sábado, 31 de março de 2012

A Semana que Mudou o Mundo

A semana mais importante da História, aquela que mudou o mundo, teve Jesus Cristo como seu protagonista. A semana da Páscoa foi definidora para a História, não por causa de sua religiosidade festiva, ou mesmo pelos arroubos libertários próprios de sua celebração. A semana da Páscoa foi importante porque a humanidade passou a ter uma real possibilidade de mudar de rumo, de ter acesso ao plano divino de salvação eterna e também de reatar a sua comunhão com Deus.

A semana da Páscoa foi riquíssima em acontecimentos inusitados. Jesus fez assombrosas revelações proféticas a respeito do futuro da humanidade, falou de Sua própria morte como um sacrifício necessário e indispensável, e anunciou sua indefectível traição por um “amigo”. Do lado oposto, Sua morte foi selada em um pacto de traição e os inimigos se organizaram para dar cabo de Sua vida.

Os religiosos prepararam contra Ele uma acusação teológica, a de blasfêmia; os tribunos, uma acusação política, a de sedição. Mas o que estava por trás dos acontecimentos, e só Jesus o via, era o plano divino de redenção da raça humana, possibilitado pelo Seu próprio sacrifício expiatório. Desse modo, a Páscoa era o pano de fundo de onde se desenrolou o enredo da paixão e morte de Cristo e de onde brotou a nossa esperança eterna.

Jesus incomodava demais com Sua mensagem clara e contundente, pois anunciava que o reino de Deus estava próximo e que, para entrar nele, era necessário arrependimento e conversão. Tudo contrário à pregação de regras e à adoração formal dos rituais religiosos da época. Tanto que as autoridades judaicas queriam matá-lo.

Jesus, porém, se encaminhou resolutamente para Jerusalém, pois sabia que ali, exatamente durante a festa pascal, é que se cumpriria a libertação espiritual que a própria Páscoa exemplificava. Nada poderia detê-lo, e Ele estava pronto para o sacrifício, para morrer pela humanidade. Mais que isso, Ele sabia que a Sua morte vicária era a única esperança para a humanidade caída.

A Páscoa foi instituída, originalmente, como a festividade símbolo da libertação do povo de Israel do Egito, no evento conhecido como Êxodo. O Senhor Deus emitiu uma ordem específica ao Seu povo, cuja obediência traria a proteção divina e a consequente libertação da escravidão. Cada família deveria tomar um cordeiro, sacrificá-lo e comê-lo assado. Depois deviam passar o sangue do cordeiro nos umbrais e nas vergas das portas, pois o Anjo da Morte percorreria a terra e passaria por cima das casas que tivessem o sinal do sangue, poupando os seus primogênitos.

Daí o termo Páscoa, do hebraico pesah, que significa “passar por cima”, ou “poupar”. Depois que o povo de Israel saiu do Egito, Deus ordenou que se celebrasse continuamente a Páscoa como um memorial dessa libertação.

A Páscoa, pois, continha um simbolismo profético, como “sombras das coisas futuras”, que apontava para um evento ainda por vir, a Redenção efetuada por Cristo. O apóstolo Paulo afirmou: “Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós”. O cordeiro morto era como um modelo antecipado do sacrifício de Cristo na cruz pelos nossos pecados.

Em suma, a Páscoa simboliza três coisas: liberdade da escravidão, salvação da morte e caminhada para a terra prometida. Para os hebreus, isso tinha um sentido físico, pois havia a escravidão do jugo egípcio a ser subvertida, uma morte ignominiosa iminente a ser suplantada e a esperança de uma terra a ser conquistada.

Para nós, hoje, há o sentido de natureza estritamente espiritual, pois precisamos ser libertos da escravidão do pecado e salvos da morte eterna, caminhando avante na certeza de que o céu onde Cristo habita é o nosso destino final, onde “estaremos para sempre com o Senhor”.

Esta semana é, portanto, muito importante para todos nós. Precisamos fazer deste momento uma oportunidade de reflexão, primando por verificar a posição em que estamos diante de Deus, se em comunhão ou distantes.

