sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Precisa-se de Latas Furadas

Dwight L. Moody era um homem de Deus, cujo labor no evangelho foi tão importante na América e na Europa, a ponto de ter sido chamado de maior evangelista do Século XIX. Sua mensagem teve um impacto tão grande que milhões de pessoas foram transformadas pelo poder de Deus. Sua pregação era caracterizada como simples e direta, franca e sincera, sem enfeites nem rebuscamentos gramaticais, porém enormemente convincente e poderosa em seus efeitos.


Esse mesmo Moody, quando definia a si mesmo, afirmava que se considerava uma “lata furada” e, por isso mesmo, precisava ficar sempre debaixo da “torneira” da graça de Deus, sempre encharcado, pois conhecia os seus próprios limites e escassos recursos pessoais.


Essa é uma estirpe de homens cada vez mais rara, muito embora, de certa forma, todos sejamos “latas furadas”. Mesmo que dotados de excelência cultural e devoção religiosa, jamais teremos suficiência em nós mesmos em face aos desafios espirituais e morais do mundo. Por isso é preciso conjugar aos nossos melhores esforços e capacidades a multiforme graça de Deus disponibilizada gratuitamente a todos.


Podemos inferir que não poucos “latas furadas” estão fora da “torneira” da graça de Deus, o que gera uma inquietante questão a fustigar a mente de muitas pessoas. Estas colocaram a sua confiança em pessoas que outrora serviram a Deus com dignidade e pureza, mas que depois vieram a fracassar; pessoas que começaram bem, mas não souberam como terminar. O que ocorreu, como isso pôde acontecer?


Não é difícil obtermos a resposta, se recorrermos à história de muitos homens de Deus que começaram bem e terminaram de forma admirável. Falemos, pois, de um deles, o apóstolo Paulo. O segredo do seu ministério estava expresso na seguinte sentença: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Co 3.10).


Assim, Paulo se reconhece dependente da graça que lhe foi dada e identifica que a obra de uma vida, assim como a de um edifício, depende do fundamento que é lançado.


Podemos aprender que as pessoas que fracassam cometem no mínimo dois erros: primeiro, perdem o contato com a graça de Deus e, como latas vazias, só produzem os ruídos de uma vida desajustada.


Segundo, deixam de edificar sobre o fundamento apropriado, Jesus. Alguns deixam de depender de Deus, colocam a sua confiança no dinheiro, no poder e na ostentação, e vêm a perdem a graça ao tentar edificar sobre o fundamento raso de suas próprias vidas.


O fundamento é Jesus, nenhum outro; ele é a Rocha sobre a qual devemos edificar as nossas vidas e a Sua obra; ele nos deixou “o exemplo para que sigamos os seus passos”.


Algumas pessoas são inclinadas a pensar em seus líderes religiosos como super-homens, seres infalíveis e intocáveis, um degrau acima da escala de nossa fugaz humanidade. Talvez isso tenha algo a ver com a mensagem que os líderes pregam, os valores que traduzem, os desafios de excelência que lançam.


Porém, como se vê, são pessoas comuns, sujeitas a erros e desvios, mesmo que portadoras de uma mensagem divina. O que realmente faz a diferença é a graça de Deus. Sem ela, sobram apenas as anomalias do nosso caráter humano decaído e sujeito ao pecado.


Deus concede a todos uma medida da Sua graça, como dádiva (ou favor imerecido), a fim de podermos crer no Senhor Jesus Cristo e vivermos o evangelho com dignidade. Mas alguns têm escolhido resistir à graça de Deus, enquanto outros a recebem em vão; uns a apagam de suas vidas, enquanto outros a abandonam.


Agora, mais do que nunca, vivemos tempos difíceis e, por isso, precisamos entender que somos “latas furadas” que devem caminhar debaixo da graça de Deus.


Quanto a nós, da Assembleia de Deus, que caminhamos “rumo ao Centenário”, precisamos mais ainda de muitas “latas furadas”, não para fazerem “barulho”, mas para se colocarem debaixo da “torneira” da graça de Deus, para produzirem uma obra marcada pela dependência da graça que emana Dele. Só assim, cheios de graça, é bom sermos “latas furadas”.


