sábado, 29 de setembro de 2012

O que pode fazer Deus sorrir


O que pode fazer Deus sorrir? Vendo a feiosidade do mundo de hoje, teria Deus motivos para tal? Evocando-se também as centenas de anos de teologias que mostram um Deus irado e carrancudo, poderíamos minimamente pensar que Deus seja dado a sorrisos? E, decerto, talvez Deus tenha tantos motivos quanto na época de Noé, quando se arrependeu de ter criado o homem e pensou em destruir a raça humana que se havia irremediavelmente corrompido (Gn 5.6). 
De qualquer modo, foi nesse meio tempo que Deus descobriu, entre tanta podridão comportamental, um homem chamado Noé, que lhe dava prazer e certamente o fazia abrir um largo sorriso. Foi exatamente quando Deus decidiu começar tudo de novo com a família dele. 
A razão de estarmos vivos hoje é que Noé agradou a Deus. O modo de Noé agradar a Deus se baseava numa legítima adoração, a qual perpassava a sua vida inteira e fazia dele alguém especial e possuidor de uma vida com propósito, o que o tornava, inclusive, diferente do resto das pessoas de sua geração. Deus verdadeiramente tinha nele motivos para sorrir. Ele cria que tinha sido criado por Deus e para Deus; e foi em Deus que Noé descobriu a sua origem, identidade, significado e propósito. 
A ideia de fazer Deus sorrir pode parecer absolutamente estranha para muitas pessoas, principalmente àquelas que se acostumaram à imagem de Deus como um velhinho carrancudo e irado, com raios nas mãos para atirar no primeiro pecador que sair da linha. 
Rick Warren, em seu livro “Uma Vida com Propósitos”, ainda hoje um best-seller, aborda a intrigante questão do propósito para o qual fomos criados, trazendo como exemplos da observação da vida de Noé, os cinco atos de adoração que faziam Deus sorrir. Isso, no fim das contas, serve como contraponto de que alguém pode conseguir poder, dinheiro, sucesso e alcançar os pícaros da glória humana, mas, mesmo assim, vir a sentir o imenso e inominável vazio de ter corrido a vida toda atrás do vento.
O que, porventura, pode fazer Deus sorrir?
Deus sorri quando o amamos acima de qualquer coisa. Isso ocorreu com Noé, que amava a Deus mais do que tudo, mesmo quando ninguém mais o amava. A sua vida era pautada por seguir a Deus ininterruptamente e isso o fazia desfrutar de um íntimo relacionamento com Ele.
