Há, geralmente, quatro tipos clássicos
de cidadãos, relativamente aos quais a sociedade pode ser subdividida: cínico,
cético, crédulo e crente. Quem é uma coisa não pode ser outra, ao mesmo tempo,
embora possa alternar, vez por outra, essas características. Conhecer melhor
esses “estereótipos” exige as seguintes definições:
Cético. É o descrente, aquele que duvida
de tudo. Filosoficamente falando, ceticismo é uma atitude segundo a qual o
homem não pode chegar a qualquer certeza no domínio de determinado conhecimento.
Cínico. É o partidário do cinismo, cujo
comportamento pode ser imprudente e ostentar princípios e praticas imorais ou
obscenas. No teatro como na vida, identifica um típico personagem que
representa o indivíduo sem escrúpulos, hipócrita, sarcástico e oportunista.
Crédulo. É o que crê facilmente, sem
malícia, ingênuo; não pesa as coisas nem examina as ideias e tudo crê sem
nenhum esforço.
Crente. É o que acredita em alguma coisa.
Neste caso, não estamos falando no sentido religioso amplo de quem tem fé em
Deus. Ironicamente, estamos tratando do crente como a identificação do
indivíduo que leva demasiado a sério suas obrigações e por elas tem entusiasmo
e nelas acredita piamente.
Agora que já fizemos as
apresentações dos termos, vamos a duas necessárias aplicações de onde, como
cidadãos, nos encontraríamos em termos de julgamento pessoal:
MENSALÃO. Embora digam que a prática
de comprar apoio político subornando parlamentares seja antiga, o fato de ter
sido escandalosamente utilizada pelo governo anterior foi finalmente
desmascarada e punida pelo Supremo Tribunal Federal. Desde que o escândalo
irrompeu, qual foi o seu real sentimento a respeito?
Se achou que tudo terminaria em
pizza... então você é cético!
Se em algum momento desejou estar
entre os beneficiados pela dinheirama porque, afinal de contas, poderia usufruir
facilmente de um conforto a mais ou “subir” de classe... então você é cínico!
Se achou que os tais corruptos e
corruptores são apenas uns “coitadinhos”, ou talvez que o roubo não foi tão
grande assim, mas apenas “erros”, comparado aos propalados e “comuns” desvios
de dinheiro de vários órgãos públicos... então você é crédulo!
Se acreditou que o Brasil continuaria
mudando irreversivelmente para melhor e que, certamente, os instrumentos jurídicos
eficazes de punição desses larápios seriam amplamente utilizados “como nunca
antes na história deste País”; se acreditou que este País não é moralmente
débil, como alguns querem fazê-lo parecer, e que a presente geração deixará um
Brasil melhor para seus filhos e netos... então você é crente!
HOMOSSEXUALISMO. Os ativistas gays
querem nos fazer acreditar: que existe uma causa homossexual, como autêntico
movimento de massa; que têm o direito de reivindicar mais direitos e de,
inclusive, terem tratamento “especial” e acima dos demais cidadãos. Houve um
tempo em que a homossexualidade era tratada como doença. Os gays lutaram e
conseguiram uma guinada para que sua situação fosse entendida como “opção
sexual”. Agora, querem nos fazer crer que são o que são porque tudo é
geneticamente determinado. Bem, não dá para ignorar suas reivindicações nem
tampouco seus alardes, muito menos a realidade de sua existência como cidadãos.
Mas com qual posição abaixo você se identificaria?
Se você acha que isso não lhe diz
respeito e que a militância gay quer apenas acabar com o preconceito contra o
homossexual... então você é cético!
Se você acha que os gays precisam de
mais direitos e que os direitos consagrados de todos os outros cidadãos não são
suficientes para protegê-los igualmente; que toda opinião contrária aos
interesses da militância gay é homofobia... então você é cínico!
Se você pensa que a violência contra
alguns homossexuais são maiores proporcionalmente que a dos demais cidadãos,
que os gays estão sendo hostilizados pela maioria da população por causa de sua
condição homossexual, e que criar mais leis vai favorecer toda a sociedade...
então você é crédulo!
Se você entende que todos os
cidadãos são iguais perante a lei, que os homossexuais precisam ser respeitados
como pessoas, assim como respeitar as demais pessoas; que a militância gay quer
privilégios e não responsabilidades, quer respeito, sem, contudo, ter o dever
de respeitar crenças e costumes consagrados; que homossexualidade é uma questão
comportamental, cuja opção é de escolha pessoal e que, um dia, cada pessoa dará
contas de si mesmo a Deus... então você é crente!
Estes dois exemplos bastam para indagarmos:
afinal, quem é você e o que está fazendo para mudar este País para melhor?
É fácil ser cético e apostar no “deixa
como está para ver como é que fica”. É fácil ser cínico e fazer de conta que sempre
se pode tirar vantagem de alguma coisa. É igualmente fácil ser crédulo, ir
passando pela vida e não viver.
Difícil é ser crente, quando sê-lo
pressupõe não somente querer que as coisas mudem, mas também contribuir efetiva
e responsavelmente numa mudança para melhor e visando ao bem de todos. Viva o
crente!
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