Ao cair da tarde de domingo, os discípulos de Jesus estavam trancados em casa, com medo dos judeus. Eles já tinham ouvido o testemunho de Maria Madalena que Jesus ressuscitara, mas permaneciam reféns do medo e da descrença. Foi quando Jesus apareceu no meio deles e disse-lhes: “Paz seja convosco!”. Os discípulos se alegraram ao verem o Senhor. Jesus, então, torna a lhes falar: “Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.19-22).
Jesus poderia ter falado muitas outras coisas, ou mesmo repreendido os discípulos; mas não, Ele simplesmente lhes concede a comunhão da Sua paz. Logo após, “soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
Este é o primeiro sinal de que Paz e Pentecostes andam juntos. Os discípulos foram enviados por Jesus para levarem a Sua paz ao mundo, mas jamais poderiam prescindir do poder do Espírito Santo.
Tudo começou em Jerusalém. “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2.1-4).
Naquele dia, cerca de três mil pessoas foram salvas e receberam a paz do Senhor. Pedro pregou que eles deveriam se arrepender de seus pecados e serem batizados, para receberem o dom do Espírito Santo. E acrescentou: “Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2.39).
Em 1910, nós ainda éramos contados entre “todos os que ainda estão longe”, até que dois jovens suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, cheios da paz do Senhor Jesus e revestidos do poder do pentecostes chegaram a Belém do Pará. Eles não tinham suporte financeiro, nem amigos, não sabiam falar a nossa língua, mas traziam consigo Paz e Pentecostes. Foi o bastante.
Logo se agregaram a eles alguns poucos irmãos e irmãs, os quais também foram revestidos do poder de Deus. Esse fogo os impulsionou a levarem a paz do Senhor Jesus a muitas outras vidas. Foi assim que, em 18 de junho de 1911, foi fundada a Assembléia de Deus em Belém, a Igreja-mãe das Assembléias de Deus no Pará e no Brasil. Pela graça de Deus, ainda hoje, é o maior movimento pentecostal do mundo.
Essa é a razão pela qual a nossa festa este ano está subordinada ao tema: “Assembléia de Deus em Belém – 97 anos de Pentecostes na Paz do Senhor Jesus”. Esse tema tem o condão de nos lembrar duas coisas muito importantes.
Primeiro, temos de manter a paz com todos os irmãos para, em seguida, cumprirmos a missão de levar a paz do Senhor Jesus às outras pessoas. Foi para isso que fomos enviados pelo Senhor.
Segundo, precisamos manter a chama pentecostal acesa, temos de viver cheios do Espírito Santo, pois somente este poder pentecostal nos habilitará a cumprimos a nossa missão no mundo para a glória de Deus.
Paz e Pentecostes a todos os pastores da nossa Convenção.
Paz e Pentecostes aos líderes e irmãos de inúmeros lugares do Pará e do Brasil, que estão conosco nestes dias de festa.
Celebremos ao Senhor pelo aniversário da Assembléia de Deus, pelos seus 97 anos de Pentecostes na Paz do Senhor Jesus!
Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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