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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sábado, 23 de janeiro de 2010

Os ideais do Centenário

Durante a Segunda Guerra Mundial, submarinos alemães estavam afundando navios mercantis americanos, que viajavam rumo à Europa com materiais de guerra. O governo americano estava se tornando desesperado tentando encontrar meios para parar essa perda. Eles solicitaram sugestões de empregados governamentais e do público em geral.

Um homem propôs uma solução interessante. “Somente temos de aquecer a água do Oceano Atlântico para 100 graus Celsius”, ele disse, “e, quando os submarinos aparecerem, podemos interceptá-los um a um com os navios na superfície, ou bombardeá-los”. Um funcionário governamental comentou: “Isso é uma grande solução. Mas como aqueceremos a água do oceano desse tanto?”
“Não me pergunte” – disse o homem. “Eu apenas faço plano de ação; não o levo a cabo”.

Essa história bizarra nos leva à reflexão de que, para grandes desafios, há sempre aqueles que preferirão soluções simplistas. Não custa nada falar. Esquecem-se que a maioria dos problemas e conflitos geralmente advém de uma mente estreita aliada a uma boca grande.

Tem gente que pensa em coisas grandiosas (como evangelizar o mundo rapidamente), mas, infelizmente, não diz como isto poderia ser realizado eficazmente. Por isso é que existe planejamento estratégico. O próprio Jesus, quando enviou Seus discípulos a evangelizar o mundo, não ofereceu um projeto planificado, pois deixou que cada geração descobrisse seus próprios desafios e recolhesse seus próprios recursos para fazer-lhes frente nessa sempre árdua tarefa.

Agora que estamos caminhando a passos largos para o Centenário da Assembleia de Deus, temos isso como um grande desafio para superarmos. Certamente precisamos de grandes ideias, pois um ideal, quanto mais elevado, de mais elevadas ideias necessita. Mas dispensamos as ideias mirabolantes e impraticáveis.
Temos alvos bem específicos para o Centenário. Sabemos que “quem não sabe para onde vai, qualquer caminho leva, e não chega nunca”. Como Paulo, podemos dizer: “Prosseguimos para o alvo”. E também: “Corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus”.

E quais são os nossos alvos para o Centenário? Em assembleia geral da Igreja em Belém, decidimos que, até ao Centenário, queremos atingir os seguintes objetivos:
1) 20.000 decisões por Cristo; 10.000 batizados em águas e no Espírito Santo; 2) 100 templos e 1.000 núcleos missionários; 3) 500.000 Kg de alimentos distribuídos pela Missão contra a fome; 4) Avenida Centenário, Museu Nacional e Ginásio Centenário; 5) Festa do Centenário.

De todos os ângulos que possamos enxergar esse enorme desafio, podemos inferir que é humanamente impossível atingir todos esses alvos. Mas quem está dizendo que isso é obra de homens? Ora, se esta Igreja não tivesse começado como obra de Deus, e não mantivesse isso, como teríamos chegado até aqui? Lembremo-nos dos humildes começos e das grandes soluções de Deus ao longo da História.

Temos por certo que essa não é uma batalha humana, é espiritual. Não temos inimigos no plano humano, nem políticos, nem governos que nos ignoram. Sabemos que “a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12). Por isso, precisamos que todos orem com empenho, para que a vitória seja finalmente estabelecida. Essa obra Deus construirá conosco, não à parte de nós.

Cada um arregace as mangas, faça a sua parte, use os seus talentos, exerça os seus dons, de modo que andemos juntos na suficiência e força de Deus. Finanças nunca foi problema para Deus, que é o “Dono da prata e do ouro”. Por isso, “cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2 Co 8.7).

E por quê? Porque “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra”.
Tenho orado para Deus levantar as pessoas certas para os lugares certos. Não queremos “jabutis em cima de árvores”. Sabemos que o corpo de Cristo tem dons e talentos suficientes “para toda boa obra que o Pai preparou para que de antemão andássemos nelas” (Ef 2.10).