Não creio que na Páscoa caiba o sentimento misto de tristeza e compaixão pela morte de Cristo, como se Ele ainda estivesse impotente na cruz ou inerte no túmulo. Acredito que a Páscoa deva ser comemorada com alegria, pois aponta para a libertação que a ressurreição de Jesus nos propiciou.

Se Cristo não tivesse ressuscitado, no dizer de Paulo, a nossa fé seria uma completa vacuidade e nós seríamos os mais infelizes de todos os homens. Mas Cristo ressuscitou! Ele vive! E porque Jesus está vivo, a nossa esperança é eterna.

Ainda ressoam nas faldas do Universo a palavra dos anjos às mulheres: “Buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; Ele ressuscitou, não está mais aqui”. É isto que torna a semana da Páscoa importante, pois nela o destino do mundo foi mudado.


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

sábado, 24 de março de 2012

Justa homenagem a dois servos de Deus

A Bíblia ensina que devemos honrar a quem merece ser honrado: “Pagai a todos o que lhes é devido: ...a quem honra, honra” (Rm 13.7). Portanto, gostaria de prestar uma justa e merecida homenagem a dois servos de Deus e distintos missionários pelos relevantes serviços prestados ao Evangelho do Senhor Jesus Cristo.

A primeira homenagem cabe ao querido irmão em Cristo, o pastor Firmino da Anunciação Gouveia, servo de Deus, honorável Pastor-Emérito da Assembleia de Deus em Belém. Tendo servido à Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Brasil durante 29 anos como seu líder, deixou uma marca indelével na nossa história assembleiana. Em dezembro próximo, ele completará 54 anos de prolífero ministério pastoral.

O pastor Firmino Gouveia é um homem singular, cuja vida demonstrou uma constante dependência do Senhor, expressa nesse hino de sua predileção: “Toma, por favor, minha mão, ó Senhor, contigo eu quero ir. Com sangue aqui, pagaste por mim, pois eu Te quero seguir. Anelo poder os males vencer, em santidade viver. Toma, por favor, minha mão, ó Senhor, contigo eu quero ir”.

Firmino da Anunciação Gouveia. Seu nome fala muito a respeito da epopeia de sua vida. Firmino vem da mesma raiz de firme. Fazendo jus ao nome, mostrou-se firme nos caminhos do Senhor, pois viveu e serviu a Deus firmado em Jesus, a Rocha eterna. Isso diz tudo sobre a sua história.

Ele é Anunciação, o ato ou efeito de anunciar. Foi o que ele mais fez na vida: anunciar, proclamar, pregar, ensinar o evangelho de Cristo. Ele é Gouveia, originário da boa vinicultura portuguesa, portanto, uma “certa casta de uva recomendada para vinho do Porto e vinho de mesa”. Gouveia dá um bom vinho, tal como o vinho que Jesus transformou da água em talhas nas bodas de Caná da Galileia.

No último dia 21, o pastor Firmino da Anunciação Gouveia completou abençoados 87 anos de idade. Parabéns! Feliz Aniversário!

A segunda homenagem cabe à Boas Novas, essa incansável serva de Deus, missionária de todas as horas. Lembro-me de quando tudo começou. Em Maio de 1988, eu estava visitando uma igreja no Alto Rio Juruá, no Município de Ipixuna, e o Senhor Jesus falou fortemente ao meu coração: “Construa uma rede de televisão para mostrar a minha Igreja e a minha mensagem para todo o País”.

Cinco anos depois, no dia 1º de Janeiro de 1993, quando os membros da Assembleia de Deus no Amazonas se reuniram para comemorar seus 75 anos de fundação na propriedade da Igreja chamada Canaã, ao ar livre, essa história começou a se delinear.

Naquela tarde de sol amazônico causticante, todos os crentes dobraram os joelhos no asfalto para apresentarem a Deus um alvo: a aquisição de uma rádio. Naquele momento, não havia ainda nenhuma emissora em vista, nem mesmo alguma disponível na cidade. A Igreja certamente não estava preparada para o que Deus estava para fazer. Todavia, os irmãos curvaram os joelhos e suplicaram o milagre divino.

A Bíblia diz que Deus “é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”. E foi exatamente isso que Deus fez: em vez de uma emissora de rádio, Ele nos deu uma rede de comunicação, a Boas Novas.

