segunda-feira, 30 de julho de 2012

Para ganhar a corrida da vida

O atleta inglês Derek Redmond havia se preparado duramente para competir na corrida dos 400 metros nas Olimpíadas de 1992, em Barcelona, Espanha. Mas aconteceu algo inusitado. Enquanto ele participava de uma prova classificatória, de repente estirou um tendão e caiu na pista sofrendo dores horríveis. Determinado a continuar, Derek fez um esforço tremendo para se levantar, arrastando-se com dificuldade para a linha de chegada.
Foi quando seu pai pulou a grade de proteção e correu para a pista. Antes que alguém pudesse detê-lo, Jim Redmond alcançou seu filho. O jovem corredor apoiou-se no ombro do pai e continuou, embora cambaleante, para completar a corrida. A multidão que assistia à prova os aplaudiu e incentivou, até que cruzaram a linha de chegada. Era como se o competidor, seu pai e todos os torcedores tivessem cruzado a linha juntos.

A vida cristã é assim como uma corrida. A Bíblia nos encoraja a corrermos a carreira da fé e perseverarmos até o final, seguindo o bom exemplo daqueles que correram antes de nós. A imagem que me vem à mente é a formação dos discípulos de Jesus, quando o mestre ajuda seu discípulo a alcançar a linha de chegada. A mensagem embutida naquele episódio olímpico é que, embora tenhamos de nos esforçar muito para completar a prova, é alentador saber que não estamos sozinhos, que alguém vai estar por perto para nos ajudar quando as adversidades nos alcançarem.

A vida cristã tem a ver com a formação de discípulos. Esta é uma ordem de Deus aos pais: “Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos” (Dt 4.9).

Jesus igualmente nos ordenou: “Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19).

O apóstolo Paulo, numa de suas cartas, se referiu a Timóteo como “verdadeiro filho na fé”, numa das melhores definições do que significa formar discípulos. O pai ajudando o filho a vencer, de modo que este possa também ajudar os outros na competição da vida espiritual. Assim, Paulo orientava Timóteo para que gerasse outros discípulos e fizesse, indefinidamente, a verdade passar de uma geração a outra: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2 Tm 2.2).

Cristo é o nosso maior exemplo. O discipulado no ministério de Jesus foi algo marcante. Ele dedicou-se à formação dos doze discípulos, mas sabemos que Ele se concentrou especialmente em três deles: Pedro, Tiago e João. Em fazendo assim, deixou o exemplo para seguirmos os Seus passos.

Cada discípulo tem de fazer a sua parte. Paulo disse: “Todo atleta em tudo se domina, aguenta exercícios duros porque quer receber uma coroa de folhas de louro que, aliás, não dura muito. Mas nós queremos receber uma coroa que dura para sempre” (1 Co 9.25). Ao jovem líder Timóteo, que vivia os altos e baixos de sua inexperiência e timidez, ele escreveu: “O atleta que toma parte numa corrida não recebe o prêmio se não obedecer às regras da competição” (2 Tm 2.5).

O que certamente Jesus e Paulo tinham em mente é que o discipulado é um método por excelência que pode ser desempenhado por qualquer pessoa. É também a maneira mais rápida e segura de preparar os cristãos para serem sal e luz na sociedade. Fazer discípulos, portanto, tem o grande potencial de produzir frutos permanentes, propiciando maturidade à igreja e ajudando na formação de novos líderes.

O melhor de tudo no discipulado cristão é que o próprio Cristo nos ajuda a chegarmos ao final da prova. Nossa vida é como se estivéssemos num estádio lotado correndo em busca da vitória: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12.1).

Muitas pessoas, após alguma desilusão ou sofrimento, se desencantam e se isolam, deixam a igreja, se abatem e param de correr a corrida cristã. Famílias inteiras são desclassificadas quando se deixam vencer pelos problemas, se dividem e deixam de perseverar na fé.

Mas os discípulos de Jesus sabem que os problemas da vida não são a última palavra, são antes uma oportunidade de milagre, pois o nosso Pai trabalha por nós.

Avante, irmãos! Sejamos fiéis a Deus e ganhemos a corrida da vida com Jesus!

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

domingo, 22 de julho de 2012

Vida plena após o triunfo

Ninguém gosta de ser perdedor. O último livro da Bíblia, Apocalipse, que trata das “últimas coisas”, traz oito promessas diretamente aos vencedores, nenhuma aos perdedores, mostrando que a vontade de Deus é que triunfemos em tudo. O apóstolo Paulo externava essa certeza com gratidão: “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento” (2 Co 2.14). 
 
