sábado, 26 de junho de 2010

Vencendo a Copa da Vida

A Copa do Mundo é competição, é luta, mas também é festa. Uma festa em escala planetária. O mundo tem seis bilhões de habitantes. Mais da metade param tudo para assistir aos jogos do maior fenômeno esportivo mundial. Nações contra nações numa “guerra” diferente, onde importa ganhar dentro do campo, em obediência a normas estritas.

A vida também tem a sua “Copa”, essa muito mais difícil, onde semelhantemente muitos podem ganhar ou perder. A Copa da Vida é, de longe, mais importante que a Copa do Mundo. Enquanto nesta o perdedor pode se recuperar na copa seguinte, na primeira a perda é irreversível.

Não quero obviamente arriscar análises sobre a Copa do Mundo. Existem os narradores, os comentaristas, os milhões de “técnicos” dentre os apaixonados torcedores, que poderão fazê-lo. Mas sobre a Copa da Vida, que venho “jogando” há tempos, e vencendo pela infinita graça de Deus, gostaria de elencar algumas considerações.

Da comparação dessas duas Copas brotam preciosas lições. Não sou o primeiro a fazer isto. O apóstolo Paulo, antenado com o mundo de sua época, usou o esporte como paradigma, emprestando conceitos das olimpíadas gregas para falar da Copa da Vida.

Ele disse: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível” (1 Co 9.24-25).

Não bastava competir; eles tinham de lutar do modo certo e ganhar. Deviam exercer domínio próprio, não viver de qualquer jeito, como se todos os caminhos levassem a Deus. Paulo entendia que Jesus é “o caminho, e a verdade, e a vida” que conduz à vitória (Jo 14.6); e que “há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” ou derrota (Pv 14.12).
Na Copa, assim como na vida, há normas. Paulo reconhecia que “o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas” (2 Tm 2.5). Quando arguido a respeito da maior norma (ou mandamento), Jesus disse: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc 12.30,31).

A Copa do Mundo é assistida por bilhões. Na Copa da Vida é assim também: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12.1-2).
Muitos perdem na Copa da Vida porque têm colocado ídolos (imagens, dinheiro, poder, sexo etc.) no lugar que pertence somente a Deus. No futebol há impedimentos, faltas, punições, cartões amarelo e vermelho. Na Copa da Vida, a infração principal é o pecado, a completa falta de “fair-play”.

Mas Deus evitar dar cartão vermelho, “porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tt 2.11).

A glória dos estádios é vã. Na Copa da Vida, há um “eterno peso de glória”. Na Copa do Mundo, as seleções lutam por um troféu que lhes pertencerá por quatro anos apenas. Na Copa da vida, o troféu é eterno.

Naquela como nesta, só os vencedores poderão ser coroados. Isto porque no céu não há lugar para perdedores. Jesus disse: “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” (Ap 3.5).

Alguns são desclassificados pelo caminho. Mas é preciso avançar: “Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14). É preciso vencer com fair-play, com a “consciência pura diante de Deus e dos homens” (At 24.16).

Muito esforço é desprendido para ganhar uma Copa. Assim também é na Copa da Vida, cujo alvo é ganhar o reino de Deus. Jesus afirmou: “O reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11.12).

Aqui, portanto, cabe uma pergunta: você está vencendo a Copa da Vida?


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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domingo, 20 de junho de 2010

Assembleia de Deus, 99 anos de Pentecostes Rumo ao Centenário



A Assembleia de Deus, Igreja-Mãe em Belém, comemorou no dia 18 de junho de 2010, os seus 99 anos com o tema 99 anos de pentecostes rumo ao Centenário, a grande festa aconteceu no dia 19 de junho, no Estádio do Mangueirão completamente lotado pelo povo de Deus.

