sábado, 28 de janeiro de 2012

Ser diferente para fazer diferença

Ser diferente para fazer diferença: essa é a essência e a expressão da vida do crente em Jesus. Todavia, isso sempre ofereceu motivos de sobra para o mundo estranhar, seja pelo comportamento diferenciado do crente ou por suas afirmações verbais a respeito da certeza de salvação eterna.

Não é à toa que as pessoas se indignam quando um crente se diz “salvo”. Também, é surpreendente o incômodo que a presença de uma pessoa fiel a Jesus causa nos ambientes que frequenta. Se um grupo costuma falar obscenidades, se cala ou muda de assunto à chegada do crente, mesmo que este não diga palavra alguma. Talvez você pergunte: “Por que isso ocorre?”.

Primeiramente, penso que a causa são as perspectivas que o cristianismo oferece, principalmente uma sólida base para a dignidade humana. Como fomos criados à imagem e semelhança de Deus, refletimos o caráter da Fonte do Universo e temos um destino eterno. Entendemos que não há hierarquia espiritual para chegarmos a Deus, pois todos somos iguais perante Ele e merecemos ser tratados com dignidade.

Cristo também oferece senso de significado e propósito, pois somos de Deus, Nele existimos e nos movemos, para Ele vivemos e Ele mesmo habita em nós, pois somos “templo do Espírito Santo”. Como Jesus é Fiel e nos afirmou que somos salvos ao crermos em Seu nome, temos, por isso, um forte senso de segurança sobre o nosso destino eterno, pois Ele também prometeu que viria nos buscar para estarmos para sempre na Sua presença (Jo 14.3; 1 Ts 4.17).

Segundo, isto decorre, igualmente, do que Cristo espera de nós e de como, em função disso, respondemos aos seus ensinamentos. Jesus afirmou: “Vós sois sal da terra e luz do mundo”. Isto é algo do qual não se pode fugir, pois integra a natureza do crente. A ordem colocada por Jesus, de ser primeiro sal e depois luz, tem uma razão de ser. O sal fala do que somos; a luz, do que fazemos. Uma coisa sem a outra é a sua própria negativa.

Como o sal é diferente do material sobre o qual é aplicado, o crente em Jesus tem de ser diferente das pessoas do mundo. Como uma pequena quantidade de sal faz uma enorme diferença, um único crente pode também fazê-lo.

O mundo é essencialmente pecaminoso e mau, semelhante a um pedaço de carne que tende à putrefação. Assim, a ação do sal é ser um anti-séptico, transmissor de vida, saúde e preservação, como impedimento da atuação dos agentes que favorecem a putrefação. Além disso, o sal dá sabor.

Sem a presença de Cristo no crente, e deste no mundo, a vida inteira perderia o sabor. As pessoas do mundo buscam sofregamente os prazeres pecaminosos, mas ao mesmo tempo sentem que a vida é enfadonha, sem sentido e sem graça. O crente, ao contrário, pela sua fé em Cristo, carrega em seu coração a Fonte da vida, não precisa do pecado para ter prazer e sentir-se alegre.

A despeito de todo o conhecimento científico acumulado, o mundo não se tornou mais “iluminado”; antes, suas trevas continuam cada vez mais espessas. Por isso precisa da luz que emana de Jesus e é refletida a partir de cada crente. O primeiro efeito da luz é dissipar as trevas. A presença do crente, portanto, faz as pessoas tomarem consciência das trevas espirituais em que se encontram.

A luz também explica as causas das trevas. O crente, ao viver como luz, deixa patente o quanto as pessoas estão distantes e alienadas de Deus. Assim como a luz é inevitável, o crente, por viver uma vida “diferente”, não pode deixar de ser notado, pois “não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte”.

Como sal da terra, o crente exerce uma influência de aspecto geral, englobando a vida toda, pois o seu modo de viver contrasta, por sua excelência, a influência do mal. É uma ação “controladora”, no sentido de que preserva e dá sabor.

Como luz, sua influência é mais específica. Quando as pessoas virem que há “algo diferente” no crente, então quererão saber a razão disso. Desse modo, o crente pode se destacar como elemento iluminador, pode falar da excelência da vida cristã e ensiná-las a viver uma vida abundante centrada em Cristo.

Se alguém se diz crente, mas não age como sal e luz, então é mais provável que seja apenas crente nominal. Tentar inverter as coisas, tentar ser primeiro luz sem ser sal, ou seja, pregar sem viver, dá na mesma situação que alguém falou a um certo “crente” nominal: “O que vives fala tão alto que não consigo ouvir o que dizes”. Ser fiel a Jesus é que faz a verdadeira diferença!