Destinados ao triunfo, como aprender a conviver com tal destinação para a vitória? Como permanecer fiel e não cair nas ciladas pós-conquistas?
 
Paulo certamente tomou emprestado essa figura da cultura romana para advertir os cristãos da Igreja de Corinto a respeito da possibilidade da queda após a euforia do triunfo. Ele alertava: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”.
 
Quando Roma homenageava um general, após uma campanha vitoriosa, concedia-lhe a máxima honraria do Triunfo. O Triunfador, com cetro e coroa de louros, vestia um manto de púrpura bordado e sentava-se em um carro puxado por quatro cavalos brancos. Era precedido por senadores, rodeado por parentes e amigos, seguido por todo o seu exército e um grande número de cidadãos, conduzido em pompa pelas ruas da cidade até ao Capitólio. Adiante dele desfilavam o conjunto de despojos dos inimigos vencidos, juntamente com os reis aprisionados. Logo atrás, iam as vítimas que deveriam morrer em sacrifício e oferenda aos deuses.
 
Durante a cerimônia, um escravo tinha a missão de ir logo atrás do Triunfador proclamando: “Lembra-te que és homem! Cuidado! Cuidado! Não caias!”. Era um contrapeso às aclamações da multidão, para lembrá-lo de que era um simples mortal. Enquanto todos ovacionavam o homenageado, o escravo era usado para combater a possibilidade do orgulho que um aparato tão deslumbrante pudesse inspirar ao Triunfador.
Isto fazia parte do protocolo, pois temia-se que, em meio à embriaguez daquela glória passageira, o homenageado poderia se esquecer de sua mera condição humana e, diante de tal pompa e circunstância, vir a pensar que era um “deus”. A advertência servia para que o general se lembrasse que, muitas vezes, depois do  Triunfo, havia sempre a possibilidade da queda.
 
Essa é uma advertência que tem o condão de ser útil a nações, pessoas e instituições. Serve para qualquer aspecto da vida. Veja o exemplo do povo de Israel que, após grandes triunfos (libertação do Egito, passagem pelo Mar Vermelho, milagrosa alimentação no deserto do Sinai) cometeu depois pecados de idolatria e imoralidade, razão pela qual toda uma geração foi rejeitada por Deus e veio a perecer.
 
A Júlio César foram concedidos dois Triunfos. Outorgaram-lhe o direito de ostentar diariamente os paramentos que um Triunfador só usava no dia do seu Triunfo. Foi-lhe assegurada a sacralidade de tribuno (que tornava sacrilégio fazer-lhe algum mal), sua efígie apareceu em novas moedas, sua estátua foi esculpida a expensas públicas e colocada no Capitólio, no fim da fila dos Sete Reis de Roma. Ele ainda recebeu do Senado os títulos de Pai da Pátria e Imperador.
 
Diante de tanta glória, descuidou-se de sua segurança e não foi capaz de identificar a conspiração que veio a ceifar sua vida.
 
Quem não conhece alguma pessoa ou empresa que se tornou arrogante pelo sucesso de um produto ou por um prêmio recebido? Quem não conhece alguém que, depois de uma conquista, se mostrou prepotente e orgulhoso?
 
Não há entre nós fartos exemplos de pessoas e empresas que se deixaram embriagar pela pompa e circunstância de um fugaz momento de glória e, pouco tempo depois, caíram em desgraça, perderam a importância, faliram?
 
Quantas marcas famosas, quantos impérios aparentemente indestrutíveis, quantas pessoas que pareciam inabaláveis, quando de repente tudo desabou, acabou em fulminante derrocada, sem que se conseguisse compreender de imediato as razões da queda.
 
Parece que, de repente, tudo veio abaixo depressa demais, não poucas vezes logo após um triunfo consagrador. Mas eu penso que nenhuma queda é “de repente”. Antes, elas ocorrem porque paulatinamente vamos deixando de ouvir a sábia voz da razão que diz: “Lembra-te que és homem! Cuidado! Cuidado! Não caias!”
 
A queda vem quando deixamos de ser humildes e pensamos que somos “deuses” intocáveis; porque, com o sucesso, vamos deixando de lado a sensatez e nos tornamos arrogantes e pretensiosos.
 
Devemos reconhecer, portanto, que “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes”, sabendo que “o homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (Tg 1.17; Jo 3.27). Tudo vem de Deus e deve voltar para Ele.
Se queremos nos manter sempre firmes e vitoriosos na vida, temos de permanecer humildes e agradecidos, honrando a Deus pelas conquistas. “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. Este é o antídoto infalível contra a queda.


