sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ansiedade, pra que te quero

Um homem estava sentado no banco da praça, parecendo agitado, rasgando jornais velhos e espalhando-os no chão. “O que você está fazendo?” – perguntou-lhe uma senhora, ao notar a estranha cena. “Estou espalhando esses jornais para manter os elefantes bem longe” – respondeu o homem. A senhora olhou ao redor, procurou observar cuidadosamente toda a extensão da bem cuidada praça, e disse: “Mas senhor, não vejo elefante algum”. O homem abriu um largo sorriso e respondeu: “Viu como funciona!”
A ansiedade é assim: caracteriza-se por uma sensação de receio e de apreensão, sem apresentar, contudo, uma causa evidente. A ansiedade trabalha contra a própria pessoa, que gasta uma enorme energia com problemas que, na maioria das vezes, não existem. E, se existem, são sempre menores e menos densos que os “gigantes” da preocupação ansiosa.
Uma coisa é certa: todos nós enfrentamos problemas reais e temos de envidar esforços para resolvê-los. E, de algum modo, cada um de nós já passou por algum momento de ansiedade.
O que fazer, pois, quando os problemas com os quais nos debatemos sequer existem ou são bem menores do que realmente se apresentam? Como proceder quando criamos problemas adicionais pensando nas coisas ruins que poderiam acontecer, mas nunca se concretizam?
Embora a ansiedade seja considerada um dos grandes males da sociedade atual, sempre esteve presente na história da humanidade. O sábio Salomão diagnosticou que a ansiedade é fonte de abatimento do coração, mas indica que “a boa palavra” é um excelente remédio (Pv 12.25).
No Sermão do Monte, Jesus destinou parte de Sua mensagem para ensinar Seus discípulos a vencerem a ansiedade. Eles haviam acabado de deixar tudo para segui-lo. Homens acostumados a ganhar o pão de cada dia com muito esforço, agora dependiam unicamente da palavra do Mestre.
Jesus foi direto ao ponto: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado [45 cm] ao curso da sua vida? (...) Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? (...) pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas”.
Em seguida Jesus dá a receita para debelar de vez a ansiedade: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.25-33).
O rei Davi e os apóstolos Paulo e Pedro, quanto a isso, têm algo em comum: eles ensinam que devemos usar a arma da oração contra a ansiedade. Davi ora: “Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha
ansiedade não te é oculta” (Sl 38.9).
Paulo aconselha: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4.6).
Pedro exorta: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus... lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5.7).
Eles tiveram de aprender a vencer a ansiedade. Isso não foi nada mecânico, mas uma realidade experimentada num processo de tentativas e erros, o que certamente levou algum tempo para o aprendizado. Mas eles, por fim, ousaram colocar a sua fé no Senhor e depender Dele.
Não adianta “espalhar papéis”. Aprenda a confiar no Senhor. Se você não puder confiar em Deus, que é Fiel e Verdadeiro, em quem mais poderá confiar?


Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" - http://www.oliberal.com.br/

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Tempo para orar

Na vida, há certas coisas que temos de fazer, tendo tempo ou não. Por exemplo: checar o orçamento familiar, fazer revisão no carro, fazer um exame médico periódico etc. Já imaginou os problemas que podemos ter se falharmos em fazer essas coisas?
Mas há outra coisa que todos temos de fazer. Orar. É isso mesmo: orar! Já pensou o que pode acontecer (ou deixar de acontecer) só porque não tomamos tempo para orar?
Observando a história de vida de diversos servos de Deus que levaram a oração a sério, podemos ver um traço em comum: eles estavam preparados para enfrentar os desafios da vida. Aqueles que, ao contrário, foram inconstantes ou faltosos na oração sentiram-se espiritualmente secos e enfraquecidos.
Não temos de dar voltas para chegar a Deus, nem precisamos esperar algo como “o momento certo”. Jesus ensinou que temos “o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 18.1). O apóstolo Paulo ensina que devemos orar “em todo tempo”. Ele orienta também que devemos manter uma atitude constante de oração na vida: “Orai sem cessar” (Ef 6.18; 1 Ts 5.17).
Desse modo, a qualquer hora e em qualquer lugar podemos erguer nossas vozes ao Senhor com a certeza absoluta de que Ele irá nos ouvir. Mais do que apenas receber os nossos pedidos, Deus nos compreende e percebe exatamente o que pedimos pela fé.
Algumas pessoas pensam que Deus escuta melhor a oração feita de madrugada. Há um hino que diz que a oração será mais rapidamente ouvida de madrugada porque “a fila é menor”. Estes se baseiam erradamente no texto bíblico que diz: “Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão” (Pv 8.17). Mas essa passagem não trata de oração, e sim de busca da sabedoria. Ou seja, quem cedo diligencia em estudar, mais sábio será na vida.
Orar de madrugada é bom e proveitoso porque há mais silêncio e tranqüilidade. Mas não é necessariamente melhor que orar em outra ocasião. A regra é esta: orar preferencialmente na sua hora nobre. Ou seja, a melhor hora para orar é a melhor hora que se tem.
Não devemos ter a preocupação infantil de tentar entender como Deus pode atender a tantas orações feitas ao mesmo tempo. Ele pode! Pode ouvir cada oração e ainda captar os murmúrios de vozes separadas. Deus é onisciente, tem todo o conhecimento; é onipresente, está em todo lugar; é onipotente, tem todo o poder. Sua sabedoria e poder estão além da nossa compreensão. Deus não espera que entendamos isso, mas que creiamos Nele e o busquemos.
Não temos razão alguma para andarmos ansiosos e preocupados pela vida, como se estivéssemos sozinhos. “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4.6).
Deus espera ouvir a nossa voz em oração sincera e tem prazer nisso. “A oração dos retos é o seu contentamento” (Pv 15.8).
Tome tempo para orar e lance a sua ansiedade aos pés do Senhor. Deus nos convida a revelarmos os nossos pensamentos, “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5.7).
Se deixarmos de orar, só temos a perder. Assim, não temos tempo de não orar.
Faça a escolha certa. Tome tempo para orar. Deus escuta.
Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja MãeConfira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" - http://www.oliberal.com.br/