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém


sábado, 21 de janeiro de 2012

O que significa ser crente hoje

No início da Era Cristã, os discípulos de Jesus foram chamados de cristãos, mas isso nada tinha de elogio; era apenas um adjetivo pejorativo, pois eles eram “diferentes”. Naquele tempo eles eram perseguidos e lançados às feras. Quando o cristianismo se tornou a religião majoritária e oficial, cristão virou substantivo. Ficou “chique”, pois não mais havia perseguições e apenas se requeria deles mera formalidade exterior.

Aconteceu de modo semelhante com os crentes no Brasil. De um passado de perseguições inclementes, ocasião em que muitos pagaram com a própria vida por causa de suas convicções, depois as coisas mudaram. Com inúmeras igrejas e teologias para todos os gostos (e desgostos), ser crente ganhou uma conotação “chique” que destoa de seu antigo significado.

Muitos acham que crente é aquele que não mata, não rouba, não mente, não tem vícios, frequenta igreja, veste-se modesta e decentemente, e não fala coisas inconvenientes. Outros acham que o crente não precisa ser diferente, isto é, pode viver do mesmo jeito que vivia antes, desde que faça as coisas “em nome do Senhor”. Já outros acham que, sendo crentes, adquirem um passaporte para um mundo-cor-de-rosa, tornando-se supercrentes: jamais ficam doentes, não têm crises financeiras, nem quaisquer problemas.

Embora respeite opiniões contrárias, entendo que ser crente é algo mais profundo, pois tem a ver com a mente e o coração, com uma radical mudança na essência do ser, e não apenas com meras atitudes exteriores. Pode-se tentar dar muitas definições, mas ser crente jamais passará disso: uma nova criatura a viver de conformidade com o Evangelho de Jesus Cristo. Esse ponto tem sido ignorado e traz muitas confusões às mentes das pessoas.

Mas o termo crente está em desuso. Agora, o chique é ser evangélico. Quando mulheres famosas posam nuas, falam imoralidades e rebolam “em nome do Senhor”, se dizendo evangélicas e defendendo que o exterior não importa, pois “Deus quer é o coração”; quando bandidos contumazes cometem todo tipo de atrocidade, mas no dia seguinte a serem pegos já se postam com a Bíblia na mão e se dizem evangélicos; quando desvios de comportamento procuram ser atenuados com essa nova palavra mágica, então podemos ver que algo está errado não só no entendimento do que significa ser evangélico, mas no próprio “modus vivendi” das pessoas que trazem afrontas e vitupério ao nome de Cristo.

Crente e evangélico, por definição, deveriam ser essencialmente a mesma coisa — aquele que segue fielmente o Evangelho. O problema é o desvio espiritual de quem quer apenas um rótulo chique, cuja religião demonstra cristianismo sem Cristo, discipulado sem cruz, privilégios sem responsabilidades, espiritualidade sem amor, liturgia sem liberdade do Espírito, e piedade sem poder de Deus.

Se crente é aquele que segue o Evangelho, tomemos uma expressão do Sermão do Monte para julgarmos a situação segundo a reta justiça. Jesus disse: “Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido... para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte”.

A função primária do sal é salgar, preservar e dar sabor. O propósito da luz é iluminar. São coisas tão evidentes que não necessitam de ilustração. Jesus as utilizou para deixar claro que esperava de Seus discípulos que a sua influência na sociedade fosse semelhante ao sal e luz.

O problema é que alguns são “crentes” apenas nominalmente, não são regenerados; são “crentes” insípidos e em trevas, que nunca salgam e jamais iluminam nada. Jesus os identificou como “joio”. Estes alargam o “caminho estreito” da salvação e fazem com que o nome do Senhor seja blasfemado. Em contrapartida, louvo a Deus pelos crentes fiéis, os quais vivem de modo digno do Evangelho, honrando o bom nome de Cristo e demonstrando com o seu exemplo que a verdade do Evangelho se credencia na prática.

Quando a sociedade julga os crentes por aqueles que não vivem de acordo com o Evangelho, podemos tirar disso uma lição. A sociedade espera que sejamos realmente diferentes, que vivamos o que pregamos, não o contrário. Quando somos expostos pela imprensa por causa de uns poucos “convencidos” (não convertidos), isso só deve nos fortalecer no propósito de continuarmos a ser sal e luz num mundo que se revolve cada vez mais na podridão de suas próprias trevas espirituais e morais.