Deus sorri quando confiamos Nele completamente. Noé confiou em Deus mesmo quando isso não fazia nenhum sentido. Deus o mandara construir um gigantesco barco para salvar a sua família e os animais, pois iria alagar o mundo. Ora, Noé jamais vira uma chuva, pois naquela época apenas o orvalho irrigava a terra. Também não sabia o que era um barco e morava a centenas de quilômetros do oceano. Mesmo assim, Noé levou 120 anos para construir a Arca, a despeito das críticas de ser louco varrido; tudo porque confiava completamente em Deus.
Deus sorri quando o obedecemos incondicionalmente. Deus dera a Noé instruções detalhadas (tamanho, forma, matéria-prima) a respeito da construção da Arca e sobre que tipos de animais deveria recolher. A Bíblia diz que “Noé fez tudo exatamente como Deus lhe tinha ordenado”, pois ele sabia que esse era o modo certo. Obediência parcial é uma completa desobediência. A obediência a Deus é um ato de adoração, pois nela dizemos o quanto o amamos. Obedecer a Deus incondicionalmente é um tipo de devoção que o faz sorrir.
Deus sorri quando o louvamos e damos graças. Quem não gosta de receber um agradecimento? Deus também gosta. E Noé sabia disso, tanto que a sua primeira atitude após o dilúvio foi expressar a sua gratidão a Deus oferecendo-lhe um sacrifício “tomando alguns animais e aves”. Hoje, diferentemente daquele tempo, podemos oferecer a Deus sacrifícios de louvor e gratidão (Hb 13.15; Sl 116.17).
Deus sorri quando usamos nossas habilidades. Alguém pode pensar que Deus só se agrada de nós quando estamos em atividades “espirituais” — ler a Bíblia, ir ao culto, orar, testemunhar etc. — e que Ele é indiferente às outras áreas de nossa vida. Deus disse a Noé e sua família que eles deveriam ser férteis, se multiplicar, encher a terra; que eles podiam trabalhar e comer animais e vegetais. É como se Deus dissesse: “Siga a sua vida, eu vou estar por perto. Eu me importo com você”. A Bíblia diz: “Os passos dos justos são dirigidos pelo Senhor. Ele se agrada de cada detalhe da vida deles” (Sl 37.23). Assim, todas as atividades humanas, com exceção do pecado, podem ser feitas para agradar a Deus.
Sendo assim, permita-se um momento de reflexão, se você está ou não agradando a Deus, se sua vida tem sentido ou é um mero correr atrás do vento. E, finalmente, responda: será que Deus tem algum motivo para sorrir pela sua vida?

