terça-feira, 28 de setembro de 2010

Faltam 244 dias para o Centenário!




Em ritmo mais que acelerado continuam as obras de construção do Centro de Convenções do Centenário, na verdade, o maior centro de convenções do norte do Brasil, com capacidade superior a vinte mil pessoas, moderno, confortável e absolutamente necessário para uma igreja que já não comporta em seu maior templo, o Templo Central, os próprios membros. Mas, a maior necessidade se dá em função do cumprimento da vontade de Deus quanto ao “ide”, avançar sem trégua. Obedecendo a essa determinação do Pai, a Igreja Mãe em Belém através de seu povo sob a liderança do Pr. Samuel Câmara, vem dando demonstração clara do agir de Deus na construção desse espaço que para muitos continua sendo algo impossível, no entanto, desde o lançamento e início das obras em maio passado, o ritmo tem sido acelerado e, a passos largos, máquinas e operários seguem determinados para que tudo esteja absolutamente pronto e a obra seja inaugurada em 28 de maio de 2011.

Para aumentar ainda mais a fé de todos que tem orado e contribuído, podemos observar que a parte de fundação está no fim, ao tempo em que as primeiras peças que comporão a estrutura de sustentação acabaram de chegar depois de quase três mil quilômetros de viagem. Muitos que não acreditavam, começam a ver o milagre de Deus em pleno agir. Quem visita o canteiro de obras percebe a manifestação do poder e da glória do nosso Pai, até mesmo na proteção aos operários, pois, “uma obra desse porte, são comuns os acidentes e aqui temos trabalhado todos esses meses sem que nada aconteça”, afirmou o senhor João Guerreiro, um dos colaboradores, que concluiu dizendo “não sou evangélico mas aqui a gente sente a presença de Deus, é gratificante”.

Diariamente, um grupo de obreiros realiza momento de oração seguido de caminhada em volta do canteiro de obras, logo nos primeiros momentos da manhã, determinando a vitória da Igreja, de cada operário e de todos aqueles que já colocaram seu coração no projeto do Centenário. As obreiras Nazaré Lopes e Maria de Jesus, estão na liderança do café da manhã oferecido todos os domingos para os trabalhadores e em seguida para os irmãos que visitam as obras no Vale da Bênção, das 7:30 hs até as 10:00 hs, objetivando a arrecadação de fundos. “É o mínimo que podemos fazer, somos extremamente gratas a Deus por temos a oportunidade de contribuir de alguma forma”, afirmou a irmã Maria de Jesus. Já as irmãs Edjane Seoane, Margarete Mesquita e Maria Helena, ambas do Vale da Bênção, estão empenhadas em contribuir com o evangelismo de rua e no cumprimento da meta dos mil Núcleos Missionários.

Os depoimentos e demonstração de determinação para que a festa do Centenário seja mesmo o maior evento cristão conhecido na história do País são muitos. Cada um faz o que pode. A secretária da Igreja Mãe, Auristela Brasileiro, nas oras de folga vende docinhos para contribuir ainda mais com as metas estabelecidas: “cada um fazendo sua parte chegaremos lá. Eu faço os docinhos em casa e vendo-os com muita alegria na certeza de que estou ajudando a construir essa história. É um privilégio”, afirmou Auristela.

Eu e você, não importa onde estejamos, o que fazemos ou a fé que professamos, também podemos contribuir. A obra é de todos aqueles que acreditam no agir de Deus e em suas promessas (“agindo Eu, quem poderá impedir?”). E você que não acredita em milagres, acompanhe no site, se possível, visite a obra de construção do Centro de Convenções, na Augusto Montenegro, e, sinta-se igualmente abençoado por Deus, o único que merece toda nossa adoração e gratidão. Participe conosco desse momento histórico para o Pará e para o Brasil, o Centenário da Assembléia de Deus.

sábado, 25 de setembro de 2010

Esperando o candidato Godot

O Nobel de Literatura Samuel Beckett escreveu, na década de 1940, a peça “Esperando Godot”, que se tornou um clássico. Dois homens permanecem num palco vazio, com as mãos nos bolsos, olhando-se. E isso é tudo. Não há ação, nem enredo; eles apenas ficam lá, esperando Godot chegar, do início ao fim.