Jesus disse que a árvore é conhecida pelos seus frutos. E também afirmou: “Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”. Vale a pena ser crente em Jesus!

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

sábado, 14 de janeiro de 2012

Um presente para Belém

Lembro-me de uma comovente história, de uma menina que resolveu dar de presente à sua professora uma linda e rara concha marinha. Perguntada sobre onde a havia conseguido, a menina respondeu que aquele tipo de concha só era encontrado em uma praia muito distante dali. A professora, profundamente comovida, porque sabia que a menina havia caminhado vários quilômetros para buscar a concha incomum, disse: “Você não deveria ir tão longe só para me trazer um presente”. Ao que a garotinha sorriu e respondeu: “A caminhada faz parte do presente”.

A dádiva que Deus nos deu através de Jesus também começou com uma longa jornada. Jesus deixou a glória dos céus e veio habitar entre os homens, embora a humanidade estivesse imersa no pecado e na injustiça. Ele tomou a nossa natureza humana, como está escrito: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”; e também percorreu o longo caminho até a cruz, onde tomou sobre Si os nossos pecados, pagando por eles com Seu próprio sangue.

Ele dá o maravilhoso presente da vida eterna a todo aquele que Nele crê. Nós nada merecíamos, “porque o salário do pecado é a morte”, porém Deus colocou um “mas”, quando acrescenta: “mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Desse modo, Cristo, “sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos”. Foi com a vinda de Jesus que “a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”.

Jesus foi longe demais para nos dar esse valioso presente! Ele foi às últimas consequências, morrendo por toda a humanidade. Isso, obviamente te inclui, querida Belém do Pará.

Quando, pois, pensei em saudar-te pelos teus 396 anos de existência, completados no último dia 12, minha querida Belém, fiquei a pensar nos grandes desafios que superaste e nos muitos avanços que conseguiste! Nunca o terias feito sem a abundante graça que o Senhor Deus te dispensou ao longo de tua gloriosa história, na qual Deus sempre manifestou a Sua presença.
Esse mesmo Deus que te concedeu o maior-presente-de-todos, o Seu Filho Jesus Cristo, também te deu a presença da Igreja, que é o corpo de Cristo, composta de todos os fiéis servos de Jesus Cristo, que representam em teu seio uma verdadeira reserva moral e espiritual, como “luzeiros no firmamento”, tudo para te servir e aos teus filhos, apontando-lhes o caminho do amor e da fé e da esperança. Essa longa caminhada conjunta também faz parte do presente.

Quando Deus enviou Seus dois humildes servos, Gunnar Vingren e Daniel Berg, em 19 de novembro de 1910, foste acolhedora e os recebeste de braços abertos. Pela providência divina, esses dois homens fundaram a Assembleia de Deus, em 18 de junho de 1911, que agora é centenária. E depois, Deus te enviou também este humilde servo, que ora te escreve, como um nascido fora de tempo, para também te amar e te servir. Isso também faz parte do presente.
Em nossa caminhada conjunta de cem anos, somos gratos pelo teu apoio e das tuas autoridades. Agradecemos o teu apoio nas festividades do Centenário da Igreja-mãe, quando inauguramos o Centenário Centro de Convenções, o Museu Nacional, a Avenida Centenário... e tudo isso faz parte do presente.

Minha querida Belém, quisera eu, viesses a reconhecer a graça de Deus em tua história! Saberias que a glória natural de tua natureza exuberante foi o presente de um manto com o qual Deus te vestiu diante do mundo, embora também tenha te exposto por outros bons motivos. Por isso, não exagero em afirmar que Deus tem um trato especial contigo, assim como teve com Belém da Judeia, tua “xará” mais velha, a escolhida para ser o berço do Salvador Jesus Cristo.

Belém, casa de pão, padaria. Este é o significado original do teu nome. Assim, querida Belém, tu foste escolhida não somente para seres o berço da Assembleia de Deus no Brasil, mas também, das tuas entranhas, como uma “padaria” que produz “pão espiritual”, enviar teus filhos fiéis a Deus para levarem o alimento do Céu para muitas nações.

Por isso, Deus fez de ti a Capital Pentecostal do Brasil, quiçá do mundo, pois este movimento está presente em todas as cidades do País, sendo reconhecido como o maior movimento evangélico mundial. Isso tudo é graça de Deus... isso faz parte do presente.

Parabéns, querida Belém, pelos teus 396 anos de abençoada história! Esteja certa de que, pela graça e misericórdia de Deus em teu seio, o melhor ainda está por vir... e isso também é parte do presente.

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Parabéns Belém



Parabéns, Belém, pelos 396 anos de gloriosa história e conquistas! Que o Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz!