O povo de Deus se uniu e começou, em 15 de Março de 1993, a Boas Novas, primeiro no Norte, em Manaus e Belém; e depois, avançando paulatinamente, cobre agora 22 capitais e mais de 200 cidades do Brasil, “transmitindo Jesus” como uma incansável missionária, indo a lugares aonde muitos de nós jamais poderíamos chegar.

Funcionando como um braço evangelizador da igreja, a Boas Novas procura alcançar vidas em todos os setores da sociedade – das palafitas aos condomínios luxuosos, dos pequenos povoados às grandes cidades – visando a ganhar almas preciosas para o reino de Deus. A Boas Novas contribui também para a edificação da Igreja do Senhor Jesus Cristo e para a consolidação dos bons costumes cristãos na sociedade brasileira.

No último dia 15, a Boas Novas completou 19 anos de vitórias. Parabéns! Vale lembrar que o pastor Firmino Gouveia foi pioneiro comigo neste grande movimento de comunicação evangélica.
Honremos, portanto, a esses dois servos de Deus e distintos missionários, orando para que continuem a ser poderosos instrumentos nas mãos de Deus e transmissores de grandes bênçãos para todos. A recompensa virá a seu tempo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58).

Parabéns, pastor Firmino da Anunciação Gouveia! Parabéns Boas Novas! O Senhor os distinga com grandes e incontáveis bênçãos e os recompense pelos grandes serviços prestados ao Evangelho!


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

sábado, 17 de março de 2012

Boas Novas, um Milagre de Deus



A Boas Novas é um milagre de Deus. E um milagre, sabe-se, é um feito ou ocorrência extraordinária não explicada pelas leis da natureza. Por isso, geralmente, é um acontecimento admirável, espantoso, uma maravilha, cuja ocorrência produz admiração ou surpresa. Um milagre, em sua essência, é uma manifestação da presença ativa de Deus na história humana, uma evidência dessa presença, caracterizada sobretudo por uma alteração repentina e insólita de certos determinismos naturais. Por tudo isso, a Boas Novas é um verdadeiro milagre!

Um milagre de Deus acontece quando Deus fala e interfere na história. “Agindo eu, quem o impedirá?”, nos indicam as Escrituras, é a chancela de Deus sobre os milagres. Foi assim no princípio, quando nada havia: “E disse Deus: Haja luz; e houve luz”.

Algumas vezes Deus coloca a palavra na boca de Seus servos e os faz proclamar a palavra geradora do milagre. Foi assim quando Josué mandou o sol e a lua pararem, no meio de uma acirrada batalha pela posse de Canaã, que afinal foi vencida por Israel numa intervenção divina.

Foi assim também com a Boas Novas, nos idos de 1932, quando a “semente”, a palavra que lhe geraria, ainda estava no coração de Deus. Essa palavra de oração, inspirada por Deus e proferida pela boca do apóstolo Gunnar Vingren, fundador da Assembleia de Deus no Brasil, enquanto este retornava de navio para a Suécia, encontrando-se bem próximo do Amazonas, foi registrada em seu diário:

“Hoje passamos pela linha do Equador, a mil e setecentas milhas do Rio de Janeiro. Oh! Desejaria que pudéssemos ter a força das estações de rádio, para que o mundo pudesse ouvir a voz de Deus! Deus, dá-me esta graça.”

O desejo do coração de Gunnar Vingren, expresso nesta oração silenciosa, certamente reconhecia que Deus poderia, pelo Seu poder, usar a abrangência da comunicação que o rádio possibilitaria. Era um dos poucos líderes espirituais de sua época a reconhecer o potencial do rádio para a evangelização mundial. De acordo com os desígnios divinos, poucos meses depois, Gunnar Vingren foi chamado ao descanso eterno, sem, contudo, ter visto o cumprimento do seu sonho.

Qual não seria a surpresa desse servo de Deus se pudesse ter testemunhado que seu sonho teve um cabal cumprimento com a Boas Novas! Pois foi exatamente na “linha do Equador” que as lideranças da Assembleia de Deus em Manaus e em Belém começaram, há 19 anos, a realizar esse milagre de Deus.