Tudo o que queremos saber agora é onde estão aqueles que o Senhor Deus chamou e levantou para, conosco, efetivar essa grande obra, para honra e glória do Seu Santo Nome.


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Carta de Amor a Belém

Querida Belém, parabéns pelos teus 394 anos de existência! Obrigado por teres me recebido como teu filho, uma vez que até me concedeste o título de “cidadão”. Como és acolhedora, em 19 de novembro de 1910, recebeste dois servos enviados por Deus: Gunnar Vingren e Daniel Berg. Pela providência de Deus, em 18 de junho de 1911, esses dois homens fundaram a Assembleia de Deus, que agora pastoreio rumo ao Centenário.


Das cidades brasileiras daquela época, tu eras a mais isolada, mas graças à exploração da borracha vieste a ser a quarta maior cidade do País, embora cercada pelas matas e rios da Amazônia. Não tinhas a glória nem a beleza do Rio de Janeiro, tampouco a riqueza e a potência industrial de São Paulo. Contudo, eras bem urbanizada e possuías um magnífico patrimônio arquitetônico. Continuas sendo uma cidade continental, com natureza exuberante e um cenário ímpar formado por quarenta e duas ilhas, furos fluviais e igarapés, com praias de rios e horizonte de oceano.


Oh, Belém! Folgo em dizer que Deus tem um negócio contigo. Assim como teve com a tua “xará” mais velha, Belém da Judeia, que foi escolhida para ser o berço do Salvador Jesus Cristo.

Belém, tu foste escolhida não apenas para ser o berço da Assembleia de Deus no Brasil, mas também “casa de pão” espiritual para muitas nações. Este é o significado hebraico do teu nome. Por isso, Deus fez de ti a Capital Pentecostal do Brasil. Hoje, o movimento pentecostal capitaneado pela Assembleia de Deus está presente em todos os municípios do Brasil, assim como em outros 157 países, reconhecido como o maior movimento evangélico do mundo.


Por que Deus te escolheu? É certo que no coração de qualquer investidor, tu serias descartada em razão da tua localização isolada no Norte do País, com tua população sofrendo com surtos de febre amarela, malária e tuberculose. Mas não para Deus.


A razão de a Assembleia de Deus existir não é outra senão demonstrar a ti o amor de Deus. E esse mesmo amor de Deus por Belém é forte e nos constrange ao vermos teus filhos lotando as delegacias, destruídos pelas drogas, lares em crise, casamentos falidos, muita gente sem sustento, bens públicos destruídos e a violência invadindo tuas ruas e bairros.


É por causa desse amor que existimos e procuramos te servir em nossos 445 templos (onde regularmente se reúnem os nossos 100 mil membros e 694 pastores) espalhados por todos os teus bairros, em cumprimento da ordem de Jesus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos”. (Mateus 28.19-20).


Queremos marcar estes 100 anos de abençoada convivência, embelezando-te com a Avenida Centenário, o Museu Histórico Nacional e o Ginásio Centenário, algo que ainda não tens e que trará grande quantidade de visitantes assembleianos de todo o mundo para te conhecer e também a Igreja nascida de Deus nas entranhas desta cidade, com gosto de chuva, manga, açaí e maniçoba.


Tomaram de ti o direito de hospedar a copa do mundo em 2014, todavia, ainda que tentem, não permitiremos que façam o mesmo com o Centenário de tua filha ilustre, a Assembleia de Deus – a Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Pará e no Brasil, o qual será celebrado aqui mesmo em tuas plagas, em junho de 2011.


Feliz Aniversário, querida Belém! Deus te ama. A Assembleia de Deus te ama. Eu também te amo.


A bênção do Senhor esteja abundantemente sobre ti e sobre todos os que te amam!


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Onde estão os agentes do Centenário

Um prédio ardia em chamas, até que foi totalmente destruído pelo incêndio. A ironia é que o prédio era um depósito que armazenava toneladas de gelo. Embora no local houvesse o melhor extintor em potencial, a água não estava em condições de ser usada. O prédio estava cheio de “talentos” congelados.