Pr. Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Equação da Felicidade

Todo início de ano, muitas pessoas estabelecem novos alvos, fazem novas promessas, aceitam novos desafios, tudo em busca da tão sonhada felicidade. Talvez não exista uma única pessoa normal neste mundo que não queira ser feliz. Embora muitos nem saibam definir felicidade, buscam-na com avidez, como num jogo de “vale tudo”. Desse modo, outros tantos fazem simpatias, buscam orientações em horóscopos, procuram o conselho de gurus, seguem terapias as mais exóticas (cristais, pirâmides, águas coloridas, cromoterapias, metais magnetizados etc.), além de buscarem orientação espiritual numa multidão de religiões para todos os gostos.

Cedo ou tarde, algum cientista vai querer descobrir a existência de um gene responsável pela felicidade. Alguns psicólogos britânicos, contudo, alegam ter descoberto a fórmula da felicidade, que consistiria numa simples equação: “P + (5xE) + (3xA)”.

Definindo os termos: P corresponde a Pessoal (características da visão da vida, adaptabilidade e flexibilidade); E mede o que é Essencial ou Existencial (saúde, estabilidade financeira, amizades); e A representa as coisas que o entrevistado considera como “em Alta” em sua vida (autoestima, ambições, expectativas). É bem provável que muitos cheguem à conclusão, ao fazerem as contas, que felicidade é algo complicado e que não dá mesmo para ser feliz.

Inúmeras pessoas pensam que ser feliz é não ter problemas ou dificuldades na vida. Mais ou menos como uma vida boa, com muito dinheiro e prazeres, não tendo de dar duro, com os dias livres a se balançar numa rede à beira-mar. Se assim fosse, isto seria algo para bem poucos afortunados. Outros acham que a vida é só tristeza e que a felicidade é composta apenas de momentos escassos e fugidios, como diz a canção popular: “Tristeza não tem fim; felicidade, sim”.

Desse modo, se é possível ser feliz, em que consiste a felicidade?
Existe mesmo uma equação da felicidade que funcione?

Jesus não apontou, definitivamente, uma fórmula da felicidade. Mas o que Ele ensinou pode nos tornar felizes e de bem com a vida, a despeito de quaisquer problemas e dificuldades. Os princípios consistem em verdades simples e inteiramente aplicáveis. Ele nos fez saber a razão de sua vinda: “Eu vim buscar e salvar o que se havia perdido”. Isso inclui a todos: pobres e ricos, sábios e ignorantes.
Jesus morreu na cruz e carregou sobre Si mesmo os nossos pecados e também as nossas dores e enfermidades.

Essa é a garantia de que podemos nascer de novo (“nascer da água e do Espírito”), para termos plena comunhão com o único Deus e Criador dos céus e da terra, reatando os laços outrora quebrados pelo pecado. Na esplêndida vida que viveu, Jesus nos ensinou a ser fortes o bastante para sabermos o quanto somos fracos; ensinou-nos também a coragem para sabermos enfrentar a nós mesmos quando temos medo; a termos dignidade na derrota inevitável e humildade na vitória; a conhecer a Deus para que saibamos conhecer a nós mesmos.

Com Jesus aprendemos a viver de cabeça erguida sob a pressão e o aguilhão das dificuldades e dos obstáculos; a nos mantermos em pé durante as tempestades da vida; a ter compaixão dos fragilizados, dos sem-vez e sem-nome, dos sem-história e sem-dignidade. Ele nos ensinou a ter o coração puro e os ideais elevados; a dominar‑nos a nós mesmos em vez de procurar dominar os outros; a rir e a chorar, sem que uma coisa anule a outra.

Jesus nos ensinou a colocar os olhos no futuro, sem a necessidade de esquecer o passado, que também está em suas mãos; a ter compreensão para além das coisas meramente terrenas e passageiras, o bastante para que sejamos sérios, sem contudo nos levarmos demasiado a sério. Ele ensinou a virtude da humildade, pois assim podemos ter sempre em mente a simplicidade da verdadeira grandeza, a tolerância da verdadeira sabedoria e a humildade da verdadeira força. Enfim, nos ensinou que a nossa vida e o trabalho de nossas mãos, com Ele, jamais serão em vão, mas darão fruto para a vida eterna.