Pessoas de vários lugares chegavam a todo o momento, muitas caravanas foram formadas especialmente para comparecerem a este evento abençoado por Deus. A chuva bem que tentou mais não conseguiu apagar o brilho dacelebração, que iniciou com os louvores cantados pelas Belemitas, Raquel Malafaia e Marco Aurélio. Houve uma bela coreografia que mostrava a evolução dos 99 para os 100 anos, com a participação de 540 jovens e adolescentes de diversas congregações de Belém, dirigidos pela irmã Rebekah Câmara.

A palavra foi ministrada pelo Pastor Silas Malafaia e teve como tema o texto da Bíblia em êxodo 14:15 - “Então disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem”, versículo este traduzido pelo pastor como “Dize aos Assembleianos que marchem” , referindo-se a marcha Rumo ao Centenário que será comemorado no próximo ano.

Em sua pregação o Pastor Silas Malafaia deixou como parte de sua mensagem aos presentes que “Sonhos sem atitudes é coisa de sonhador preguiçoso” e “Sonhos com atitudes corretas, produz uma pessoa de potencial ilimitado”, fazendo referência ao que as pessoas cristãs ou não, estão determinando para as suas vidas e concluiu dizendo “Nós pentecostais estamos aqui na geração do Centenário para ganharmos o Brasil para Jesus”.

A festa foi linda e contou com a presença de pessoas ilustres como: a Senadora da República, Marina Silva, Governadora do Estado do Pará, Ana Julia Carepa, Comandante da Policia Militar, Coronel Emanuel Leitão, Delegado Geral da Policia Civil, Raimundo Benassuli, Sec. de Meio Ambiente, Sebastião Oliveira, além da presença de pastores de vários estados brasileiros, entre outros.

A comemoração dos 99 anos foi uma prévia da grande celebração que o povo de Deus irá fazer no Centenário. Esperamos por você aqui em Belém do Pará, para realizarmos a maior festa pentecostal do mundo! Vamos Rumo ao Centenário!


Fonte: Site do Centenário


sábado, 19 de junho de 2010

Centenário Pentecostal

A contagem regressiva já começou! E hoje é o primeiro dia de um ano inteiro para a Assembleia de Deus em Belém e no Brasil completar o ciclo histórico que culminará na comemoração do seu Centenário.

Há exatos 99 anos, um pequeno grupo de crentes evangélicos de Belém e dois missionários da Suécia, Daniel Berg e Gunnar Vingren, estavam cultuando a Deus conjuntamente em preciosos momentos de oração, louvor e adoração.

Esse culto tinha uma característica peculiar, algo que os diferenciava radicalmente dos demais religiosos que existiam não somente na capital paraense, mas em todo o Brasil: eles experimentavam manifestações espirituais sobrenaturais, nas quais, como os discípulos nos templos bíblicos, falavam em outras línguas e profetizavam, assim como demonstravam o poder de Deus para salvação dos perdidos, libertação dos cativos e cura de enfermos.

Era justamente esse poder sobrenatural que marcava e diferenciava a nascente comunidade pentecostal. Antes mesmo de 18 de junho, data oficial de fundação da Assembleia de Deus, as manifestações pentecostais já eram vivenciadas pelos primeiros membros da novel igreja.

Quando Celina Albuquerque começou a falar em “línguas estranhas” em êxtase espiritual, exatamente como as Escrituras relatam que aconteceu com os discípulos da Igreja Primitiva no dia de Pentecostes (Atos 2.1-12), ela tornou-se reconhecidamente a primeira pessoa no Brasil a ser batizada com o Espírito Santo.

A presença do poder pentecostal como normalidade na vida da igreja não somente tornou aquele grupo diferente, mas trouxe a capacidade de servir a Deus em uma dimensão mais ampla. Como quem serve a Deus no poder do pentecostes é movido por uma motivação avivada para alcançar e abençoar outras vidas, os pioneiros se lançaram na proclamação do evangelho em Belém, nas demais cidades paraenses e, posteriormente, em todos os estados do País.

