sábado, 22 de setembro de 2012

Uma diferença que faz toda a diferença


De acordo com ciência genética, há 99,4% de semelhança entre o ser humano e os chimpanzés. Ao realizar uma análise comparativa de amostras de DNA, o cientista americano Morris Goodman chegou a este resultado, demonstrando que os chimpanzés estão geneticamente mais próximos do homem do que de outros primatas. Isto esquentou o debate sobre criação e evolução no recorrente embate entre fé e ciência, levantando um novo capítulo na luta sobre a origem do ser humano.
De fato, há duas explanações básicas, mutuamente exclusivas, quanto ao surgimento do ser humano. De um lado, o criacionismo, que apresenta Deus como o Criador, cuja base está na Bíblia. Do outro, a teoria da evolução, baseada na teoria darwiniana da origem das espécies, que sustenta ter sido um mero acidente. Mas há algo em comum entre estas duas facções: é a extrema necessidade de fé para se acreditar nas possibilidades que apresentam.
A afirmação de que o homem descende do macaco é essencialmente um dogma científico. Ora, um dogma, por definição, é o ponto fundamental e indiscutível de qualquer doutrina ou sistema. A razão que faz da teoria da evolução um dogma de fé em nome da ciência é que não há, por certo, em parte alguma, qualquer evidência científica da mesma.
Para se crer na teoria da evolução é necessário, portanto, acreditar cegamente na suposição de um “elo perdido”. Mas tudo isso é apenas um dogma de fé darwinista. Como os dogmas de fé são muito difíceis se não impossíveis de refutar com argumentos científicos, muitas pessoas seguem obstinadamente crendo em coisas não só desprovidas de fundamento científico sólido, mas, além disso, em franca contradição com o conhecimento científico acumulado até hoje.
A Bíblia afirma que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26), ou seja, somos essencialmente dotados de características morais e espirituais. Ao contrário da teoria da evolução, na Palavra de Deus não existem “elos perdidos” nem tampouco desesperança. Há início, há um propósito, há um destino.
Porém, o “xis” da questão não é o grau de semelhança entre o homem e o chimpanzé, mas o percentual de diferenciação. O que interessa mesmo é descobrir sobre este 0,6% que faz tanta diferença. Pois nisso está a raiz que diferencia o ser humano dos outros animais. Além do mais, é essa diferença mínima que faz um ser humano ser o que é.
O certo é que, em função desse 0,6%, um ser humano pode pender para o bem ou para o mal; pode deslizar em ações de indizíveis baixezas ou realizar feitos de inenarrável grandeza; pode ser capaz de proferir uma deslavada mentira ou de cultuar a Deus numa genuína adoração.
Essa pequena diferença fez com que o homem criasse a roda, os meios de transporte, a comunicação oral e escrita; fez com que plantassem e colhessem, construíssem casas e estradas; fez com que desenvolvessem regras, leis, ideias, sentimentos, sistemas de valores; fez com que controlassem o poder do átomo. Tal diferença mínima deu ao homem a capacidade de acumular conhecimento e, a partir daí, gerar livros, pinturas, navios, automóveis, eletrodomésticos, vacinas, roupas, relógios, lâmpadas, computadores, satélites, naves espaciais etc.
Essa diferença de alguma forma mostra a presença de Deus na vida humana. Não só como Criador, mas também como Inspirador de todo o bem, pois “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1.17). Entre outras coisas, a dádiva que vem com essa diferença fez Beethoven escrever a Nona Sinfonia; levou Pelé a ser o mais completo atleta de todos os tempos; fez cientistas realizarem descobertas maravilhosas; levou poetas a encherem a vida de lirismo; fez Davi cantar a vida em salmos; permitiu ao homem conquistar o espaço.
É essa diferença de 0,6% que dota o ser humano de uma característica única, segundo a Bíblia, de ter sido criado para se relacionar com Deus. Nós somos seres essencialmente adoradores. Esta é a marca indelével do Criador na humanidade, da qual não se pode fugir ou omitir-se.
Em seu tatear incessante para cumprir o papel para o qual foi criado, em sua busca de se relacionar com o Divino na esfera espiritual, na maioria das vezes o homem tenta preencher o vazio de não conhecer a Deus e produz para si deuses que não são, e fabrica ídolos que lhe satisfaçam essa necessidade inerente; ou então, simplesmente tenta negar a sua origem divina.
            As Escrituras dizem que Deus quer manter relacionamento conosco e procura adoradores que o adorem “em espírito e em verdade”. Mas também afirmam o nosso dever de buscarmos o Senhor enquanto se pode achar, de invocá-lo enquanto está perto (Jo 4.23; Is 55.6). Se assim o fizermos, esse mínimo 0,6% que nos separa dos chimpanzés será a diferença que fará toda a diferença em nossa vida, aqui e na eternidade.

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