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

domingo, 15 de julho de 2012

Renovados e preparados para a vitória

Um caçador das montanhas, conta a lenda, certa feita encontrou um ninho de águia, tomou um ovo e o levou para casa, colocando-o sob uma galinha que chocava. Algum tempo depois, nasceu uma aguiazinha entre os pintinhos, que foi criada com o mesmo extremado cuidado e proteção. A aguiazinha aprendeu a ciscar e a comer a comida dos pintinhos, além de fazer tudo o mais que os mesmos faziam. E assim, ela foi crescendo e vivendo naquele terreiro como se fosse uma galinha.

A aguiazinha sequer imaginava que podia voar nas alturas e dominar os céus, pois, vivendo como galinha, não aprendera a voar.

Certo dia, a “aguiazinha do galinheiro” viu uma grande ave voando nas alturas, como se fosse a dona dos céus. Achou aquilo maravilhoso e até sentiu vontade de voar. Ela achegou-se à sua “mãe galinha” e perguntou-lhe sobre aquela ave que estava a voar tão majestosamente nas alturas. Sua mãe respondeu-lhe que era uma águia, a “rainha das aves” e que só ela conseguia voar tão alto. E acrescentou: “Isto não é para nós; somos apenas galinhas!”

Desse modo, a pobre aguiazinha, acreditando que fosse apenas uma galinha, viveu toda a sua vida naquele galinheiro, sem jamais conhecer as alturas.
Esta lenda funciona como uma poderosa parábola da vida de muitas pessoas, ilustrando metaforicamente que de algum modo estão a viver em condições semelhantes. Em vez de voarem, arrastam-se pela vida, frustradas e infelizes, sem reconhecerem o que são, sem jamais experimentarem a vida que foram destinadas a viver.

Deus nos compara às águias: “Os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Is 40.31). A águia, a rainha das aves, é forte e rápida, tem o voo mais alto. O homem é a coroa da criação de Deus. A águia tem um voo impetuoso, como impetuosos são os homens. Ela habita nas alturas e em lugar seguro; espiritualmente falando, fomos feitos para habitar no esconderijo do Altíssimo e descansar à sombra do Onipotente (Sl 91.1; Ef 2.6).

Que linda comparação! A razão de ser da nossa existência começa em sermos verdadeiros adoradores de Deus. Qualquer coisa abaixo disso é “viver como galinha”. O salmista dizia: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome” (Sl 103.1-5). Ele não queria esquecer de nenhum dos benefícios do Senhor: o perdão dos pecados, a cura das enfermidades, o livramento do mal, a alegria de viver uma vida plena e vitoriosa.

Além disso, é Deus “quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia”. Essa propalada renovação da águia é, de certa forma, um mistério. Embora ainda não provada cientificamente, há indicações bíblicas de que tal ocorra, assim como relatos em várias culturas.

Pensa-se que a águia chegue a viver setenta anos. Na meia idade, contudo, ela experimenta grande decrepitude. Suas unhas, compridas e flexíveis, dificultam o agarramento das presas de que se alimenta. O bico fica alongado e se curva. Suas asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, tornam difícil a tarefa de voar.

Nessa altura da vida, a águia tem duas alternativas: morrer ou enfrentar uma longa e penosa renovação. Esse processo renovador consiste em se recolher numa montanha onde haja água. Ela começa a bater com o bico na pedra até arrancá-lo; depois, espera nascer um novo bico, com o qual arranca suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Em pouco tempo, a águia estará pronta para o voo da renovação.

Embora geralmente as pessoas desejem mudar de vida, paradoxalmente, a maioria não quer mudanças. Continuam a fazer tudo do mesmo jeito, como se pudessem obter resultados diferentes sem precisar agir de modo igualmente diferente. Há muitos que pensam que seriam felizes se tão somente tivessem mais dinheiro ou bens. Os poucos que muito têm, na contramão desse pensamento, sabem que, embora o que tenham lhes proporcione viver bem, isso não os torna mais felizes.

Como na parábola da águia, o problema está naquilo que fomos criados para ser, não no que temos ou nas circunstâncias que enfrentamos. Fomos criados para manter comunhão com Deus, para nos relacionarmos com Ele através de Jesus. Esse é o ponto de partida. Tudo o mais fica nebuloso e confuso sem essa premissa, tudo perde o sentido sem esse fundamento.

Jesus é o caminho da renovação, pois “se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17). “Sem mim nada podeis fazer”, disse Jesus. Isso faz toda a diferença, metaforicamente falando, entre ciscar como galinha e voar como águia.