O Espírito Santo colaborou com esse pequeno rebanho, enquanto o Senhor estendia as Suas mãos para salvar, libertar, curar e abençoar muitas vidas. Esse poder os tornou ousados na proclamação do evangelho, pois, mesmo em face às perseguições de outros grupos religiosos e resistências espirituais da maldade, eles continuaram nas manifestações do poder pentecostal, de modo que muitos mais crentes passaram a glorificar o nome do Senhor Jesus e incontáveis vidas foram alcançadas pelo amor de Deus.

O resultado foi um crescimento extraordinário, que fez da Assembleia de Deus a maior denominação evangélica do Brasil, hoje com cerca de 20 milhões de membros, centenas de milhares de pastores e dezenas de milhares de templos espalhados pelo Brasil, além de um intenso trabalho missionário que leva o evangelho a todo o mundo, inclusive através dos meios de comunicação de massa.

De modo semelhante ao dia de Pentecostes, em Jerusalém, quando muitos foram atraídos pelo poder pentecostal, viram e ouviram os discípulos falando em outras línguas e glorificando ao Senhor Deus, esperamos agora que muitos sejam atraídos a Belém, a fim de participarem conosco deste momento pentecostal marcante.

Venha conosco celebrar sob a presença e o poder de Deus e brade conosco o nosso grito de celebração: Assembleia de Deus em Belém – 99 anos de Pentecostes Rumo ao Centenário! Saudamos bem-vindas as caravanas de pastores de vários estados do Brasil, os quais participaram da nossa Convenção Centenária da Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Brasil (CIMADB) e continuam abrilhantando as nossas festividades.

Neste sábado, às 18h, ocorrerá a Grande Concentração Pentecostal no Estádio do Mangueirão, que será transformado no “cenáculo a céu aberto” lotado de adoradores, quando esperamos ter um grande derramamento do poder do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus.

Enquanto marcha rumo ao Centenário, a Assembleia de Deus em Belém tem diante de si enormes desafios. Por sua natureza, um desafio é o “ato de incitar alguém para que faça algo, geralmente além de suas possibilidades”.


Os primeiros assembleianos tiveram os seus desafios e os cumpriram sob o poder de Deus. Prova disso é que a mensagem chegou até nós no mesmo poder de pentecostes. Agora é a vez da “geração do Centenário”. Temos o dever de celebrar no mesmo poder sobrenatural que caracterizou os humildes começos dessa grande obra de Deus.


Portanto, só deve nos interessar uma celebração plena do Poder Pentecostal, onde Deus manifeste abundante e poderosamente a Sua glória para suprir as nossas necessidades e nos capacite para alcançar as nossas metas, transformando vidas e demonstrando com muitas provas incontestáveis que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador.


A minha oração é esta: “Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos” e nos conceda um Centenário Pentecostal!

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Faltam 369 dias para o Centenário



Pr. Samuel engraxando sapatos para levantar recursos para o centenário. É o brilho do Centenário!

Irmã Rebekah Câmara via Twitter:
http://twitter.com/rebekahcamara

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Glória a Deus pelos 99 Anos!

Glória a Deus! Há 99 anos, no Brasil, começou o maior movimento pentecostal da atualidade, um dos mais importantes movimentos da história da fé cristã. Glória a Deus! Pois começou no meio dos crentes em Jesus, os quais começaram a indagar sobre o poder do Espírito Santo e acerca dos dons espirituais citados nas Escrituras:

Essas promessas registradas na Bíblia são para nós hoje?

Por que não são usadas na vida da igreja e na evangelização?

Por que essas verdades não são ensinadas, se nos dizem respeito?

E quando Deus respondeu a essas indagações sinceras de corações sedentos com o derramamento do Espírito Santo, o fez do mesmo modo que no princípio da Igreja de Jesus Cristo, em Jerusalém. Foi assim que se formou a Assembleia de Deus, em Belém do Pará.

Glória a Deus, pois são passados 99 anos, todos repletos de bênçãos que glorificam o nome do Senhor! A glória pertence unicamente a Deus!

