento específico.
O preço é alto e o desafio é de cada um. Quem é suficiente para essas coisas?

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe

Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" - http://www.oliberal.com.br/

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Que faria Jesus?

Bobby Unser foi um grande piloto da Fórmula Indy, uma verdadeira lenda do automobilismo. Ele enfrentou provas muito difíceis nas pistas velozes, mas não foi num autódromo que ele enfrentou a corrida mais difícil de sua vida. Ele e o amigo Robert Gayton estavam passeando na neve quando seus trenós pararam de funcionar.

Com a neve na altura do peito e enfrentando o vento cortante de 50 Km/h, a temperatura muitos graus abaixo de zero os fez procurar abrigo. Nada encontrando, tiveram que cavar uma caverna na neve, onde puderam passar a noite. No dia seguinte, encontraram uma casa com aquecedor e telefone.

Após o resgate, Unser declarou: “Cada decisão que tomávamos tinha de ser a correta”. Ele e o amigo enfrentaram uma terrível batalha contra elementos que não podiam controlar, enquanto faziam o possível para se manterem vivos.

Isso nos faz lembrar que, como cristãos, vivemos também uma “corrida”. O apóstolo Paulo disse: “Assim corro também eu” (1 Co 9.26). Como estamos vivendo em um mundo absolutamente hostil à nossa sobrevivência espiritual, essa corrida é muito difícil. Todos os dias temos de enfrentar forças que podem nos destruir.

Algumas dessas forças são externas: influências mundanas da mídia, tentações consumistas de toda espécie, o próprio estresse da sobrevivência e também amigos ou conhecidos que não apóiam a nossa fé. Algumas são internas: desejos egoístas, orgulho pessoal, soberba, inveja, autocomiseração, etc. Em ambos os casos, se tomamos decisões equivocadas ou erradas, essas “nevascas” podem nos abater ou simplesmente destruir.

Assim, em cada palavra ou ação, em cada movimento que fazemos, devemos perguntar “o que faria Jesus” nas mesmas circunstâncias. Isso tem a ver com o ensinamento de Paulo que devemos ser imitadores de Jesus Cristo (1 Co 11.1).

Foi isso o que fez um grupo de jovens universitários, ao estudarem a clássica obra de Charles Sheldon, “Em Seus Passos, Que Faria Jesus?”. Eles criaram uma pulseira com a sigla QFJ, a sigla de “Que Faria Jesus”, o que levou milhões de pessoas a ponderarem sobre essa situação.

Isso os ensinava que, ao tentarem entender os princípios espirituais que nortearam a vida de Jesus, poderiam tentar agir de acordo com o que Ele agiria. Isso com certeza tornou cada movimento de suas vidas algo importante, o que acabou por influenciar outras vidas ao seu redor.

Não são poucos os cristãos que sentem não causar impacto algum no mundo. Ora, num mundo com seis bilhões de pessoas – cuja maioria não conhece Jesus – e problemas esmagadores, como tentar imitar Jesus se suas orações e testemunho e dedicação não parecem causar impacto algum?

Frederick Buechner, comparando o mundo a uma gigantesca teia de aranha, escreveu: “Se você tocá-la em algum ponto, fará tudo tremer... Conforme nos movemos nesse mundo e agimos com bondade, ou indiferença, ou talvez com hostilidade em relação às pessoas que encontramos, também estamos fazendo a grande teia de aranha balançar. A vida que eu toco, com bondade ou maldade, irá tocar uma outra vida, que tocará outra até que, quem sabe onde o balançar da teia irá terminar ou em qual lugar e tempo longínquos meu toque será sentido. Nossas vidas estão ligadas. Nenhum homem é uma ilha”.

Tudo o que fazemos conta. Por isso, perguntar a si mesmo: “Que Faria Jesus”, é apenas o primeiro passo. Seguir a Jesus é o resto do caminho para quem quer ser vitorioso. Qual a sua decisão?



Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe

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