segunda-feira, 30 de março de 2009

O religioso, o cristão e o discípulo

A antropologia trata das características socioculturais da humanidade: costumes, crenças, comportamento, organização social. E os estudos até aqui efetuados pelos antropólogos encontraram um traço comum a todas as culturas: a religiosidade. Jamais foi encontrada uma cultura atéia; pois as culturas dos povos, sem nenhuma exceção, buscam se relacionar com algum tipo de divindade.

Em suma, todas as pessoas têm algum tipo de fé. Até o ateu precisa de fé, embora de um tipo diferente, para afirmar que não crê na existência de Deus. Todas as religiões trafegam num caminho que tem algum tipo de fé como referencial. Desse modo, a religião é essencialmente o esforço humano supremo para se chegar até Deus.

O evangelho, por outro lado, é o esforço de Deus para chegar até ao ser humano. É Deus tentando se relacionar com a humanidade. É Deus, o Verbo, se fazendo carne, "tornando-se em semelhança de homens e reconhecido em figura humana". É Jesus, Deus e Homem, vindo ao nosso encontro para nos dar vida abundante na terra e vida eterna no céu.

O evangelho é diferente de todas as outras religiões. Embora o ser humano tenha feito um esforço tremendo para transforma o evangelho num sistema de crenças, numa religião chamada cristianismo, podemos notar que isso jamais esteve nos planos de Deus. É só ler as Escrituras Sagradas. Jesus não mandou pregar o cristianismo. Ele disse: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15).

A rigor, Jesus não era sequer "cristão". Seus seguidores eram chamados de discípulos, e só foram chamados de cristãos muito tempo depois de Jesus ser assunto aos céus, na cidade de Antioquia. Porém, o vocábulo cristão não era nenhum elogio; antes, era um apelido, uma designação pejorativa. Ser chamado de cristão não tinha nada de especial; representava, na melhor das hipóteses, um proscrito social.

No início da era cristã, a palavra cristão era um adjetivo. Só séculos depois é que se tornou um substantivo, quando o ser "cristão" passou a ser o portal de entrada para a aceitação social e a base para uma grande carreira.

Jesus jamais utilizou a palavra cristão para designar Seus seguidores. Antes, a sua palavra preferida era discípulo, utilizada 269 vezes no Novo Testamento, cujo significado é "seguidor, aluno, aprendiz".

Será que há boas razões para isso? Claro!

Todo discípulo pode até ser um cristão; mas nem todo cristão é um discípulo. O cristão pertence a uma instituição; o discípulo é membro do Corpo de Cristo. O cristão costuma ser condicionado pelas circunstancias; o discípulo aproveita as circunstancias para exercer a sua fé. Os cristãos estão transtornados pelo mundo; os discípulos transtornam o mundo.

O cristão cria hábitos religiosos; o discípulo rompe com as formas. O cristão sonha com a igreja ideal; o discípulo trabalha para a igreja real. A meta do cristão é ganhar o céu; a meta do discípulo é ganhar vidas para o céu.

Mas existe outra diferença significativa: o cristão deixa a vida acontecer para ele; o discípulo deixa a vida acontecer através dele.

Isso quer dizer que o cristão geralmente vê a vida como algo vindo contra ele, sentindo-se como um alvo surrado, usando todas as suas energias para se proteger das flechas da vida.

O discípulo não é um alvo da vida, é um canal de Deus. Ao invés de viver se esquivando dos dardos inflamados da vida, é um canal da vida e do amor de Deus, sendo abençoado para abençoar os outros.

Jesus não quer que sejamos apenas cristãos, pois isso não basta. Os maiores inimigos do cristianismo são os próprios cristãos. Jesus quer que sejamos Seus discípulos. Você aceita o desafio?

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" - http://www.oliberal.com.br/

terça-feira, 24 de março de 2009

sábado, 21 de março de 2009

Resultado da Enquete

O que a CGADB precisa?

Transparência 73 (54%)
Unidade 59 (44%)
Moderação 35 (26%)
Amor 40 (29%)
Rotatividade 45 (33%)
Crescer 45 (33%)
Está bom como está 29 (21%)


Participe da nossa nova enquete.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Honra a um filho ilustre

Continua ativo e sempre abundante na obra do Senhor o pastor Firmino da Anunciação Gouveia, português de Coimbra, mas brasileiro de coração, que neste sábado, 21 de março, tem a alegria de completar 84 anos de vida. E que vida! Parabéns!