O fato de a pequena Belém, do início do Século XX, ter sido o alvo da escolha divina para iniciar esse grande movimento pentecostal é algo surpreendente. Belém era uma cidade de economia decadente, com o fim do ciclo da borracha. Além disso, por não dispor de saneamento adequado, sua população sofria terrivelmente por causa dos surtos de febre amarela, malária, lepra e tuberculose, assim como de muitas outras doenças tropicais.

Deus começou essa obra com dois estrangeiros, que vieram sem nenhum apoio financeiro ou suporte missionário; além disso, nem mesmo sabiam falar a nossa língua. O pequeno rebanho que conseguiram reunir contava menos de vinte crentes, sem personalidades de destaque em qualquer área.

Glória a Deus! Pois foi exatamente nesta cidade e com esse pequeno grupo que o Senhor começou esta obra vitoriosa, que depois se expandiu vigorosa para abençoar o Brasil e o mundo. Hoje, esta obra está presente em cada recanto deste imenso País e já alcançou 175 países do mundo!

Glória a Deus porque os crentes avivados pelo poder do Espírito resolveram viver como agentes da bênção de Deus, orando e pregando, levando milhões ao conhecimento do amor de Deus por intermédio de Jesus Cristo!

Glória a Deus por causa das muitas outras denominações evangélicas, pelo bendito trabalho que têm realizado! Mas temos de glorificar o nome do Senhor Deus, pois que, sem a Assembléia de Deus, a história da evangelização do Brasil ainda estaria escrita de modo débil e inexpressivo. Mas, longe de nos vangloriarmos, isso é motivo de glorificarmos ao Senhor Deus, pois a glória pertence a Ele!

Glória a Deus! Pois chegamos à semana de nossa grande celebração, cujo tema é: “Assembleia de Deus em Belém – 99 anos de Pentecostes Rumo ao Centenário”.

Glória a Deus que me escolheu como pastor desta amada Igreja-mãe, de modo que tenho a honra de convidar a todos os belenenses para participarem conosco destas festividades.

Veja, abaixo, a nossa programação para esta semana, para que você possa agendar a sua participação conosco, com a permissão de Deus.

Neste sábado (12), a partir das 8h, teremos o Pentecostes Social em 24 pontos de atendimento nas ruas, praças e postos de saúde da cidade. Às 16h, acontecerá o Casamento Comunitário, no templo central, com uma linda cerimônia religiosa com efeito civil para 290 casais.

No dia 17 de junho, faremos o Culto de Abertura da Celebração dos 99 Anos da Igreja-mãe em Belém, às 19h, no templo central.

No dia 18 de junho, ocorrerá a Grande Carreata, com partida de três pontos: Belém (concentração na Escadinha do Cais do Porto), Icoaraci e Marituba (com a participação das igrejas dessas localidades) com destino ao estacionamento do Estádio do Mangueirão, encerrando o evento com um clamor por Belém, pelo Brasil e pelas nações.

No dia 19 de junho será a Grande Concentração Pentecostal no Estádio do Mangueirão, transformado num templo lotado de adoradores, quando esperamos ter um grande derramamento do poder do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus.

Glória a Deus pelos 99 Anos de Pentecostes! Estamos prontos para mais um derramamento do Espírito Santo em nossa geração, pois precisamos cumprir fielmente o chamamento de Deus, e isso só será possível mediante a operação do Seu poder.

Glória a Deus porque marchamos “Rumo ao Centenário” na certeza de que o melhor do Pentecostes ainda está por vir. Glória a Deus!

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Uma questão de fé

Normalmente, não devemos julgar questões de fé, cuja natureza é subjetiva, pois se passam unicamente no interior de uma pessoa. Mas penso que é necessário nos manter bem-informados (jamais mal-informados ou não-informados) a respeito. É preciso saber sobre esse assunto demasiado importante, que abrange o certo e o errado, o bem e o mal, e que, em última instância, decide a nossa vida em relação ao céu ou ao inferno.