sábado, 22 de setembro de 2012

Uma diferença que faz toda a diferença


De acordo com ciência genética, há 99,4% de semelhança entre o ser humano e os chimpanzés. Ao realizar uma análise comparativa de amostras de DNA, o cientista americano Morris Goodman chegou a este resultado, demonstrando que os chimpanzés estão geneticamente mais próximos do homem do que de outros primatas. Isto esquentou o debate sobre criação e evolução no recorrente embate entre fé e ciência, levantando um novo capítulo na luta sobre a origem do ser humano.
De fato, há duas explanações básicas, mutuamente exclusivas, quanto ao surgimento do ser humano. De um lado, o criacionismo, que apresenta Deus como o Criador, cuja base está na Bíblia. Do outro, a teoria da evolução, baseada na teoria darwiniana da origem das espécies, que sustenta ter sido um mero acidente. Mas há algo em comum entre estas duas facções: é a extrema necessidade de fé para se acreditar nas possibilidades que apresentam.
A afirmação de que o homem descende do macaco é essencialmente um dogma científico. Ora, um dogma, por definição, é o ponto fundamental e indiscutível de qualquer doutrina ou sistema. A razão que faz da teoria da evolução um dogma de fé em nome da ciência é que não há, por certo, em parte alguma, qualquer evidência científica da mesma.
Para se crer na teoria da evolução é necessário, portanto, acreditar cegamente na suposição de um “elo perdido”. Mas tudo isso é apenas um dogma de fé darwinista. Como os dogmas de fé são muito difíceis se não impossíveis de refutar com argumentos científicos, muitas pessoas seguem obstinadamente crendo em coisas não só desprovidas de fundamento científico sólido, mas, além disso, em franca contradição com o conhecimento científico acumulado até hoje.
A Bíblia afirma que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26), ou seja, somos essencialmente dotados de características morais e espirituais. Ao contrário da teoria da evolução, na Palavra de Deus não existem “elos perdidos” nem tampouco desesperança. Há início, há um propósito, há um destino.
Porém, o “xis” da questão não é o grau de semelhança entre o homem e o chimpanzé, mas o percentual de diferenciação. O que interessa mesmo é descobrir sobre este 0,6% que faz tanta diferença. Pois nisso está a raiz que diferencia o ser humano dos outros animais. Além do mais, é essa diferença mínima que faz um ser humano ser o que é.
O certo é que, em função desse 0,6%, um ser humano pode pender para o bem ou para o mal; pode deslizar em ações de indizíveis baixezas ou realizar feitos de inenarrável grandeza; pode ser capaz de proferir uma deslavada mentira ou de cultuar a Deus numa genuína adoração.
Essa pequena diferença fez com que o homem criasse a roda, os meios de transporte, a comunicação oral e escrita; fez com que plantassem e colhessem, construíssem casas e estradas; fez com que desenvolvessem regras, leis, ideias, sentimentos, sistemas de valores; fez com que controlassem o poder do átomo. Tal diferença mínima deu ao homem a capacidade de acumular conhecimento e, a partir daí, gerar livros, pinturas, navios, automóveis, eletrodomésticos, vacinas, roupas, relógios, lâmpadas, computadores, satélites, naves espaciais etc.
Essa diferença de alguma forma mostra a presença de Deus na vida humana. Não só como Criador, mas também como Inspirador de todo o bem, pois “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1.17). Entre outras coisas, a dádiva que vem com essa diferença fez Beethoven escrever a Nona Sinfonia; levou Pelé a ser o mais completo atleta de todos os tempos; fez cientistas realizarem descobertas maravilhosas; levou poetas a encherem a vida de lirismo; fez Davi cantar a vida em salmos; permitiu ao homem conquistar o espaço.
É essa diferença de 0,6% que dota o ser humano de uma característica única, segundo a Bíblia, de ter sido criado para se relacionar com Deus. Nós somos seres essencialmente adoradores. Esta é a marca indelével do Criador na humanidade, da qual não se pode fugir ou omitir-se.
Em seu tatear incessante para cumprir o papel para o qual foi criado, em sua busca de se relacionar com o Divino na esfera espiritual, na maioria das vezes o homem tenta preencher o vazio de não conhecer a Deus e produz para si deuses que não são, e fabrica ídolos que lhe satisfaçam essa necessidade inerente; ou então, simplesmente tenta negar a sua origem divina.
            As Escrituras dizem que Deus quer manter relacionamento conosco e procura adoradores que o adorem “em espírito e em verdade”. Mas também afirmam o nosso dever de buscarmos o Senhor enquanto se pode achar, de invocá-lo enquanto está perto (Jo 4.23; Is 55.6). Se assim o fizermos, esse mínimo 0,6% que nos separa dos chimpanzés será a diferença que fará toda a diferença em nossa vida, aqui e na eternidade.