Mas quem é Godot? É uma pessoa? A quem representa: um santo, um demônio, ou algum político? O estudioso de ética Lewis Simedes sugere que Godot “representa os sonhos aos quais muitas pessoas se apegam como um escape”.
Na celebração do aniversário de 50 anos da peça, perguntaram a Beckett: “Agora diga, quem é Godot?” Ele respondeu: “Como vou saber?”

“Esperando Godot” é uma parábola da vida de muitas pessoas – vazia e sem sentido, a questão da espera inútil. Elas não fazem nada, não participam, apenas esperam que alguém apareça para fazer. Elas não se importam com o destino de seu país, como se dependesse delas. Não se dão conta de que, de tempos em tempos, esse destino fica literalmente em nossas mãos, quando decidimos, pelo voto, dar poder e autoridade às pessoas que nos governarão.

Elas estão esperando o “candidato Godot” chegar. Todos os outros candidatos, homens e mulheres de carne e ossos, imperfeitos, são vistos como “farinha do mesmo saco”, como se todo político fosse corrupto e todo candidato, um enganador.
O fato é que seremos responsáveis, por ação ou omissão, pelo que teremos adiante, pelo menos nos próximos quatro anos.

Se há quem deva se importar, por um dever de consciência e cidadania, é o que se diz seguidor de Cristo. Primeiro, porque temos uma parcela importante de responsabilidade social. Isso tem a ver com amar o próximo, com praticar a justiça e exercer a misericórdia. Decerto somos cidadãos do céu, vamos um dia morar com o Senhor; mas enquanto estivermos aqui, temos de fazer o “dever de casa”.

Segundo, se as coisas derem errado, normalmente os cristãos serão os primeiros a sofrer as consequências, pois no caos e na desordem, sem uma proteção institucional adequada, ficaremos à mercê da malignidade dos injustos e dos corruptos.

Embora a Bíblia ensine que “não há autoridade que não proceda de Deus”, em um regime democrático, onde as autoridades políticas são eleitas pelo voto popular, nós também somos igualmente responsáveis por aqueles que elegemos. Deus quer que a sociedade seja o mais harmônica possível, e isso tem a ver com as pessoas certas nos lugares certos. Temos, portanto, de elegê-las, pois “a autoridade é ministro de Deus para o nosso bem e para castigar o que pratica o mal” (Rm 13.1).

Outra coisa que temos que fazer é algo de natureza essencialmente espiritual. Temos de utilizar o poder da oração e suplicar a Deus pelo nosso País e por suas autoridades. Como está escrito: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus” (1 Tm 2.1-3).

Alguns cristãos sinceros e espirituais, ao se esconderem na ideia de que religião não se mistura com política, se omitem. Essa, no entanto, é uma maneira equivocada de ver a vida. O filósofo cristão Francis Schaeffer afirmou: “Hoje, a separação de Igreja e Estado é emitida para silenciar a igreja. Quando cristãos falam declaradamente sobre quaisquer questões, o tom de protesto da parte do Estado e dos meios de comunicação humanistas, é que os cristãos estão proibidos de falar, porque existe separação entre Igreja e Estado. O conceito é usado hoje de modo totalmente oposto ao intento original. A consequência dessa doutrina leva à retirada da religião como influência no governo civil”. (Manifesto Cristão)

Votar, participar, trabalhar por justiça e equidade são atos de alta espiritualidade, em todos os sentidos, assim como jejuar, orar, contribuir e fazer missões, pois também são uma maneira de amar o próximo e buscar a vontade de Deus.

Como não adianta ficar esperando o “candidato Godot”, pois este não existe, escolha alguém que representa o que você acredita, embora não seja um candidato perfeito, e vote com a consciência limpa de que também está ajudando a construir o seu próprio destino. E que Deus nos ajude!



Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" -http://www.oliberal.com.br/

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eleições e o efeito Panúrgio

Panúrgio é um personagem falante e simpático, mas sem dinheiro, criado por Rabelais em seu romance Pantagruel. Panúrgio fora injuriado por Dindenaut, vendedor de carneiros. Para vingar-se, ele arranjou dinheiro e comprou do homem que lhe injuriara os carneiros mais bonitos e os jogou ao mar. Os demais, vendo isto, seguiram cegamente os primeiros e todo o rebanho pereceu nas águas. Dindenaut e seus ajudantes jogaram-se também ao mar na tentativa de salvar os carneiros, mas também se afogaram.