Não seria estranho que algumas igrejas apresentem um problema semelhante? A despeito de contarem com “toneladas” de recursos espirituais para o testemunho e para o ministério de fé que uma vez foi dado aos santos, esse mesmo povo escolhido por Deus se transforma muitas vezes no povo “encolhido” de Deus. Não poucos vivem como se fossem “agentes secretos” de Deus, que só Deus sabe onde estão.

Dentre as metáforas que Jesus utilizou para identificar os Seus discípulos, uma é especialmente inerente ao caráter que Ele desejava que os mesmos demonstrassem na vida. Jesus disse: “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.13-16).

Jesus, porém, fez uma advertência sobre a utilidade do sal: “Ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens”.

O sal só é útil para dar sabor ou preservar se estiver em contato com a comida, misturado a ela. Assim, Jesus nos chama para dar sabor à sociedade em Seu nome, para ajudá-la a preservar seus valores, mas isso só acontece por meio do envolvimento com as pessoas, como transmissoras da multiforme graça de Deus.

Ele também falou sobre a utilidade da luz: “Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa”.

A luz deve estar visível. Discípulos não são agentes secretos, precisam sair do esconderijo e ser conhecidos como discípulos que se tornam evidentes por meio das boas obras. Foi por isso que Jesus acrescentou: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.

O evangelista Moody disse: “Um farol não precisa fazer alarido para atrair a atenção dos navios. Ele apenas brilha”.

Embora eu saiba que isso se aplique a todos os discípulos, tenho em mente agora os milhões de assembleianos por todo o mundo, os quais de algum modo são filhos da Assembleia de Deus em Belém do Pará, que nós chamamos carinhosamente de “Igreja-mãe”.

Estamos caminhando “rumo ao Centenário”, de modo que eu gostaria de saber, por todos os rincões desse imenso Brasil, por todos os países onde a Assembleia de Deus tem a sua bendita presença, onde estão os discípulos com os quais contaremos para a celebração dessa Festa para a honra e glória do nosso Deus Eterno e Santo.

A Assembleia de Deus no Brasil começou em Belém do Pará e, daqui, se espalhou por todo esse grande País, estando hoje presente em 176 países ao redor do globo. A semente de “sal e luz” se multiplicou grandemente, se espalhou sobejamente, isso porque uma Igreja não mediu esforços para abençoar os povos de outras cidades e de outros países.

Agora, o trabalho é da nossa geração. Nós não estávamos lá no início. Somos fruto do trabalho deles. Mas somos também a geração do Centenário, a geração que tomará em suas mãos os programas de Deus para alcançarmos alvos inimagináveis há pouco tempo.

Sabemos, pela fé, que Deus tem grandes coisas para a nossa geração, mas precisamos de discípulos que sejam “sal e luz”, que façam a sua parte, que façam também o movimento inverso, e venham nos abençoar dando “sabor e iluminação” com sua presença e seus recursos espirituais e financeiros.

Não enterre os seus talentos, não retenha a sua mão, mas faça-nos saber se podemos contar com a sua vida, com o seu suor, com as suas lágrimas, com a dádiva do seu amor, para que, “rumo ao Centenário”, possamos cumprir a vontade de Deus de servirmos fielmente à nossa geração e nos prepararmos para as grandes coisas que Deus ainda vai realizar por intermédio da Assembleia de Deus no Brasil e no mundo.

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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sábado, 2 de janeiro de 2010

Trabalho da Assembleia de Deus em Belém tem destaque no Bom dia Brasil da Rede Globo

Todos os anos a Missão Evangelística "Gideões" da Assembleia de Deus em Belém, liderada pelo Pastor Mário Cardoso, realiza trabalhos solidários com os moradores de ruas, hospitais e ribeirinhos.

Diante de tanto trabalho para o Senhor, ganhando vidas e evangelizando, no fim do ano de 2009 esse trabalho ganhou destaque à nível nacional, onde a equipe de reportagem da Rede Globo mostrou o trabalho realizado pela Igreja.

Veja a reportagem na íntegra:


Em 2010, Vitória Completa!