sábado, 15 de setembro de 2012

Complexo de Xing Ling


Na cidade chinesa de Shenzen, o gigantesco shopping Lo Wu, com cinco andares, vende especialmente imitações de mercadorias luxuosas. O New York Times fez-lhe a seguinte referência: “Lo Wu é provavelmente a capital dos produtos falsificados”. Embora seja amplamente sabido que os produtos ali vendidos são pirateados, todos os dias milhares de pessoas viajam de Hong Kong direto para Shenzen e visitam Lo Wu, onde pagam, sem piscar, uma centena de dólares por um produto genérico ou falsificado de grandes marcas, geralmente de procedência duvidosa, chamados de “xing ling”.
Quando as pessoas compram imitações de produtos, os chamados “piratas”, que custam uma fração do preço dos originais, mas de durabilidade inferior, isto é um exemplo pitoresco da tendência humana de valorizar a aparência externa para além da realidade. Pode-se pagar uma boa quantia por uma etiqueta ou um “look” correto, mesmo que a mercadoria não seja autêntica.
Essa tendência pode ser encontrada também na área espiritual. Jesus a localizou fartamente no comportamento religioso de sua época. Não poucas vezes Jesus acusou os fariseus de viverem uma realidade intrinsecamente afeita à hipocrisia. Eles praticavam boas ações, oravam e jejuavam, mas apenas para criarem uma aparência socialmente aceitável de homens santos devotados a Deus.
Os fariseus pareciam bastante autênticos, agiam como se fossem religiosos espiritualmente desenvolvidos, mas seus corações estavam completamente distantes de Deus. No famoso Sermão do Monte, Jesus traça parâmetros espirituais veementemente contrários ao estilo de vida farisaico de sua época.
Desse modo, os fariseus poderiam ser chamados de “religiosos xing ling”, numa alusão aos produtos genéricos ou falsificados de grandes marcas. Eles apenas pareciam ser espirituais, mas eram meros legalistas religiosos. Jesus denuncia que eles “atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los. Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens... Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mt 23.4-7).
 Por causa desse seu exemplo de vida, historicamente, no sentido figurado, a palavra fariseu passou a indicar o indivíduo que aparenta santidade, não a tendo; um sujeito hipócrita, fingido.
            Pensemos, portanto, nessa fraqueza humana de primar muito mais pela aparência do que pela realidade. É nesse terreno fértil que floresce o substrato da “propaganda enganosa”, qualquer que seja o campo de atividade.
Vários exemplos podem ser evocados. Um político de moral duvidosa, acusado costumeiramente de corrupção, mas cujo discurso tem o dom de inebriar os ouvintes, a ponto dos mesmos esquecerem o que realmente conta. Um pregador eloquente e bem vestido, com discurso contundente, prometendo riquezas terrenas e um lugar privilegiado no céu, mas cuja vida está completamente distante do padrão de Deus. Um comercial de cigarro que faz a ligação do ato de fumar com a virilidade, a competência, a fama, o sucesso, mas cuja realidade encoberta certamente terminará em câncer e morte.
A verdade é que, embora nos achemos pessoas esclarecidas, de algum modo podemos rapidamente ser convencidos pela forma como as pessoas se expressam, mesmo que tenhamos algumas questões a respeito do que falam.
Um homem que tentava explicar o significado da palavra oratória, fez o seguinte comentário sarcástico: “Se você diz que preto é branco, está sendo tolo. Mas, se enquanto diz que preto é branco, rugir como um leão, bater na mesa com os punhos cerrados e correr de um lado da sala para o outro, isso é oratória”.
Isso é uma forma jocosa de dizer que, em geral, as massas são movidas mais pelo estilo que pelo conteúdo. Talvez porque muitos sofram, mas não queiram saber, de um defectível “complexo de xing ling”. Buscam mais as aparências que as realidades. Contentam-se com o falso, desde que isto os permita fazer expressar o status do verdadeiro.
De acordo com o apóstolo Paulo, chegaria o tempo em que as pessoas “se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas”, quando se afastariam da verdadeira doutrina de Cristo e seriam tolerantes com aqueles que descaradamente as ludibriam para que se sintam bem (2 Tm 4.3). Devemos então analisar e avaliar cuidadosamente tudo o que ouvimos, mesmo que seja proclamado da forma mais eloquente. Não devemos nos permitir ser seduzidos pela aparência de um produto, ou por mera oratória.
Na vida espiritual, precisamos ter certeza a respeito dos que ensinam sobre a Bíblia, se estão “falando a verdade em Cristo e não mentindo”.
Viver no terreno movediço da falsidade, principalmente no âmbito espiritual, é prejuízo certo. Aparência e eloquência nunca substituem a realidade. Jesus nos instrui que a única forma aceitável de adoração a Deus é aquela feita “em espírito e em verdade”, não uma devoção “xing ling”, que apenas parece, mas não é.