Deus, segundo a Sua riqueza em glória, porém, deu muito mais que o desejado por Vingren, pois é “poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”. Em vez de nos dar apenas uma emissora de rádio, como pedimos, Deus nos concedeu uma rede de comunicação inteira, a Boas Novas, que agora cobre todo o Brasil e está a completar “19 anos transmitindo Jesus”. A história da Boas Novas é, de fato, a crônica de um verdadeiro milagre de Deus!

Elegemos o ano de 2012 como “O ANO DA BOAS NOVAS”, cujo desafio maior é a adequação de sua estrutura de produção e transmissão ao sistema digital. Isso é um desafio gigantesco, dada a limitação da nossa capacidade financeira. Por isso, precisamos da ajuda dos semeadores, a quem Deus tocar o coração, para a realização de mais este milagre, dando continuidade à obra que Ele colocou em nossas mãos. A participação de todo o povo de Deus é parte do milagre.

Neste sábado, às 19h, no Centenário Centro de Convenções (Vale da Bênção), na celebração de aniversário da Boas Novas, acontecerá um apoteótico show musical com cantores reconhecidos nacional e internacionalmente, como Jotta A, Daniele Cristina, Jonas Maciel e outros. A transmissão será ao vivo para 22 capitais e mais de 200 cidades do Brasil em rede nacional da Boas Novas, possibilitando a milhões de pessoas voltarem sua atenção para Belém.
Lembre-se de dar um presente à Boas Novas, orando e fazendo uma contribuição financeira que a ajude a cumprir sua missão. Lançamos o alvo de levantar 30 mil novos semeadores. Estabelecemos o desafio de um alvo pessoal mínimo para cada semeador, o de doar R$ 1 Real por dia. Quem pode doar mais, não se limite, faça-o com generosidade. Pegue o seu carnê num dos templos da Assembleia de Deus em Belém, ou ligue (21) 2112-6300, ou acesse o nosso site www.boasnovas.tv.

Em fazendo assim, você estará ajudando a salvar vidas e a socorrer pessoas e famílias que estão em perigo, enviando a Boas Novas a lugares aonde o semeador não pode ir. Deixe, portanto, a Boas Novas ser sua voz e mãos em favor dos que sofrem.

A Boas Novas é a missionária que nos acompanha 24 horas por dia, abençoando e salvando vidas. Obrigado, semeador, por ajudar a tornar isso possível!

Parabéns, Boas Novas, pelos seus 19 anos transmitindo Jesus! O milagre continua!


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

domingo, 11 de março de 2012

Apenas um pouco de Jesus

Conta uma parábola pós-moderna que um “crente” chegou ao seu pastor dizendo que gostaria de comprar “apenas um pouco de Jesus”, o suficiente para lhe dar um sono tranquilo à noite, mas não o perturbasse com a sorte das minorias; o suficiente para fazê-lo dormir, mas não o fizesse sofrer com os miseráveis; apenas o bastante para emocioná-lo, mas não transformá-lo; algo que lhe desse cura física, mas não cura interior. Ele queria o acolhimento do “calor de um útero”, mas sem precisar nascer de novo; desejava o suprimento do pão de cada dia, mas sem a inquietude dos que não têm o que comer. Ele dizia: “Apenas um pouco de Jesus me bastaria”.

O “crente” queria o suficiente para proteger a sua casa e os seus bens, mas não o deixasse perplexo com a situação dos que dormiam debaixo das pontes. Um pouco de Jesus bastaria, o suficiente para lhe abrir as portas do céu, mas não lhe exigisse abrir os olhos para ver a maldade do seu próprio coração. E concluiu: “Pastor, por favor, dê-me apenas um pouco de Jesus”.

Infelizmente, como Jesus está sendo reduzido a estereótipos consumistas, alguns querem “apenas um pouco de Jesus”, não Ele todo; uma relação de consumo, não de comunhão íntima. Porém, o tanto que alguém terá de Jesus dependerá sempre do quanto se entregar a Ele.

Acredito piamente que o Evangelho de Cristo é a resposta de Deus ao problema existencial do ser humano. Creio que o próprio Cristo é a resposta ao enigma da vida em qualquer área que se pense. Porém, temos presenciado mudanças substanciais na mensagem cristã que é pregada e vivida hoje: uma mensagem sem compromisso, utilitária, de consumo, na qual Jesus é reduzido à categoria de um mordomo celestial das coisas de que precisamos.

