O filme Carruagens de Fogo, ganhador de vários prêmios, tornou a vida de Eric Liddell conhecida de milhões de pessoas. O filme mostra a inquebrantável dedicação deste atleta escocês a Jesus Cristo. Embora estivesse sob severa pressão, Eric se recusou a violar as suas convicções espirituais, mesmo que isso lhe custasse a glória olímpica.
O ator Ian Charleston, que fez o papel de Eric Liddell no filme, teve de aprender a correr com a cabeça levemente inclinada para trás, no estilo inconfundível do campeão olímpico. Ao terminar a filmagem, Ian concluiu que o estilo pouco convencional de Eric correr era inspirado na confiança. “Eric confiava que chegaria lá” – disse Charleston. “Ele corria com fé. Nem mesmo se preocupava para onde estava indo; ele apenas corria na confiança de que alcançaria o alvo”.
Essa confiança mostrada nas corridas era um transbordar da vida espiritual de Eric. O que poucos sabem, porém, é que essa mesma confiança o levou à China como missionário. Ele deixou a glória do atletismo pela glória da obediência a Jesus Cristo. Para ele, essa era a maior corrida da vida. Cabeça erguida, confiando no Senhor e Salvador de sua vida, Eric Liddell morreu jovem aprisionado num campo de concentração japonês, ainda servindo a Deus fielmente. Naquela mesma prisão, ele levou dezenas de outros prisioneiros ao conhecimento do Salvador.
O escritor da carta aos Hebreus nos fala dessa corrida. Ele afirma que há uma platéia a rodear-nos, como num estádio, que ele chama de “grande nuvem de testemunhas”, e nos desafia: “Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”. Em seguida, ele aponta o Exemplo-Mor que devemos seguir para alcançarmos o alvo: “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hb 12.1-2)
O apóstolo Paulo, tomando como exemplo as Olimpíadas gregas, faz uma comparação da vida cristã com a vida de um atleta. Ele escreveu: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar” (1 Co 9.24-27).
Paulo escreveu também que “o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas”, enfatizando que o objetivo principal da vida de cada cristão “é satisfazer àquele que o arregimentou”, no caso o Senhor Jesus (2 Tm 2.4).
No fim da vida, já velho e cansado fisicamente, Paulo mostra-se, em contrapartida, um gigante espiritual que acabou de completar a maior corrida da vida. Ele diz: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7).
Em tempos de Olimpíadas, não custa lembrar que devemos correr como Paulo corria, imitando o seu exemplo, Jesus (1 Co 11.1). Corra com a cabeça erguida, confiando em nosso Treinador para nos fazer atingir o objetivo que Ele nos propôs.
A maior corrida da vida não visa a ganhar a aprovação e o aplauso das pessoas, nem para ganhar nenhum dos troféus deste mundo, mas para ganhar “a coroa incorruptível”.
Como você está correndo?
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