Achando-se bem distante, a lebre decidiu dar uma paradinha para tirar uma soneca, porém a tartaruga continuou esforçadamente. Ao acordar, a lebre não conseguia ver a tartaruga em lugar nenhum; então, pensou satisfeita: “Ela ainda não me alcançou”. Mas quando se dirigiu correndo à linha de chegada, viu a tartaruga cruzando a linha. Vagarosa e decididamente, a tartaruga havia ganhado!
Essa conhecida corrida entre a lebre e a tartaruga é uma das fábulas de Esopo. Ela nos ensina que uma boa largada não é o suficiente. É preciso continuar e não descuidar, além de coroar os esforços com uma boa chegada. Esse conceito é muito bem compreendido pelos maratonistas. Eles sabem que se ganha ou se perde uma corrida nas últimas passadas.
Como aquela lebre ingênua, algumas pessoas são “ligeirinhas”, mas volúveis, inconstantes e superficiais. Suas vidas são cheias de começos e paradas; geralmente correm muito, sem jamais chegarem a lugar algum. Em contrapartida, outra lição desta fábula indica que é preferível e mais sensato manter um curso mais devagar e chegar a algum lugar. É esse aprendizado que nos leva a um crescimento verdadeiro e a conquistas como experiências graduais na vida.
Houve um homem em Israel que teve um começo maravilhoso, pois se tornou rei aos 16 anos. Seu nome era Uzias. Ele deu a largada com uma grande fé em Deus e, por meio dela, restaurou a honra e a glória de seu país. Infelizmente, em vez de manter o curso, tornou-se orgulhoso e passou a acreditar que as leis não se aplicavam mais a ele.
Como resultado, Uzias entrou no Templo para queimar incenso – privilégio esse reservado unicamente aos sacerdotes. Embora confrontado por causa de seu pecado, ele se recusou arrogantemente a ouvir os avisos, até que lhe apareceu uma lepra na testa. Este era, finalmente, um modo duro de Deus chamar a sua atenção e indicar-lhe que ele havia tropeçado antes de cruzar a linha de chegada.
Não são poucos os homens e mulheres que um dia andaram humildemente com Deus, mas tornaram-se presunçosos e, por causa de um orgulho tolo, se afastaram Dele. Ao persistirem na desobediência e se recusarem a ouvir a voz de Deus (ou mesmo os avisos sinceros dos amigos), sua forma de agir pôs tudo a perder e, assim, vieram a perder a corrida da vida. Souberam dar a largada, mas não aprenderam como cruzar a linha de chegada.
O apóstolo Paulo nos ensina a tornar alvo constante na vida o avançar em direção ao objetivo em Cristo, sem nos determos ou ficarmos presos em contratempos do passado. Ele diz: “Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13,14).
Mantenha o seu curso, não se compare com os outros, mas consigo mesmo. Ande humildemente com Deus, obedeça a sua voz e seja misericordioso, sabedor de que esses são ingredientes essenciais para uma boa chegada.
Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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