Observando o caminho da religiosidade humana, frequentemente encontro pessoas que se dizem “cheias de fé” — cuja expressão funciona como referendo para o tipo de vida que levam ou, ao fim e ao cabo, acaba virando um “passaporte” para a solução de todos os problemas. Os arroubos de declarações assim levam-me a pensar que a fé é, geralmente, uma doutrina incompreendida.

Há pelo menos um princípio fundamental que circunscreve este assunto a uma esfera plenamente mensurável e, portanto, compreensível. É o seguinte: se uma pessoa diz ter fé, essa mesma fé deve desembocar em obras correspondentes.

Portanto, a fé é assim: “Se não tiver obras, por si só está morta” (Tg 2.17).

Por exemplo, se alguém diz ter fé em Deus, a sua vida deve espelhar, principalmente na esfera do caráter, uma excelência que demonstre esse relacionamento com o Divino. Como pode alguém dizer que crê em Deus e essa fé em nada o transforme, continuando a viver a mesma vidinha pecaminosa de sempre?

Sendo assim, por que em muitas vidas faltam os frutos espirituais que se remetam à fé que dizem possuir? Onde está a transformação radical na conduta e perspectiva geral nas suas vidas?

Parece, em geral, que muitos “fiéis”, por mais sinceros que sejam, fracassam completamente em tirar o mínimo proveito da doutrina da fé ou receber a partir dela qualquer experiência satisfatória. Isso acaba por tornar-se uma negação da própria fé que julgam professar.

Após anos a fio de labuta pastoral, ouvindo e aconselhando os mais diversos tipos de pessoas, tirei preciosas conclusões a respeito da fé que muitos professam.

Alguns utilizam a fé como um substituto à obediência. Apegam-se a textos bíblicos isolados, tomados muitas vezes fora de seu contexto, ou então se baseiam nas suas fugazes experiências, para deixar de obedecer aos mandamentos óbvios expressos na Palavra de Deus. Quem crê, obedece. A falha em obedecer é uma prova irrefutável e convincente de que não há verdadeira fé.

Há os que usam a fé como um refúgio da exigência de raciocinar, pois vivem como se a fé fosse um “salto no escuro”.

Outros a usam como uma fuga da realidade, tentando fazer desaparecer o infortúnio “mediante a fé”, e ficam a repetir “mantras”, talvez na tentativa de vencer Deus pelo cansaço.

Há os que utilizam a fé como um esconderijo para um caráter fraco, dando ao mundo um mau exemplo de que pessoas de fé são desprezíveis, quando a Bíblia mostra exatamente o oposto.

Outros confundem fé com otimismo, circunscrevendo a fé à dimensão das suas próprias emoções e tiques nervosos. E ainda há aqueles que pensam na fé como uma força ou influência.

Ora, se a mudança de um estado de “falta de fé” para outro de “viver pela fé” não faz uma real diferença na vida de alguém, não creio que faça também alguma diferença para Deus. “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Rm 10.17).

Fé é confiança em Deus, é uma certeza que vem da revelação da Palavra de Deus: “A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus”; e também: “A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hb 11.1,6)

A verdadeira fé se apóia no caráter de Deus e não exige outras provas além da perfeição moral Daquele que jamais mente. Mas não para nesse ponto, antes, desemboca em mudança de vida, em atos concretos (boas obras) que Deus preparou para que andássemos nelas. (Ef 2.10)

O Centenário da Assembleia de Deus é algo assim, fruto da fé de uma multidão de fiéis que, ao longo do tempo, viveu para Deus e fez diferença no mundo. Ainda hoje, todos os nossos desafios são decorrentes da fé. Fé que desemboca em obras. Obras que glorificam a Deus.

Assim, podemos dizer: “Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2.18).

Vamos todos juntos, pela fé, rumo ao Centenário!


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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