sábado, 8 de setembro de 2012

A Independência é filha da Liberdade


Contam os historiadores que ao cair da tarde do dia 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga, o príncipe D. Pedro recebeu cartas de Lisboa, ordenando seu retorno a Portugal. Ao lê-las, concluiu que chegara a hora de romper com a Metrópole. Depois de amassar e pisotear as cartas, D. Pedro gritou à guarda de honra: “Amigos, as cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar. Deste dia em diante, nossas relações estão rompidas”. 
Após arrancar a insígnia portuguesa de seu uniforme, D. Pedro sacou a espada e gritou: “Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um país livre”. Em seguida, erguendo-se nos estribos e alçando a espada, bradou: “Brasileiros, de hoje em diante o nosso lema será: independência ou morte!”.
Depois de quase dois séculos do inverossímil “grito de independência”, não é difícil concluir que o grande desafio à nossa frente é fazer da Independência uma conquista de todos os brasileiros. Independência é a condição de quem tem liberdade ou autonomia. De fato, não há desenvolvimento sadio sem liberdade, assim como não há vida que valha a pena sem o condão da liberdade. 
A independência é filha da liberdade; a liberdade é dom de Deus. A verdadeira independência não vem antes, mas depois de estarmos livres: livres das amarras da injustiça, livres das correias da desigualdade social, livres dos grilhões do pecado, livres da corrupção.
Suponha que você se encontre numa área rural, onde as carroças ainda são comuns. Um dia, você observa que a maioria das pessoas decidiu pôr a carroça na frente do cavalo, dizendo: “Eia, cavalo, empurre, empurre”. Mas o cavalo não consegue empurrar a carroça de jeito nenhum. Você pensaria lá com seus botões: “Como esta gente consegue ser tão tola?”. E você estaria certo. 
Muitas pessoas, ainda hoje, têm uma ideia de independência exatamente assim. Eles a tomam completamente invertida e ficam se perguntando por que não funciona, como não dá certo.
Muitos têm dedicado a sua vida para que tenhamos um Brasil verdadeiramente livre. Eu quero estar entre estes. Mas reconheço que somente esforços humanos, sem a graça de Deus, pouco podem produzir. Precisamos da ajuda de Deus, sim, precisamos buscá-lo. O salmista Davi disse: “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl 33.12). Precisamos embasar os nossos esforços cívicos com a força da oração, pois “muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16).
Gostaria de evocar a conhecidíssima oração ensinada por Jesus, “O Pai Nosso”, para nos ajudar a orar pelo Brasil. Assim, ao orarmos: “Pai nosso que estás nos céus”, expressamos que todos estamos sob o mesmo manto protetor, somos todos iguais perante Deus. A igualdade é a base da justiça. A justiça é o fundamento da paz. A paz é a fonte da liberdade. A liberdade é o alicerce da independência. E acima de tudo isso, Deus.
Ao dizermos: “Santificado seja o teu nome”, nossa alma se eleva à presença de Deus e reconhece o caráter santo, bondoso e justo de Deus, conforme já acontece nos céus. 
Quando suplicamos: “Venha o teu reino”, identificamos o desejo de aplicação dos atributos e poderes de Deus em nossa vida, individual e nacional. Por isso, acrescentamos: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus”. Isso identifica que desejamos sinceramente a aplicação direta da influência divina, pessoal e geral, sobre a sociedade e o lugar onde vivemos.
Temos necessidades físicas e milhões de brasileiros ainda vivem famintos. Então pedimos: “Dá-nos o pão”, pois cremos, como disse Jesus, que o Pai conhece as nossas necessidades antes mesmo de lhe pedirmos (Mt 6.8).
Sabendo que nossa terra está cheia de pecados, então rogamos: “Perdoa os nossos pecados”. Topamos continuamente com este obstáculo, especialmente por causa da nossa natureza decaída. Para que obtenhamos a condição de espiritualidade e sintamos a presença de Deus em nossas vidas, precisamos que Deus remova esse obstáculo pela eficácia do sangue de Jesus, pois “ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.7,9).
Como desejamos ver o nosso povo vivendo honestamente e compromissado com a justiça, oramos intensamente: “Não nos deixes cair em tentação”. Ora, sabemos que a vitória sobre qualquer tentação é extremamente necessária para quantos querem andar no caminho de Deus. 
Como anelamos que as pessoas sérias desejem se livrar do câncer da corrupção, violência e maldade, suplicamos humildemente: “Livra-nos do mal”. Pedimos então para Deus ajudar o Supremo Tribunal Federal a julgar justamente e condenar os corruptos petistas do mensalão. O livramento que Deus conceder ao Brasil nessa esfera, finalmente, poderá ser o embrião da vitória completa sobre os grilhões da corrupção.
Por fim, oramos: Deus, seja o Senhor do Brasil, para que sejamos livres, independentes e felizes!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Sonhando e vivendo os sonhos de Deus