Por isso, é fácil deduzir que alguns não querem Jesus, apenas desejam os benefícios que Ele pode proporcionar. Não o buscam pelo que Ele é, mas pelo que oferece. O egoísmo fez com que algumas pessoas tirassem Jesus do centro do Universo, de modo que não o buscam porque de fato o desejam, mas por entenderem que Ele é imprescindível para a realização de seus projetos pessoais. Assim, preocupa-me ainda mais que certos “crentes” queiram apenas um pouco de Jesus, o suficiente para ficarem “de bem com a vida”.

Sem pretensões de sermos “palmatória do mundo”, contudo, precisamos questionar o modo como certas pessoas tratam as coisas de Deus. Algumas perguntas honestas exigem respostas coerentes. Que tipo de evangelho queremos, um que nos deixe com o astral elevado, mas sem custar nada; que evite falar de sacrifício, renúncia, perdas, mas trate somente do sucesso? Queremos um evangelho cuja espiritualidade seja indolor e sem sacrifício, sem nos deixar nenhuma marca? Queremos uma vida inodora, sem o bom cheiro de Cristo, para não sermos incômodos nem incomodados?

O apóstolo Paulo fez uma das mais bombásticas declarações a respeito de o Evangelho de Cristo ser pregado, não importando o meio utilizado ou a motivação do pregador. Ele estava tendo sérios problemas porque certas pessoas pregavam a Cristo “por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação” às suas cadeias. Outros “proclamavam a Cristo por inveja e porfia”. Mas Paulo acrescentou que alguns, porém, o faziam motivados pela “boa vontade, por amor”. Ele indicou, então, que também se regozijava “uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade” (Fp 1.15-18).

O que Paulo afirmara há vinte séculos, ainda carrega um forte componente profético, pois hoje ocorre a mesmíssima situação. Isto é preocupante, não somente porque a mensagem do Evangelho está sendo diluída, mas também porque a própria maneira de vivê-la tem sido maculada. Assim, o modo como pregamos a Cristo e vivemos a Sua mensagem é comparado a realizar uma obra. O próprio Paulo ensina: “Deus já pôs Jesus Cristo como o único alicerce, e nenhum outro pode ser colocado”. Está claro, pois, que Cristo é o centro da mensagem, não outro.

Ele também fala da qualidade do material: “Alguns usam ouro ou prata ou pedras preciosas para construírem em cima do alicerce. E ainda outros usam madeira ou capim ou palha”. Ou seja, algumas vidas e mensagens são preciosas como o ouro, e outras, pobres como a palha. Mas Paulo acrescenta: “O Dia de Cristo vai mostrar claramente a qualidade do trabalho de cada um. Se aquilo que alguém construir em cima do alicerce resistir ao fogo, então o construtor receberá a recompensa” (1 Co 3.11-16).

Em Março, a Boas Novas comemora “19 anos transmitindo Jesus”, dizendo a todo o povo que Cristo é a mensagem do Evangelho, para que ninguém se acomode em querer “apenas um pouco de Jesus”, mas a plenitude da Sua bênção.

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

sábado, 3 de março de 2012

Mulheres na Força do Poder de Deus

Jesus colocou as mulheres sob os holofotes da História, principalmente em três eventos cruciais de Sua vida: Seu nascimento, morte e ressurreição. Durante os breves três anos e meio de Seu ministério terreno, Jesus sempre tratou as mulheres com bondade e misericórdia, numa sociedade acostumada a discriminá-las e subjugá-las.

Jesus também permitiu que várias mulheres fizessem parte de sua equipe, as quais o ajudavam, inclusive como mantenedoras. Isso decerto chocou a sociedade patriarcal daquela época, mas Ele não parecia se abalar com isso, tampouco fez concessões a respeito.