Ele agora serve à Igreja-mãe das Assembléias de Deus no Pará e no Brasil como Pastor-de-honra, após servir durante 29 anos como pastor-presidente, tendo deixado uma marca indelével na nossa história assembleiana. Em dezembro próximo ele completará 51 anos de abençoado e frutífero ministério pastoral.

Ele veio ao Brasil com apenas três anos de idade. Ao completar 19 anos, teve uma experiência pessoal com Cristo, entregando totalmente sua vida ao Senhor, ocasião em que era pastor da Igreja-mãe o missionário Nels Nelson.

Antes de completar dois meses de sua decisão, aprouve ao Senhor dar-lhe outra bênção celestial: o batismo com o Espírito Santo. Em 16 de julho de 1944, Firmino Gouveia foi batizado em águas, tornando-se membro desta Igreja.

A partir dessas experiências, dedicou-se mais a Deus, aprofundando-se no estudo das Sagradas Escrituras. Após sete anos da sua decisão de seguir a Jesus Cristo, o ministério da Assembléia de Deus o separou para auxiliar o trabalho, enviando-o à congregação da Sacramenta. Em 1957, foi separado para o presbitério. Em 1° de dezembro de 1958, ele foi consagrado ao pastorado.

Como pastor, seu primeiro campo de trabalho foi a cidade de Tocantinópolis. Depois, retornou à Belém e liderou as congregações de Val-de-Cans, Sacramenta e Telégrafo e, mais tarde, foi enviado para a cidade de Ponta de Pedras, região do Marajó. Trabalhou também como missionário na Guiana Francesa.

Em 5 de janeiro de 1965, foi escolhido pelo Ministério e pela Igreja para servir como pastor-auxiliar da Igreja em Belém. Em 1968, em substituição ao pastor Alcebíades Vasconcelos, assumiu a sua presidência.

Durante o seu ministério, foram construídos templos em diversos bairros dessa cidade. A obra de Deus, sob a sua direção, viveu dias de grande crescimento. Como o templo sede que fora construído em 1926 já não comportava o crescente número de crentes, tornou-se uma necessidade urgente a construção de um novo templo central. Deus fez com que o pastor Firmino Gouveia sentisse essa responsabilidade, enchendo-o de fé para começar e terminar essa gigantesca tarefa.

Assim, a solenidade de inauguração do novo templo central finalmente aconteceu, estendendo-se de 23 de abril a 1° de maio 1988, com a presença de dezenas de pastores de todo o Brasil e de várias autoridades municipais, estaduais e federais.

Depois de 29 anos de profícuo ministério à frente da Igreja-mãe, sentindo que o seu tempo findara, passou a direção dos trabalhos a este que vos escreve. Quero dizer o quanto me sinto honrado de ter o pastor Firmino Gouveia como meu irmão e amigo, e também como meu pastor, pois é assim que o considero.

A Bíblia ensina que devemos honrar a quem merece ser honrado (Rm 13.7). Eu e minha família, assim como a Assembléia de Deus em Belém, honramos a este filho ilustre da Igreja-mãe, e o saudamos com estas palavras:

"Portanto, nosso amado pastor Firmino, seja firme, inabalável e sempre abundante na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o seu trabalho não é vão" (1 Co 15.58, paráfrase).

Parabéns ao missionário, pastor, cidadão, amigo e irmão Firmino da Anunciação Gouveia!

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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quinta-feira, 19 de março de 2009

Qual seu sonho para Assembleia de Deus?

Pr. José Pimentel de Carvalho



segunda-feira, 16 de março de 2009

Conheça nossos candidatos

Boas Novas a todos os povos

Conta-se que ao inventar o rádio, Guglielmo Marconi declarou que esta invenção
poderia ser utilizada pelas igrejas para alcançar rapidamente o mundo com a pregação do evangelho de Cristo. O rádio, segundo ele, viera para acabar com as fronteiras geográficas e culturais. Mas sabe-se que os líderes das igrejas renegaram a invenção e declararam: "O rádio é do Diabo".