Com o tempo, o personagem emprestou seu nome à gramática, e Panúrgio virou sinônimo de “espertalhão, astuto”. Um sujeito panúrgico passou a ser identificado como aquele que imita outro, que procede por espírito de imitação, tal qual fizeram os carneiros de Panúrgio. Esta se tornou uma expressão adagiária para indicar a mentalidade gregária do povo: basta que alguém eleve a voz para que a maioria o siga sem raciocinar.

O efeito Panúrgio é a ação de uma maioria destrambelhada que acompanha cegamente quem mais grita, sem examinar minimamente as razões de seu discurso. Principalmente em época de eleições, isto é algo que a sociedade deve evitar.

Não são poucos os candidatos que tentam passar a impressão de que são mais virtuosos que todos os outros. Fazem-nos pensar que, uma vez eleitos, a vida será transformada num mar de felicidade. O panurgista tenta nos fazer crer que é o candidato perfeito e espera que os “carneirinhos” (eleitores) sigam os seus passos.

A palavra candidato deriva de cândido (alvo, imaculado). Historicamente, remete-se ao Senado Romano, onde cada senador devia ter uma idade avançada (significando conhecimento e experiência) e vestir uma túnica branca (representativa de pureza).

A julgar pelos efeitos da Lei da Ficha Limpa, cuja aplicação tem tentado barrar milhares de “candidatos” em todo o Brasil, esse conceito tornou-se caduco. Esta é, portanto, a primeira razão pela qual candidato perfeito não existe.

A segunda razão vem do significado da palavra perfeito (do Latim, perfectu), que é “feito até o fim, acabado, terminado”. Um “candidato perfeito”, etimologicamente falando, deveria ser alguém completo, sem nenhuma falha.

Mesmo sem candidatos perfeitos, temos que ter em mente que nenhum povo consegue ser sério, próspero e respeitado se os políticos e governantes não forem bem escolhidos nas eleições. Eleição é o mesmo que escolha. Uma escolha pressupõe preferência, predileção, mas sob a égide do discernimento. Assim, temos de escolher os melhores; ou, na pior das hipóteses, os “menos ruins”.

Cair no extremo oposto de deplorar constantemente a classe política, sem fazer absolutamente nada para mudar a situação, é uma atitude negligente e cômoda de quem vive criticando, mas nada faz. As pessoas responsáveis, porém, têm de fazer algo a partir do seu próprio voto. É esse o tecido de que é formada a democracia.

O que temos de entender adequadamente é que, a despeito da imperfeição dos candidatos, a operação da graça de Deus, mediante as nossas orações e vigilância, pode ajudar a brotar o melhor da sua humanidade. O candidato que for eleito, embora imperfeito, poderá agir decente e racionalmente para o bem comum e contribuir para resolver os intrincados problemas sociais que acometem a nossa sociedade.

Temos de reconhecer, igualmente, o potencial humano para o comportamento interesseiro e pecaminoso. É isso que torna a democracia essencial, como disse o filósofo Rienhold Niebuhr: “A capacidade do homem para a justiça torna a democracia possível; mas a inclinação do homem para a injustiça torna a democracia necessária”. É isso que torna o seu voto importante e imprescindível.

O efeito Panúrgio identifica o nível de irresponsabilidade social em que se encontra a consciência de certos eleitores que votam pelos motivos errados. Aquele cuja consciência se encontra no estômago, pois vende o seu voto por um mero repasto, uma cesta básica, por exemplo. Outro cuja consciência está no bolso, pois vende o seu direito de cidadania por uns míseros trocados. E alguém que se deixa levar pelas emoções da hora e vota porque o candidato tem charme ou fala bonito, ou porque é sectário do voto útil.

Esta é a hora e a vez da sua consciência esclarecida, cujo voto pode ajudar não somente a banir das eleições o efeito Panúrgio, mas também mostrar que a vida, principalmente nesse caso, não precisa imitar a arte. E que Deus nos ajude!


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ExpoCristã 2010



Está em São Paulo?
Visite o Stand da Rede Boas Novas.

