segunda-feira, 16 de março de 2009

Boas Novas a todos os povos

Conta-se que ao inventar o rádio, Guglielmo Marconi declarou que esta invenção
poderia ser utilizada pelas igrejas para alcançar rapidamente o mundo com a pregação do evangelho de Cristo. O rádio, segundo ele, viera para acabar com as fronteiras geográficas e culturais. Mas sabe-se que os líderes das igrejas renegaram a invenção e declararam: "O rádio é do Diabo".

Os cientistas que inventaram a televisão, cuja maioria era de cristãos professos,
fizeram idêntica declaração, pois entendiam que a utilização da televisão pelas
igrejas as ajudaria a cumprir mais rapidamente sua missão. Da mesma forma, as
lideranças declararam: "A televisão é do Diabo".

O resultado é que as igrejas seguiram a orientação de seus líderes. Em contrapartida, o óbvio aconteceu: o Diabo se apropriou daquilo que não era originalmente dele nem havia sido criado para ele. Em seguida, ele encheu de todo tipo de "lixo" cultural aquilo que fora inicialmente dado por Deus para Sua Igreja visando a uma missão de caráter infinitamente mais nobre: a difusão das boas novas, a proclamação do evangelho de Jesus Cristo.

O assunto é sério e requer a nossa atenção. Os cristãos verdadeiros não podem mais fugir e fazer de conta que isso não lhes diz respeito. O rádio, a televisão, o satélite e a internet são, de fato, ferramentas de grande importância para salvar
vidas e, pela graça de Deus, nos ajudarão a cumprir a "Grande Comissão" deixada por Jesus: fazer "discípulos de todas as nações".

Nos idos de 1960, Marshall McLuhan cunhou o termo "aldeia global", cuja idéia central definia que a comunicação de massa seria tão abrangente que o mundo se reduziria ao tamanho de uma aldeia. Em suma, a mensagem era basicamente esta: na nova "sociedade da informação", o que se soubesse numa ponta seria conhecido na outra; o ocorrido num lugar seria a notícia ao alcance de todos.

No limiar da década seguinte, Alvin Toffer publicou o livro "A terceira onda", onde
descrevia sobre a teoria do poder e preconizava o início de uma nova era. A primeira
onda era o poder dos latifundiários: detinha o poder quem possuía a terra, o primeiro
meio de produção de riquezas. A segunda onda era o poder dos industriais: detinham o poder os produtores de bens de consumo. A terceira onda era o poder de quem detinha e controlava a informação.

A característica dessa nova era seria o desenvolvimento considerável dos valores de
espetáculo e comunicação.

Estes dois conceitos marcaram profunda e indelevelmente a alma da comunicação. Enquanto o mundo é apenas uma "aldeia", a encenação se torna mais marcante e desejável que a realidade.

Nesse novo modelo, não se compra mais a mercadoria, compra-se a embalagem, isto é, o sonho e o desejo. Como a embalagem é a própria mensagem, os produtos devem ser envolvidos por um revestimento humano que os torne desejáveis e constitua uma espécie de extensão de nossas vidas. Nessa sociedade, a publicidade desempenha magistralmente o seu verdadeiro papel.

A razão de os governos investirem muito dinheiro em propaganda é porque entendem que governar não é mais prever, mas ser bem visto; pois, nessa ótica, o sucesso pertence aos sedutores, não aos racionais.

É nesse contexto que ocorre a verdadeira batalha por mentes e corações. Este é um dos maiores desafios para a igreja de Jesus Cristo, hoje.

Assim, deve-se perguntar: a igreja vai utilizar os meios de comunicação de massa para transmitir a todos os povos a mensagem de boas novas da salvação sem descaracterizá-la nem falseá-la?

Em um mundo onde a "aldeia global" há muito se tornou realidade, como explicar que cerca de dois bilhões de pessoas jamais tenham ouvido falar de Jesus? A igreja vai usar os meios de comunicação de massa para mostrar a salvação em Cristo como única solução contra a feiúra do pecado e suas conseqüências?

Convenhamos: muitas vezes as igrejas têm andado na contramão da historia, em
negar a importância desses meios.

Imagine como alcançar milhões de vidas - pessoas que talvez jamais visitarão uma
igreja - em suas residências, quer sejam casinhas ou casarões, condomínios fechados ou favelas, da forma mais rápida e eficiente possível! Só através dos meios de comunicação conseguiremos esta grande façanha!

Este é o propósito da Rede Boas Novas em seus dezesseis anos de existência. Hoje já estamos em todo o Brasil e em alguns países transmitindo as ondas dessa missionária "televisão de Jesus".

Nessa "aldeia global", o nosso compromisso é levar o poder de Deus a todos os povos, é pregar o evangelho sem mascaramento algum, porém cheio de graça e de verdade.

Podemos contar com seu apoio e oração?

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" - http://www.oliberal.com.br/