Um dos mais belos hinos cristãos foi fruto de uma tragédia pessoal na vida de dois devotados e piedosos missionários. Eles haviam acabado de perder duas filhas pequenas em um naufrágio. Ao retornarem para sua terra natal, de passagem pelo mesmo local do acidente, o saudoso pai compôs essa joia preciosa: “Se paz a mais doce me deres viver, se dor a mais forte sofrer; / Oh! Seja o que for, tu me fazes saber, que feliz com Jesus sempre sou. / Sou feliz com Jesus; sou feliz com Jesus, meu Senhor!”

Para quem tem Jesus na vida, a felicidade aqui é apenas o começo.
Felizes mesmo seremos quando estivermos para sempre com o Senhor Jesus no Céu.

Samuel Câmara

Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br

domingo, 1 de janeiro de 2012

Uma Viva Esperança em 2012

Conta-se que o milionário Eugene Lang, convidado para falar aos alunos de uma escola localizada num bairro pobre de Nova York, se deparou com um dilema: o que poderia dizer para inspirar aqueles estudantes a vencer na vida? Exatamente ali, o índice de abandono escolar era muito elevado; e Lang sabia que a maioria dos alunos logo seguiria por esse caminho sem futuro. Por fim, compreendeu que deveria falar aos alunos uma mensagem do fundo do coração. Ele então os aconselhou: “Continuem na escola e eu ajudarei a pagar as despesas da faculdade de cada um de vocês”.

Foi um momento culminante na vida daqueles jovens, pois pela primeira vez eles tinham esperança. O resultado é que cerca de 90% desses estudantes concluíram o curso superior.

Este simples exemplo nos mostra que pessoas com uma firme esperança têm um futuro pelo qual lutar. O contrário também é verdade: pessoas sem esperança são pessoas sem futuro. Sempre que a esperança é restaurada, a vida ressurge com um novo vigor. A esperança é, decerto, o motor da vida. Por sua vez, a fé é o ativador da vida, o combustível que alimenta e mantém esse motor em funcionamento. O amor é o motivador da vida, que dá sentido a tudo o mais.

Sempre que o limiar de um novo ano se prenuncia, esperança é a palavra da moda. É comum vermos pessoas externarem o que esperar da vida dali em diante. E a maioria, indubitavelmente, se reveste de algum tipo de esperança, embora boa parte das vezes circunscrita simplesmente ao “aqui e agora”; quase nada é dito a respeito da eternidade.

É sempre bom desejar dias melhores, ainda que a visão da vida não seja tão larga e abrangente. Mas, convenhamos, é preciso pensar na vida numa extensão para além do próprio nariz e numa profundidade que ultrapasse a rasura do próprio umbigo.

Algumas pessoas vivem como se a vida não tivesse propósito algum, como se tudo acabasse aqui mesmo. Morreu, acabou! Outros há que até pensam em alguma continuidade na vida depois da morte, como se houvesse um retorno para viver uma outra vida para, então, acertar as coisas. Mas tudo fica para depois. Há também aqueles que, mesmo sabendo que existe a eternidade, nada fazem em preparação para essa longa viagem. Vivem integralmente o conceito do “deixa como está para ver como é que fica”. Existe, porém, um tipo de pessoa que se prepara para a eternidade, pois sua vida é o reflexo da esperança de que “o melhor ainda está por vir”. Ou seja, crê que o melhor desta vida não pode de modo algum ser comparado à glória da esperança que está reservada àqueles que vivem na certeza de que seu futuro está nas mãos de Deus.

O que é comum a todos esses tipos é o fato de que cada um expressa tão somente a fé pela qual pauta a sua esperança.

A vida é como uma escola; nós somos os alunos. Deus é o “Benfeitor” que nos ajudará a chegar à eternidade. A nossa esperança não deve ser limitada, pois “se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos as mais infelizes de todas as pessoas”. Nisto cremos: “Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor”.

Aos que dizem não crer em Deus, a Bíblia diz: “Que esperança terão os ateus quando Deus lhes tirar a vida? Quando estiverem em dificuldades, Ele não ouvirá os seus gritos, pois Deus não é a alegria deles, e eles nunca fizeram orações ao Todo-Poderoso”.

A Bíblia “exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento”.

Para os que pensam saber demais para poder crer na verdade divina, há uma palavra: “Tens visto a um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no insensato do que nele”.

Aos que não se acham suficientemente sábios para tomar a decisão de seguir a Jesus, há um conselho: “Sabe que assim é a sabedoria para a tua alma; se a achares, haverá bom futuro, e não será frustrada a tua esperança”.

E a sabedoria da nossa esperança consiste nessa promessa: “O Senhor mesmo... descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”.

Para obter uma viva esperança em 2012, entregue o seu caminho ao Senhor, confie Nele, e o mais Ele fará!

Samuel Câmara

Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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