ExpoCristã 2010
De 07 a 12 de setembro de 2010
Expo Center Norte
Rua José Bernardo Pinto, 333 Vila Guilherme
CEP: 02055-000 São Paulo / SP

Oração pela Liberdade

O Brasil celebrou, neste 7 de Setembro, a sua Independência. Como independência é a condição de quem tem liberdade ou autonomia, esse momento histórico merece fazer parte da nossa agenda de oração e gratidão a Deus.

Liberdade! Essa é a palavra mágica que move pessoas e nações. A liberdade é um dom de Deus! Não há desenvolvimento sadio sem liberdade, assim como não há vida que valha a pena sem liberdade. A vontade de Deus é que pessoas e nações sejam livres.

Se quisermos não somente ser gratos, mas também orar para que tenhamos um país melhor, com a bênção de Deus, a Oração do Pai Nosso é um excelente guia. Através dela podemos expressar a nossa gratidão ao Senhor por Sua bondade e misericórdia com o Brasil, além de suplicar por dias melhores.

Quando Jesus ensinou esta oração aos discípulos, não o fez para ser usada como liturgia repetitiva e mágica, mas como uma estrutura de oração eficaz, em contraste com as vãs repetições pagãs. Esta oração é composta de sete petições que refletem nossas necessidades básicas, nos aspectos físicos e espirituais (Mt 6.9-13). Convido você a orar e meditar comigo:

“Pai nosso”. Expressamos, assim, que estamos sob o mesmo manto protetor, somos todos igualmente pecadores e carentes. Embora sejamos filhos de Deus por direito de criação, precisamos avançar e buscar um relacionamento efetivo com Deus como filhos amados. Essa ideia forma a base da oração. O Deus verdadeiro é contrastado com os caprichosos deuses falsos que precisam ser vencidos pelas petições de seus seguidores antes de responder.

“Santificado seja o teu nome”. É quando a nossa alma se eleva em adoração no reconhecimento de que Deus é santo. Este é o alicerce de nossas relações com Ele. “Santificado” quer dizer “venerado ou honrado”, o que focaliza o dever de santificar Deus em todos os nossos procedimentos na vida, pois trazemos o Seu nome como “Pai nosso”. Tudo quanto sabemos sobre Deus deve ser venerado e respaldado pelo nosso adequado comportamento ético e moral na vida.

“Venha o teu reino”. Ao dizermos isso, estamos identificando o desejo de aplicação dos atributos e poderes de Deus em nossa vida, individual e nacional. Mas isso não pode ser dito sem acrescentarmos: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus”. Devemos, portanto, desejar sinceramente a aplicação direta da influência divina sobre todo o povo da nossa terra. A vontade de Deus, e não a de líderes inescrupulosos com seus conchavos oportunistas, muito menos a dos enganosos vendilhões do templo.

“Dá-nos o pão”. Essa é a parte que trata das necessidades físicas dos milhões de brasileiros que ainda vivem famintos. Podemos pedir pão, mas sem esquecer de suplicar o livramento das “migalhas oficiais” que tornam o pobre mais miserável e dependente, principalmente em época de eleição.

“Perdoa os nossos pecados”. Como nossa terra está cheia de pecados, podemos pedir livramento dos desvios imundos da nossa natureza decaída. Perdoa, Senhor, os pecados nossos de cada dia. Perdoa os que tentam transformar o Brasil em um lugar libertino e abrigo de marginais internacionais. Perdoa quem renega a virtude e transforma corruptos e bandidos do passado em aliados de primeira linha. Perdoa os que tentam transformar o País num lugar de parasitas e vagabundos. E lembra a todos que, para estarmos em Tua presença, precisamos antes confessar os pecados e remover esse obstáculo pela eficácia do sangue de Jesus, que “nos purifica de todo pecado” e “de toda injustiça” (1 Jo 1.7-9).

“Não nos deixes cair em tentação”. Isto é para quem quer ser honesto e comprometido com a justiça. Não nos deixe cair na tentação de votar em troca de favores, ou de ceder ao erro em troca de benesses. Livra-nos do orgulho de achar que podemos vencer sozinhos e ajuda-nos a depender da Tua graça.