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A visão de um vencedor

Imagine que você está diante de um professor, na sala de aula, e este lhe apresente uma grande folha de cartolina branca, pintada na parte inferior com um pontinho preto, e lhe pergunte: “O que você estão vendo?”. A sua resposta pode não lhe deixar reprovado no final do ano, mas serve para indicar se você tem ou não a visão de um vencedor.

O ex-Secretário-Geral da ONU, Koffi Anan, algum tempo atrás se reportou a uma situação semelhante acorrida quando ainda era criança, que mudou seu modo de ver os problemas da vida. Um por um dos alunos respondeu que via apenas um pontinho preto na cartolina branca.

Depois que todos falaram, o professor aplicou-lhes a seguinte lição: “Se vocês forem para a vida com essa atitude, serão todos derrotados. Quem enxerga a vida pelo lado pior das coisas, acaba sempre machucado. Vocês se acostumaram a pensar pequeno, a olhar apenas problemas, porque têm uma visão inferior de si próprios. Vejam bem, de fato, há um pontinho preto; mas o que dizer do resto da folha de cartolina? Não é toda ela branca? O ponto preto representa os problemas da vida. A parte branca representa as possibilidades diante de vocês. Mudem sua visão, mudem o modo como se veem diante dos problemas, vejam antes as possibilidades, e se habilitarão a ser verdadeiros vencedores!”.
Constantemente eu tenho atendido a inúmeras pessoas no gabinete pastoral, a maioria cheia de problemas e alquebradas por diversas tristezas, quer sejam causadas por simples erros cometidos ou pecados repugnantes, ou porque alguém de alguma forma os fez sofrer.

Normalmente quem enfrenta problemas tem dois sentimentos básicos que precisam ser enfrentados: um é a estreiteza de mente que teima em deter a visão demasiadamente no passado; o outro, a obtusidade de sentimentos em valorizar demais as coisas negativas.

Os que detém a sua visão no passado e pensam em demasia no que poderia ter acontecido, correm um risco semelhante ao de alguém que caminha numa calçada olhando para trás, ou ao de um motorista que dirige olhando pelo retrovisor do carro, atentando ao que se passa na retaguarda, mas se descuidando do caminho adiante. Ambos têm uma grande possibilidade de uma desastrosa trombada.
A experiência, ou a estrada já percorrida, é uma grande mestra. Os destroços da retaguarda servem apenas como balizamento das lições que aprendemos, mas não servem para nos sinalizar a caminhada à frente. Sejam quais forem os erros que cometemos, ou quaisquer que sejam os erros cometidos contra nós, nosso único caminho é seguir em frente. O que foi e o que poderia ter sido podem servir como advertência, mas é a estrada adiante e seus alvos propostos que devem motivar a nossa atenção.
Quem só enxerga o lado ruim das coisas, perde a capacidade de celebrar e viver o que a vida oferece de melhor. Prefere antes centrar-se no sofrimento e culpar a Deus pelos males do mundo, em vez de se esforçar para melhorar o mundo ao seu redor. Não consegue ver propósito algum nas coisas corriqueiras. Se faz calor, é um “calor infernal”; se chove, é “chuva maldita”; e toda dor demanda logo uma droga que lhe estanque.

Mas a irritação não solucionará problema algum e as contrariedades não alteram a natureza das coisas. Além do mais, os desapontamentos que temos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar – tanto para sermos curados interiormente, como para nos ajudar a ver melhor as coisas e delas tirar proveitosas lições para a vida.

Qualquer que tenha sido o problema, a dor que sentimos não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus, e a nossa tristeza não iluminará os caminhos. É bom lembrar, também, que o desânimo que sentimos não edificará ninguém e as nossas lágrimas não substituem o suor que devemos verter em benefício da nossa própria felicidade. Ademais, as nossas reclamações jamais acrescentarão nos outros uma só grama de simpatia por nossa vida.

É necessário que aprendamos a ver cada situação difícil da vida como uma oportunidade de operação do milagre de Deus em nosso favor. Deus nos ama e se importa conosco, sabe que sofremos e pode nos ajudar. Mas temos que aprender a manter a fé e uma atitude correta diante dos problemas que enfrentamos.

O apóstolo Paulo, a despeito dos embates da vida e de suas limitações pessoais, tinha a visão de um vencedor. Ele dizia: “Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que adiante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13,14).

A visão de um vencedor não se detém nas experiências trágicas do passado nem nas dificuldades do presente, mas serve-se delas como coadjuvantes de sua caminhada de fé vitoriosa na construção da obra prima de sua própria vida.

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém