sábado, 24 de novembro de 2012

Sob o tremular de duas bandeiras

O dia 19 de novembro de 1910 tornou-se um marco da ação de Deus em Belém do Pará e no Brasil. Era o Dia da Bandeira, homenagem ao pendão nacional, um símbolo oficial de nossa unidade como nação. A data se tornou mais especial ainda porque, naquele dia, provenientes dos Estados Unidos, os missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg desembarcaram em Belém, na Escadinha da Estação das Docas, em obediência a uma expressa chamada de Deus.
Vingrem e Berg não sabiam falar a língua pátria, não tinham dinheiro, não podiam contar com amigos nem instituições de apoio; em suma, não tinham nenhuma garantia de sucesso. Tinham deixado para trás a bandeira de seu país. Eram estrangeiros e desconhecidos. Porém, Deus lhes deu uma nova “bandeira” pela qual lutariam e dariam suas vidas, a bandeira da Boas Novas de salvação.
Com a ajuda de Deus, eles lançaram as bases do maior Movimento Pentecostal do mundo e fundaram, em Belém, a Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Brasil, cuja bandeira do Evangelho Pentecostal (que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê em Jesus) tremula há 102 anos em todo o País.
No livro Diário do Pioneiro, Gunnar Vingren descreve sua chegada: “Quatorze dias após havermos saído de Nova Iorque, chegamos ao Pará. Era o dia 19 de novembro de 1910. O navio ficou fora do porto, e uma pequena embarcação nos transportou até o cais. Quando desembarcamos, não havia ninguém para nos receber... mas confiamos que o Senhor iria nos guiar.”
Daniel Berg, no livro Enviado por Deus, relata: “Estávamos ansiosos por conhecer a terra para a qual o Senhor nos enviara. Todos os passageiros tinham pressa em desembarcar. Parentes e amigos os esperavam no cais. Porém nós não tínhamos ninguém. (...) E começamos a andar até alcançarmos o jardim de uma praça. Sentamo-nos em um banco e oramos ao Senhor para que nos mostrasse o caminho que devíamos seguir.”
Gunnar Vingren faleceu em junho de 1933, aos 54 anos, portanto, não pôde presenciar a fase do maior crescimento da obra. Daniel Berg, porém, participou das festividades do Jubileu de Ouro da Assembleia de Deus no Brasil, em 1961, e vivenciou boa parte de sua expansão, vindo a falecer em maio de 1963, aos 79 anos.
O que ambos não podiam jamais imaginar era que, começando no Norte do Brasil, nasceria o Movimento Pentecostal, que não somente alcançaria todos os rincões dessa grande nação, mas também, pela ação de Deus, alcançaria todos os continentes e quase todos os países do globo.
Qual a razão do sucesso desse movimento? Certamente, os pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg entenderam, como poucos, a ordem de Jesus: “Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19-20). Se você quiser saber um pouco mais dessa bendita história, visite em Belém o Museu Nacional da Assembleia de Deus (Rua João Diogo, 221 – Cidade Velha).
Eles entenderam, obviamente, que Jesus não os mandou criar estruturas pesadas e inoperantes, tampouco subscreveu complicadas diretrizes de administração. A estratégia dos pioneiros era a mesma propugnada por Jesus, pois a Assembleia de Deus foi criada e experimentou vigoroso crescimento sob a égide de uma só planificação: ir e fazer discípulos, no poder do Espírito Santo.
Os pioneiros vieram até nós porque foram enviados por Deus, dependendo do poder do Espírito, embora sem condições mínimas de amparo humano e sem depender de nenhuma proficiência curricular. Ao obedecerem a Deus, vieram e trabalharam arduamente, pregaram a salvação com poder e fizeram discípulos, organizaram igrejas e fizeram tremular a vitoriosa bandeira da Boas Novas.
Nestes últimos 102 anos, a bandeira pentecostal da Boas Novas de salvação foi hasteada e tornou-se o maior agente definitivo de bênção para a sociedade brasileira.
        O Evangelho ajuda no desarmamento da sociedade, pois todos os anos muitos bandidos são libertos e deixam suas armas. É o maior criador de renda útil, pois fumantes, bêbados e drogados são libertos, deixam seus vícios e passam a comprar coisas úteis. É o maior agente de inclusão social. É o maior vetor de antiviolência, transformando vidas e edificando seu caráter. É também o maior abençoador de famílias, ajustando-as e edificando-as no temor do Senhor. O Evangelho nos transforma para sermos sal da terra e luz do mundo, certamente a última fronteira de reserva moral da sociedade.
       Sob a égide da bandeira do Evangelho, as Boas Novas de salvação, o povo de Deus ora e trabalha para que todos tenham a sua esperança em Jesus Cristo, o Príncipe da paz, enquanto nosso pavilhão nacional tremula impoluto e “recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil, querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil!”.

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