“Livra-nos do mal”. Como as pessoas sérias desejam se livrar do câncer da corrupção, da violência e da maldade, devemos dizer: Livra o Brasil da corrupção institucionalizada, livra-nos dos que escondem dinheiro nas meias e cuecas, livra-nos das quebras de sigilos, livra-nos do aparelhamento do estado; livra-nos também da maldade dos poderosos. E lembra a todos que o poder pertence a Ti; só o Teu livramento pode, finalmente, conceder vitória completa contra toda a corrupção do mal.

Deus ama o nosso querido Brasil e quer vê-lo livre do pecado e da injustiça, e independente da corrupção, impunidade, desemprego, promiscuidade e violência. Mas temos de orar, pois “a oração do justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16); e trabalhar, crendo que Deus abençoará as obras de nossas mãos (Sl 90.17).


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Como melhorar uma Obra-prima?

Imagine alguém que estivesse resolvido a melhorar uma obra-prima. Imagine-o visitando o Museu do Louvre, em Paris, decidido a melhorar Mona Lisa, a célebre pintura de Leonardo da Vinci. Ao aproximar-se do quadro, tem na sua mão uma paleta e pincéis para alterar a imponente figura. Pensa em acrescentar um pouco mais de cor ao rosto, ressaltar o sorriso, ou mudar um pouquinho o nariz.

Qualquer pessoa sensata diria: Isso é ridículo! Em seus quase quinhentos anos de existência, Mona Lisa tem sido considerada um dos maiores trabalhos artísticos de todos os tempos! Não seria totalmente absurdo alguém pensar em acrescentar algo a essa obra-prima? Tendo em vista que uma obra-prima é uma obra perfeita ou considerada como tal, logo ninguém deveria sequer pensar em alterá-la minimamente.

No entanto, não é estranho que seja exatamente isso que alguns tentem fazer com a obra de Cristo, a Salvação? Não é absurdo que, no decorrer da História, muitos tenham tentado melhorar, com alguns trabalhos seus, uma obra que já é perfeita?

São criadas regras e mais regras, são exigidas obras e mais obras: faça isso, não faça aquilo; coma isso, não coma aquilo; pague promessa, dê dinheiro, participe disso e daquilo. Tudo para alcançar a Salvação, mas são apenas tentativas fracassadas de tentar melhorar o que não pode e não precisa ser aperfeiçoado.

Convém ressaltar que Jesus, o Autor da Salvação, fez uma declaração de irretocabilidade de Sua Obra-prima, quando, na cruz do Calvário, bradou: “Está consumado!” Este era o “selo” de qualidade de uma obra perfeita!

O profeta Isaías indica o que ocorreu naquela cruz: “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.4-5).

O apóstolo Paulo acrescenta que Jesus foi aceito como nosso substituto “perfeito” diante de Deus: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21).

Antes de Cristo, na antiga aliança, os sacerdotes faziam sacrifícios de animais pelos pecados, seus e do povo. Mas Jesus se tornou o Sacerdote perfeito, o “fiador de superior aliança”. Desse modo, Ele, e só Ele, “pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu” (Hb 7.22-27).

“Uma vez por todas” quer dizer: Perfeito!

Perfeito vem do Latim perfectu, feito até o fim, acabado, terminado. Per é um prefixo que traz a ideia de intensidade e totalidade, além de ampliar o alcance de uma palavra. Quando uma coisa pode durar mais do que seria de esperar, ela é perdurável. Uma das particularidades das palavras formadas com o prefixo per é que mostram algo que vai além das expectativas: perene, permanente, persuasão, perseverança etc. A palavra fectu é simplesmente “feito”.

Portanto, uma “obra perfeita” não é aquela que apenas existe; é completa, sem nenhuma falha.

É por isso que o apóstolo Pedro afirma que Jesus é o único Salvador: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12).

Quando alguém ouve que Jesus pagou o preço por seus pecados e que não precisa fazer nada para merecer a graça de Deus, pensa que isso é bom demais para ser verdade? Acha, porventura, que existe algo que ainda precisa fazer para merecê-la?

Paulo afirma: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).

Na verdade, não se pode acrescentar nada à obra de Salvação; ela é uma dádiva de Deus. O preço foi pago por Jesus na cruz! A Obra-prima está completa! Tudo o que podemos dizer é: “Eu quero!”, ou: “Eu não quero!”

Tudo o que devemos fazer é recebê-la gratuitamente e, como uma “obra de arte” perfeita e eterna, apreciá-la e vivê-la.




Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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