sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ninguém me entende

Quando temos algum problema, ou sentimos solidão, ou enfrentamos algum sofrimento, algumas vezes temos a impressão que pode ser assim traduzida: “Ninguém entende como me sinto”. Nessas horas, não importam as palavras ditas para nos consolar, a sensação restante é que ninguém sabe o quanto estamos machucados por dentro, que ninguém conhece a causa da nossa dor ou como nos sentimos.
Quando esse sentimento de ser incompreendido está presente, o que no fundo ansiamos é que alguém, em algum lugar, nos compreenda perfeitamente. Anelamos encontrar uma pessoa que saiba exatamente como nos sentimos e que jamais venha a nos abandonar nos momentos difíceis que enfrentamos. Mas será que essa pessoa existe?
Existe alguém que possa entender o motivo de tamanha confusão nos relacionamentos interpessoais?
Existe alguém que possa compreender o que significa conviver com as muitas insatisfações, frustrações e pressões inerentes ao mercado de trabalho?
Existe alguém que entenda de rejeição, de dor e sofrimento?
A boa notícia é que essa pessoa existe. Seu nome é Jesus Cristo.
Jesus entende de relacionamentos. Ele nasceu e cresceu como qualquer um de nós e, portanto, sabia o que era ser bebê, criança, adolescente e adulto. Ele tinha uma família, e sabia o que era conviver com pai e mãe, irmãos e irmãs. Sabia o que era ter amigos íntimos, entre os quais Pedro Tiago e João; e também Marta, Maria e Lázaro. Teve, inclusive, de enfrentar a dor da traição de um “amigo”, Judas. Jesus sabia o que era ter inimigos também.
Jesus entende de pressões no trabalho. A profissão na qual Jesus passou a maior parte de sua vida não foi de mestre ou pregador, e sim de carpinteiro. Jesus passou mais tempo na carpintaria que no templo. Naquela época, o carpinteiro era um verdadeiro construtor, o que exigia talento e qualificação especializada. Jesus sofreu na pele o cansaço estafante de um dia inteiro de trabalho e sabia o que era ter calos nas mãos. Ele conhecia a frustração provocada pelo mau tempo, pelas ferramentas quebradas, pelo não pagamento de serviços prestados. Jesus também teve de lutar contra a monotonia e o tédio de ter que executar serviços repetitivos.
Jesus entende de sofrimento. Isaías predisse que Jesus seria “desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3). Logo no início de Seu ministério público, Jesus experimentou desprezo. “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” – indagavam zombeteiramente alguns. “Não é esse o carpinteiro?” – perguntavam desprezivelmente outros. Afinal, achavam que o Messias jamais viria de uma família de trabalhadores nem de uma cidade insignificante.
Jesus também enfrentou rejeição. As autoridades o rejeitaram e o perseguiram. Até mesmo seus irmãos não acreditavam nele. Judas o vendeu pelo preço de um escravo e os outros discípulos o abandonaram no momento de maior necessidade.
Jesus sofreu uma enorme dor física. Foi esmurrado, esbofeteado, açoitado, torturado e lhe puseram uma coroa de espinhos. Foi pregado na cruz. Derramou o seu sangue inocente, morreu pelos nossos pecados. Pelo que aconteceu em toda a Sua história, Jesus “sabe o que é padecer”.
Desse modo, se você acha que ninguém sabe pelo que está passando, que ninguém se importa, que ninguém entende a sua dor, então saiba que Jesus entende.
Se você se sente incompreendido no trabalho, se sente tédio e frustração, Jesus entende você. Ele sabe o que significa conviver com as muitas insatisfações que acompanham a labuta diária.
Se você pensava: “Ninguém me entende”, a partir de agora diga: “Ninguém me entende como Jesus”.

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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