Ali estava o próprio Deus Criador, o mesmo que havia feito o homem do pó da terra e, da sua costela, formara a mulher. Durante séculos essa narrativa bíblica da Criação foi motivo de piada entre muitos acadêmicos naturalistas e ateus. Mas, agora, com os avanços da ciência, sabe-se que de uma costela pode-se tirar as células-tronco que permitem gerar novos órgãos e corrigir deformidades genéticas. E o fato de Deus formar a mulher da costela do homem continua sendo um incontornável libelo divino contra a soberba machista de muitas culturas que continuam tratando a mulher como um ser inferior.

De certa forma, o grau de civilização de uma sociedade pode ser determinado pela observação do nível de importância dada à mulher.

O conceito grego de liderança masculina, seu lugar de comando e direção na sociedade, advém da crença de que o homem, o pai, era a única fonte de vida para uma criança. Os antigos acreditavam que o sêmen masculino continha minúsculos seres humanos que eram formados na cabeça dos homens. A mulher era apenas a “incubadora” onde as miniaturas humanas se desenvolviam até ao nascimento.

Ora, Deus contraditou essa ideia no fato de Jesus ter nascido de uma mulher, uma virgem, sem o auxílio de um homem, uma vez que Maria concebera do Espírito Santo e era a única fonte do DNA humano de Jesus.

Diversas vezes Jesus anunciou que a razão de Sua vinda à terra era a Sua morte vicária, ou seja, o sacrifício expiatório pelos nossos pecados. Duas mulheres tiveram um papel especial quanto a Sua morte. Nos tempos antigos, os reis e profetas eram ungidos com uma composição especial de óleo para o exercício de seus ministérios. Jesus, como Rei e Profeta, foi ungido na Sua morte com um preciosíssimo bálsamo, em duas ocasiões diferentes, por duas mulheres. Jesus afirmou que onde fosse pregado o Evangelho, isso seria contado em memória delas.

Logo após Sua ressurreição, Jesus honrou novamente as mulheres, quando apareceu primeiramente a Maria Madalena. E quem era Maria Madalena? Os evangelhos não escondem que, antes de conhecer a Jesus, ela era uma endemoninhada que carregava em seu corpo sete demônios, mas que fora liberta e salva por Ele. Essa mesma Maria foi agraciada com a primeira visão do Cristo ressurreto, além de ser a primeira pessoa comissionada por Jesus para anunciar que “Ele estava vivo”.

Isto não era usual, mas Jesus, sem se importar com os ditames culturais de Sua época, estava a dizer que, Nele, não havia nem homem nem mulher, mas ambos eram um só corpo. Assim, Jesus elevara a mulher a uma posição de destaque no evento mais glorioso da História, a Sua ressurreição, da qual dependem a nossa fé e a nossa esperança eterna.

No dia de Pentecostes, lá estavam também as mulheres no Cenáculo, quando o Espírito foi derramado sobre a Igreja.

Quando Gunnar Vingren veio ao Brasil, juntamente com Daniel Berg, tendo fundado a Assembleia de Deus, foi questionado a respeito da importância da mulher no ministério cristão. Ele era a favor das mulheres terem espaço ministerial para trabalharem como Deus quisesse. Ele dizia: “Fui ganho para Jesus por uma mulher. Fui batizado no Espírito Santo pela imposição de mãos de uma mulher. Como não acreditar que Deus quer usar as mulheres?”

Ora, o mesmo Deus que escolheu o Norte do Brasil, escolheu também duas mulheres, Celina de Albuquerque e Maria de Nazaré, para serem as primeiras a receberem o derramamento do Espírito Santo em nosso País. Se, ainda hoje, as mulheres lutam por seus direitos, imagine então nos idos de 1911, quando tudo começou aqui em Belém do Pará. Mas Deus não teme contrariar, antes, Ele valoriza, escolhe e usa aqueles a quem quer.

Se você entende que Deus tem uma obra especial com as mulheres, saiba que na próxima quinta-feira, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, no Centenário Centro de Convenções, teremos a abertura do Congresso Nacional de Mulheres da Igreja-mãe com o tema: Mulheres na Força do Poder de Deus.

Com esse santo privilégio e legado, as mulheres do Centenário, e agora, pioneiras do Bicentenário, se reunirão para dizer: “Senhor, eis-nos aqui! Usa-nos na Tua força e poder para transformar a nossa geração”. Parabéns a essas santas mulheres que vivem na força do poder de Deus!

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém