terça-feira, 28 de julho de 2009

Vitória pelo Sangue de Jesus

Conta-se que Martinho Lutero teve um sonho agonizante em que o Diabo lhe
apareceu e apresentou uma lista contendo muitos dos pecados que ele cometera
na vida. Lutero leu toda a relação e, vendo que não estava completa, disse:
"Todos esses pecados eu cometi, mas faltam outros". O Diabo retornou depois
com uma enorme lista com a relação completa dos pecados de Lutero, e lhe
apresentou: "Agora a lista está completa. Todos os seus pecados estão aqui".
Ao que o reformador exclamou: "Agora que estão listados todos os meus
pecados, escreve bem embaixo da lista: "O sangue de Jesus Cristo me purifica
de todo pecado!"

Esse deve ser a atitude de cada cristão nascido de novo quanto ao seu
passado. Como todos os pecados foram completamente perdoados, a posição
espiritual do crente passa de injusto para justificado, impuro para
purificado, de escravo para liberto:

"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso
Senhor Jesus Cristo". "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que
estão em Cristo Jesus". "Ele nos libertou do império das trevas e nos
transportou para o reino do Filho do seu amor". (Rm 5.1; 8.1; Cl 1.13)

Para alguém que passou pela experiência do novo nascimento, não há nenhuma
razão para ficar remoendo pecados do passado. Se restituições tiverem de ser
feitas ou penalidades sociais cumpridas, que sejam. Mas nenhuma autoridade
restará ao "inimigo de nossas almas" para nos acusar. Estamos escondidos em
Cristo, o próprio Deus nos vê através de Cristo; Ele enxerga a Justiça de
Cristo, não as nossas injustiças.

Não há mais dívida para com Deus, pois Jesus, "tendo cancelado o escrito de
dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era
prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz" (Cl 2.14).

Se o Maligno de algum modo quiser trazer à baila os pecados anteriores à sua
nova vida em Cristo, enfrente-o pela fé clamando o sangue de Jesus! Pronto!
Esse desafio está superado.

O desafio seguinte é o de manter-se puro diante de um mundo entregue ao
pecado e que jaz no maligno. Vivemos nesse mundo perverso, cercados de
influências malignas, mas com a missão de permanecer intocados pelo mundo.
Mas como isso é possível?

O que fazer, então, quando cometer um pecado? A resposta pode parecer
complicada para alguns, mas é verdadeiramente simples: procure andar na luz
da revelação da Palavra de Deus, pois assim você poderá manter a comunhão
com os irmãos e ser ajudado por eles, e confesse os seus pecados.

"Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com
os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.9).

É o sangue de Cristo que purifica a nossa consciência de obras mortas para
servirmos ao Deus vivo! (Hb 9.14).

Há um adágio que diz: "Você talvez não possa impedir que um pássaro pouse na
sua cabeça, mas pode evitar que ele faça um ninho". É assim também na vida
espiritual. João escreveu: "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós
mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós". Desse modo, talvez não
seja possível evitarmos cometer erros ou pecados, mas não devemos deixar que
se tornem um estilo de vida.

Recorra sempre ao sangue de Jesus! Quando Satanás vier lhe acusar,
enfrente-o com as poderosas armas espirituais de que dispõe: o sangue de
Jesus e a palavra do seu testemunho. Pois este foi o exemplo que seguiram
muitos fiéis:

"Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do
seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os
acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por
causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram
e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida" (Ap 12.10-11).

Jesus não tem promessas para perdedores, só para vencedores. Você foi
chamado para ser vencedor. Viva com a certeza de que a vitória é nossa pelo
sangue de Jesus!
Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" - http://www.oliberal.com.br/

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Vida Rasa ou Profunda?

Um agricultor plantou duas árvores da mesma espécie. Uma em solo plano, no meio do terreno, onde suas raízes se aprofundaram na terra em busca de água. A outra, na parte mais baixa de um declive. Quando chovia, a água passava por aquele lugar e escoava para a rua. Ambas as árvores cresceram e pareciam fortes e viçosas.

Foi então que sobreveio um terrível vendaval e assolou as duas árvores. A árvore do meio do terreno permaneceu firme, enquanto a outra tombou.

O agricultou descobriu, finalmente, que os sistemas radiculares eram diferentes. A árvore do meio do terreno possuía raízes profundas, enquanto a outra possuía raízes rasas. Na base do declive, a água passava suavemente na superfície do solo, por isso as raízes não tinham de coletar água em profundidade e permaneceram superficiais. Esse foi o motivo de a árvore não ter suportado a força do vendaval.

Toda árvore geralmente desenvolve suas raízes numa lateralidade rasa e numa verticalidade profunda, pois precisa aproveitar tanto as águas correntes na superfície em tempos de abundância como as águas profundas em tempos de estio e sequidão.

Que a lição espiritual se pode tirar desse exemplo?

O profeta Jeremias descreve a vida profunda de quem “confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor”: “Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto” (Jr 17.7-8).

Quem confia no Senhor tem raízes rasas estendidas “para o ribeiro” em tempos de fartura; assim também “não se perturba, nem deixa de dar fruto” em período de sequidão, pois suas raízes são profundas.

O problema da árvore com raízes rasas é que ela se “acomodou” diante de tanta abundância e descuidou-se da firmeza necessária para enfrentar as intempéries.

Quantos cristãos têm a vida espiritual rasa por estarem procedendo como a árvore acomodada? Como identificar, então, o cristão raso e diferençá-lo do profundo?

Ora, o cristão raso vive pulando de igreja em igreja, numa procura sem fim da que é “mais forte” para receber suas bênçãos. Para ele, seguir o Evangelho é ter seus sonhos realizados, os pedidos atendidos, as vontades expressas em decretos e ordens inconsequentes a um “Deus” domesticado e pronto para atender-lhe os caprichos.

O cristão raso não entende o conceito de graça, pois vive por obras e barganhas; também não dá graças em tudo, pois quando não consegue imediatamente o que quer, sua oração não passa de mera reclamação. Quer um Deus de bênção, não de disciplina; prefere o caminho largo dos modismos espiritualistas (que não lhes custa nada, senão uns trocados) ao caminho estreito da salvação (que lhes demanda o alto preço de uma entrega total).

O cristão raso participa dos cultos apenas para receber bênçãos, não para expressar a sua adoração e amor a Deus; não procura conhecer a Deus para ter intimidade com Ele. Quer bênçãos financeiras, mas geralmente usa dízimos e ofertas para barganhar com Deus, não para abençoar a Obra.

O cristão raso quer cura e libertação, mas não tem uma vida regrada, não foge da promiscuidade; antes, se entrega a todo tipo de prazer e vícios. Quer ser perdoado, mas nem sempre libera o necessário perdão para ser liberto; antes, guarda mágoas e ódio contra seus irmãos em Cristo. Pede livramentos, mas não vive de forma correta; antes, se expõe desnecessariamente ao perigo. Dá livre curso às suas ambições materialistas a fim de acumular tesouros na terra, mas não acumula tesouros no céu, nem prioriza os valores espirituais e eternos.
Não tem nada de errado em buscar as bênçãos de Deus. Muitas pessoas se chegam a Deus em busca de cura, libertação, livramento etc., e devem fazê-lo livremente. Não podemos censurar as pessoas por buscarem algo sobrenatural que lhes traga melhoria de vida, se elas crêem no poder de Deus e esperam receber as bênçãos de que precisam.

O problema é a rasidão da vida espiritual que pode resultar da acomodação dessa experiência.

O cristão profundo, todavia, “é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.3).

Portanto, não se acomode; viva com profundidade!

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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Presente de grego

Esta é a razão pela qual, com tristeza, venho denunciar os lamentáveis desatinos que têm sido engendrados contra a mãe espiritual de todos os assembleianos, a Assembleia de Deus em Belém, que também é a mãe de todas as Igrejas Assembleias de Deus no Pará e no Brasil.