Nos idos de 1968, um homem negro americano, o Rev. Martin Luther King, mudou a história de seu país encabeçando a luta pela igualdade dos direitos civis para negros e brancos, contra o regime de segregação racial que vigorava nos Estados Unidos. Isto o fez ganhar o Nobel da Paz. Pacifista, ele lutou contra o “apartheid” americano com passeatas, greves, negociações e muitos discursos. O seu mais importante discurso, porém, foi celebrizado numa frase: “Eu tenho um sonho”.
O segredo da tenacidade de sua vida é que ele era movido por este lema, cujo sonho não é produto da imaginação, uma mera fantasia, ilusão ou quimera; é, antes, um desejo veemente, uma aspiração, cuja idéia, de tão dominante, é perseguida com interesse e determinação.
        Parece-me que a nossa geração sonha cada vez menos. E menos ainda são aqueles que sonham e vivem os sonhos de Deus. A Bíblia nos relata que José, na sua geração, recebeu de Deus os sonhos que seriam as diretrizes de toda a sua vida, ousou vivê-los e por eles se dispôs a pagar um alto preço (Gn 37.5-10).
José teve sonhos tão nítidos e fortes que acabaram se tornando o grande anseio de sua alma, a mola propulsora de sua existência. No início, ele pensara que sua família lhe daria algum reconhecimento por isto. Mas, ao contrário, seus irmãos o odiaram, pois ele sonhava os sonhos de Deus, que consistiam na indicação profética de que ele teria proeminência e assumiria posição de liderança e autoridade.
Veja o que ocorreu com José. Seus irmãos lançaram-no numa cisterna, depois o venderam como escravo, pois não sonhavam os sonhos de Deus como José o fazia. Quando perceberam que José, nascido do mesmo pai, morando sob o mesmo teto e comendo a mesma comida, era um homem que tinha fome de Deus, buscava as coisas do Alto para a sua vida, simplesmente rotularam-no de “sonhador”, isolaram-no, para depois matá-lo.
Podemos aprender uma lição com isto. Quando temos um sonho dado por Deus, e alguém do nosso lado não acompanha o nosso sonho; quando no grupo cada indivíduo tenta dar encaminhamento próprio às coisas e fazer prevalecer os seus planos pessoais; quando alguns não querem sonhar os sonhos de Deus e acabam ficando contra quem o faz; o resultado é que podemos sofrer, passar por lutas e enfrentar muitas dificuldades.
Porém, quem sonha os sonhos de Deus é diferente. Não se trata de uma questão de aparência, mas de perspectiva. Não somente o “sonhador” é visto de modo diferente, mas também vê tudo de modo diferente
Deus tem sonhos maravilhosos para dar a cada um de nós, como deu a José. Como é bom podermos viver os sonhos de Deus! Às vezes queremos sonhar os nossos sonhos: o sonho de ter, de fazer, de ser reconhecido. Mas a melhor coisa que existe não é ter um sonho próprio, mas sonhar um sonho que vem do coração de Deus, cujas boas obras correspondentes Ele preparou de antemão.
Deus não está procurando pessoas que queiram apenas sonhar seus próprios sonhos. Deus está procurando quem possa ouvir a Sua voz, para sonhar e viver o que Ele tem preparado. Os caminhos de Deus são melhores que os nossos, porque são perfeitos, mais altos e mais sublimes. Outra diferença fundamental é que os sonhos de Deus são proféticos, sempre se cumprem. Pode passar mais tempo, podemos sofrer ou ser incompreendidos, mas, no tempo certo, Deus vai cumpri-los.
Quando sonhamos os sonhos de Deus, as pessoas podem nos olhar de soslaio, chamar de fanáticos e colocar outros rótulos, podem nos colocar dentro de uma “cisterna”, mas não devemos temer. Antes, devemos esperar o tempo de Deus, pois da obscuridade Ele pode nos alçar à proeminência, ao lugar onde planejou que alcancemos.
Pode ser que nos oprimam e nos vendam como escravos, relativamente falando. Pode ser que nos diminuam ou obstruam o nosso caminho, ou que se levante uma pessoa mundana para corromper a nossa vida. Porém, se sonhamos os sonhos de Deus, seremos fortes e poderemos dizer: “De modo algum me perderei, pois estou vendo os sonhos do meu Deus e não vou trocá-los por nada que o mundo oferece”. Isto porque sabemos que a glória do que Deus preparou é maior do que tudo quanto o mundo oferece.
Há sonhos e sonhos. Não devemos colocar o nosso coração em coisas passageiras e perecíveis, nem nos obstáculos à frente. É preciso, antes, compreender aonde nossos sonhos nos levarão, se eles têm ou não a bênção de Deus. E isso tem a ver com o nosso destino eterno.
Sonhar e viver os sonhos de Deus é incomparavelmente melhor, não tem prazo de validade e não possui nenhuma contraindicação. Sábio é quem confia em Deus e segue o Seu caminho.