Os cientistas que inventaram a televisão, cuja maioria era de cristãos professos,
fizeram idêntica declaração, pois entendiam que a utilização da televisão pelas
igrejas as ajudaria a cumprir mais rapidamente sua missão. Da mesma forma, as
lideranças declararam: "A televisão é do Diabo".

O resultado é que as igrejas seguiram a orientação de seus líderes. Em contrapartida, o óbvio aconteceu: o Diabo se apropriou daquilo que não era originalmente dele nem havia sido criado para ele. Em seguida, ele encheu de todo tipo de "lixo" cultural aquilo que fora inicialmente dado por Deus para Sua Igreja visando a uma missão de caráter infinitamente mais nobre: a difusão das boas novas, a proclamação do evangelho de Jesus Cristo.

O assunto é sério e requer a nossa atenção. Os cristãos verdadeiros não podem mais fugir e fazer de conta que isso não lhes diz respeito. O rádio, a televisão, o satélite e a internet são, de fato, ferramentas de grande importância para salvar
vidas e, pela graça de Deus, nos ajudarão a cumprir a "Grande Comissão" deixada por Jesus: fazer "discípulos de todas as nações".

Nos idos de 1960, Marshall McLuhan cunhou o termo "aldeia global", cuja idéia central definia que a comunicação de massa seria tão abrangente que o mundo se reduziria ao tamanho de uma aldeia. Em suma, a mensagem era basicamente esta: na nova "sociedade da informação", o que se soubesse numa ponta seria conhecido na outra; o ocorrido num lugar seria a notícia ao alcance de todos.

No limiar da década seguinte, Alvin Toffer publicou o livro "A terceira onda", onde
descrevia sobre a teoria do poder e preconizava o início de uma nova era. A primeira
onda era o poder dos latifundiários: detinha o poder quem possuía a terra, o primeiro
meio de produção de riquezas. A segunda onda era o poder dos industriais: detinham o poder os produtores de bens de consumo. A terceira onda era o poder de quem detinha e controlava a informação.

A característica dessa nova era seria o desenvolvimento considerável dos valores de
espetáculo e comunicação.

Estes dois conceitos marcaram profunda e indelevelmente a alma da comunicação. Enquanto o mundo é apenas uma "aldeia", a encenação se torna mais marcante e desejável que a realidade.

Nesse novo modelo, não se compra mais a mercadoria, compra-se a embalagem, isto é, o sonho e o desejo. Como a embalagem é a própria mensagem, os produtos devem ser envolvidos por um revestimento humano que os torne desejáveis e constitua uma espécie de extensão de nossas vidas. Nessa sociedade, a publicidade desempenha magistralmente o seu verdadeiro papel.

A razão de os governos investirem muito dinheiro em propaganda é porque entendem que governar não é mais prever, mas ser bem visto; pois, nessa ótica, o sucesso pertence aos sedutores, não aos racionais.

É nesse contexto que ocorre a verdadeira batalha por mentes e corações. Este é um dos maiores desafios para a igreja de Jesus Cristo, hoje.

Assim, deve-se perguntar: a igreja vai utilizar os meios de comunicação de massa para transmitir a todos os povos a mensagem de boas novas da salvação sem descaracterizá-la nem falseá-la?

Em um mundo onde a "aldeia global" há muito se tornou realidade, como explicar que cerca de dois bilhões de pessoas jamais tenham ouvido falar de Jesus? A igreja vai usar os meios de comunicação de massa para mostrar a salvação em Cristo como única solução contra a feiúra do pecado e suas conseqüências?

Convenhamos: muitas vezes as igrejas têm andado na contramão da historia, em
negar a importância desses meios.

Imagine como alcançar milhões de vidas - pessoas que talvez jamais visitarão uma
igreja - em suas residências, quer sejam casinhas ou casarões, condomínios fechados ou favelas, da forma mais rápida e eficiente possível! Só através dos meios de comunicação conseguiremos esta grande façanha!

Este é o propósito da Rede Boas Novas em seus dezesseis anos de existência. Hoje já estamos em todo o Brasil e em alguns países transmitindo as ondas dessa missionária "televisão de Jesus".

Nessa "aldeia global", o nosso compromisso é levar o poder de Deus a todos os povos, é pregar o evangelho sem mascaramento algum, porém cheio de graça e de verdade.

Podemos contar com seu apoio e oração?

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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