Parabenizo a posição tomada pela assembléia geral da Igreja em Belém, em nota oficial, que reproduzo em parte nesta coluna, tal o valor do seu conteúdo para esclarecimento geral, como segue:
A propósito dos fatos ocorridos em 02.07.2009, em Belém, dos quais só tivemos conhecimento pela imprensa secular, vimos a público esclarecer:

A Igreja Assembleia de Deus, situada na Travessa 14 de Março, 1511, no bairro de Nazaré, nesta cidade de Belém, há treze anos sob a tranquila, democrática e abençoada liderança do Pastor Samuel Câmara, sucessor do Pastor Firmino Gouveia, é a SEDE da Igreja Assembleia de Deus em Belém, e também a Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Pará e no Brasil, gozando de todos os direitos estatutários e históricos DESDE A SUA FUNDAÇÃO em 18.06.1911.

A malfadada iniciativa, estranhamente com o apoio e a presença do presidente da CGADB Pr. José Wellington Bezerra da Costa, ao arrepio das disposições estatutárias, oficializando “outra” igreja e empossando o Pastor Gilberto Marques de Souza afirmando “que assume a coordenação das Assembleias de Deus em Belém”, além de gerar confusão nos meios noticiosos e entre evangélicos, constitui-se numa afronta à História verdadeira.

É de se perceber que agressões a pessoas de membros e líderes, entre calúnias e difamações, não passam de uma tentativa de lançar a mão sobre a Igreja Assembleia de Deus em Belém, desprezando sua missão e sua história intimamente ligada aos pioneiros da fé pentecostal e à vontade suprema e constitucional de seus membros, hoje alcançando mais de 100 mil, distribuídos em mais de 400 templos.

Tais atos de desmedida provocação, todavia, não têm nenhum efeito sobre a Igreja Assembleia de Deus em Belém, que é detentora do maior patrimônio cultural e religioso da denominação, assim como é continuadora da história e a única que, em 18 de junho de 2011, efetivamente completará 100 anos e celebrará seu Centenário.

Há também nos assaques o incontido temor da crescente liderança nacional do Pr. Samuel Câmara, pastor da Igreja-mãe, que tendo sido candidato regular à presidência da CGADB, em São Paulo e em Vitória, vem recebendo expressiva votação dos ministros assembleianos de todo o Brasil.

O legado recebido de pregar o evangelho, apascentar o rebanho, gerir o seu patrimônio e ensinar a doutrina que uma vez foi entregue aos santos, bem como defender a liberdade das Igrejas e Pastores das descabidas pressões convencionais, será mantido e defendido sem de modo algum nos intimidarmos.

Assim, a despeito de toda essa ingratidão filial, mãe nunca deixa de ser mãe, de modo que a Igreja em Belém continua em sua marcha vitoriosa como a primeira Assembleia de Deus em solo brasileiro, a pioneira deste grande movimento pentecostal de Deus.

Como seu pastor, eu afirmo e estou certo de que a Igreja-mãe está de braços abertos e coração escancarado para manter comunhão com todas as Assembléias de Deus no Para o no Brasil, preservando sempre a sua fidelidade a Deus e à história dos nossos pioneiros e pastores, até Jesus voltar.

Este lamentável acontecimento é, sem dúvida, um “presente de grego” aos 98 anos de nossa Igreja-mãe, que não será recebido nem passará pelas suas portas. Seu intuito de confundir e destruir os marcos antigos será frustrado.

Como “nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade”, eu prefiro sofrer injustamente ataques pessoais a calar-me diante de tal afronta contra a Igreja em Belém e à verdade histórica da qual todos os assembleianos fazem parte.


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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Vergonha de quê?

Em discurso no Senado Federal, em 17 de dezembro de 1914, Rui Barbosa declarou: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

Rui Barbosa fez este desabafo ao defender o requerimento sobre o "Caso Satélite", que foi uma chacina de presos. A impunidade dos assassinos confessos, depois de quase quatro anos decorridos do crime, foi o que o motivou a fazer esse inflamado discurso.

O que tinha de mera observação do seu cotidiano, o discurso tinha também de profético. Pois ainda hoje, decorrido quase um século, a impunidade no Brasil perdura. Isso não é novidade, é apenas o reflexo da continuidade do triunfo das nulidades, da prosperidade da desonra, do crescimento da injustiça e do agigantamento do poder nas mãos dos maus.

Essa total inversão de valores não seria, hoje, o princípio que subjaz nos abusados casos de corrupção no Congresso Nacional? Ora, não estaria isso também entranhado em outros setores da vida nacional?

Quando homens públicos procedem na contramão da honra, agem como quem acredita que não é o cachorro que abana o rabo, mas o rabo abana o cachorro. Felizmente a sociedade tem instrumentos para reciclar-se e fazer incisões eleitoralmente cirúrgicas para extirpar esses "apêndices", antes que supurem de vez.

Mas esse não é o problema maior. O maior problema são os danos que suas posturas despudoradas e infames causam nas pessoas de bem, mas que são interiormente susceptíveis de desânimo crônico.

O desânimo quanto ao exercício da virtude faz com que cidadãos, incapazes de sujar suas casas, joguem lixo nas ruas; faz com que cidadãos, incapazes de furar uma fila de banco, permitam-se a levar vantagem e passar na frente dos carros que estão enfileirados num retorno de pista única; faz com que cidadãos, mesmo tratando bem seus velhos pais e seus filhos, não estendem o mesmo tratamento a velhos e crianças desconhecidos - antes, não lhes dão o lugar num coletivo lotado, não lhes cedem seu lugar na fila, não lhes dão prioridade na passagem de um cruzamento.

O mau exemplo é contagioso. Um atleta famoso, pelo simples desejo de ganhar mais dinheiro, se torna garoto propaganda de bebida alcoólica. É lícito, mas não convém. Pois fatalmente será responsável pelo descaminho de tantos garotos que, mirando-se no seu anunciado "exemplo", no máximo se transformarão em bêbados contumazes.

Um presidente e seu ministro da saúde, pretextando serem "populares", distribuem camisinhas aos foliões no carnaval. Além de desconhecerem a "liturgia do cargo" e a necessidade de darem bom exemplo, o máximo que conseguem é gerar mentalidades dispostas à promiscuidade sexual, cuja conta será paga pela sociedade depois.

A despeito disso tudo, não desista nem desanime da virtude. Ainda que debochem de quem devolve o dinheiro achado, continue fazendo a coisa certa; ainda há quem devolva. Ainda que desdenhem de alguém ser gentil com uma mulher e abrir-lhe a porta do carro, mantenha a sua educação; ainda há que abra portas para mulheres. Ainda que desdenhem de quem é honesto e não se vende, mantenha a esperança; ainda há pessoas que não têm preço. Ainda que filhos ingratos desrespeitem e não honrem a própria mãe, seja fiel em cumprir o mandamento de Deus; ainda há quem o faça.

Constantemente lê-se sobre algum cidadão se dizendo com "vergonha de ser brasileiro". Mas não tenha vergonha de ser brasileiro; tenha, antes, vergonha dos brasileiros que não têm vergonha na cara.

Não tenha vergonha de pertencer à Igreja, tenha vergonha daqueles que, semeando divisão e motivados pelo desejo de dominação do rebanho de Deus, envergonham a Deus e a Sua Igreja.

Honestidade é virtude, mas é também obrigação. Por isso, não tenha vergonha de ser honesto, pois é seu dever. Tenha, antes, vergonha dos desonestos. Quem sabe, um dia se toquem de que o tempo deles passou, pois a própria História os varrerá para debaixo do tapete de suas insignificâncias.

Antes de tudo, porém, é bom atentar no que disse Jesus: "Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Ap. 22.11-12).
Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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