A cada mudança de ano, a vida desfila diante de nossos olhos da mesma maneira: lembranças. Lembramos dos sucessos, e celebramos; lembramos dos insucessos, e nos entristecemos ou ficamos frustrados. A reação varia de pessoa para pessoa, e alguns se deixam ficar prisioneiros das próprias lembranças amargas.

Para esses a vida estanca, para, perde o sabor. Não querem planejar, deixam apenas as coisas como estão para ver como ficarão. Essas pessoas se perguntam: "Vale a pena viver?" Para elas tanto faz ser Ano Novo, tudo é a mesma coisa: queda, dor, frustração, perdas, lembranças amargas. Elas estacionam na amargura.

Para aqueles que veem nas lutas da vida uma oportunidade, não uma conspiração contra si mesmos, sabem que podem continuar caminhando até atingir os seus alvos. A adversidade é um teste, não uma sentença.

Há uma diferença fundamental entre estudar um jogo esquematizado num quadro-negro no vestiário e entrar em campo e enfrentar a equipe adversária com suor, esforço e, às vezes, sangue. A adversidade é o teste que nos é imposto pela vida para que se saiba se iremos dar meia volta e correr, ou se enfrentaremos os desafios da vida como pessoas de fé.

Algumas pessoas pensam em termos de prosperidade como sendo o oposto da adversidade. Mas há algo em comum, pois tanto a adversidade como a prosperidade funcionam como teste. Só que a prosperidade é um teste de caráter disfarçado. O ensaísta escocês Thomas Carlyle compreendeu isso quando escreveu: "A adversidade, às vezes, é difícil para um homem, mas para cada um que supera a prosperidade, há cem que superam a adversidade. São poucos os que conseguem manter o equilíbrio moral, espiritual e financeiro, enquanto se equilibram na alta corda bamba do sucesso".

É por isso que a maioria das pessoas sabe lidar melhor com um fracasso do que com uma promoção. É por isso que não poucos cristãos sabem lidar melhor com a tribulação do que com a abundância de bênçãos. E por quê?

Penso que a resposta é que a adversidade tem o condão de tornar a vida mais simples, tanto que nos deixa apenas duas escolhas: encarar a luta ou desistir. A prosperidade, por outro lado, embora não se pareça com um teste, cria nas pessoas uma sensação de vazio e insatisfação, que se expressa no desejo incontido de ter mais e mais daquilo que já têm o bastante.

As adversidades da vida estão diante de nós para serem vencidas, não para desistirmos de lutar. Temos de fazer por onde, temos de pagar o preço.

Diz-se popularmente de que tudo na vida tem um preço. E quando falamos a palavra "preço", já está implícita a idéia de pagamento pelo que queremos obter, qualquer que seja a pretensão. Todavia, não trato de preço nos aspectos financeiro e comercial do termo, nem tampouco do que normalmente se atribui ao homem moderno, como se o seu preço valesse na proporção da sua conta bancária.

O preço a que me refiro é sublime e inegociável, mas altamente recompensável, e refere-se àquilo que temos necessariamente de suportar pelas vitórias almejadas na vida.

Todos querem ter êxito em seus planos, seja no aspecto pessoal, familiar ou profissional, mas poucos querem gastar seu tempo no que realmente conta, principalmente no que diz respeito às ações de natureza espiritual, em oração e jejum, na dependência de Deus, para que a vida seja densa de sentido.

Tenhamos, pois, isto em mente: cair é uma coisa; desistir é outra. Se alguém se levanta novamente, se reafirma a sua fé na vida e continua, com a ajuda de Deus, não será totalmente derrotado. Pode ser apenas uma batalha perdida, mas de uma guerra que será vencida, se tão somente seguir em frente e fizer a coisa certa.

Uma pessoa sábia reconhece que a melhor atitude para quem quer alcançar plena vitória é confiar em Jesus. Assim, sigamos avante em 2010 para conquistarmos terrenos nunca antes pisados, com fé, determinação e esforço.

Esta é a minha oração: "Siga em frente, pois o Senhor te guardará de todo mal; guardará a tua alma. Jesus guardará a tua saída de 2009 e a tua entrada em 2010, desde agora e para sempre".


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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