sábado, 6 de setembro de 2008

Livres e independentes

Eram 4 horas da tarde do dia 7 de setembro de 1822, quando o príncipe D. Pedro, às margens do Ipiranga, arrancou a insígnia portuguesa de seu uniforme, sacou a espada e gritou: “Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um país livre”. Em seguida, erguendo-se nos estribos e alçando a espada, bradou: “Brasileiros, de hoje em diante o nosso lema será: independência ou morte!”.


Depois de quase dois séculos do grito de independência, não é difícil concluir que o grande desafio à nossa frente é fazer da Independência uma conquista de todos os brasileiros.


Independência é a condição de quem tem liberdade ou autonomia. De fato, não há desenvolvimento sadio sem liberdade, assim como não há vida que valha a pena sem a liberdade a ela inerente. A independência é filha da liberdade; a liberdade é dom de Deus.


A verdadeira independência não vem antes, mas depois de estarmos livres – livres das amarras da injustiça, livres da correias das desigualdades sociais, livres dos grilhões do pecado, livres da corrupção.


Muitas pessoas, ainda hoje, têm uma idéia errada a respeito do que é ser independente. Eles pensam no conceito de independência de forma completamente invertida, para depois ficarem se perguntando por que não funciona, por que não dá certo.


Imagine que um carroceiro ponha a carroça na frente do cavalo e diga: “Eia, cavalo, vamos, empurre!”. Você sabe, ele jamais conseguirá fazer o cavalo empurrar a carroça. Então, você pensa com seus botões: “Como este carroceiro consegue ser tão tolo?”. E você teria razão.


Para não poucos, ter liberdade e ser independente é não precisar prestar contas a ninguém. Essa é, de fato, uma condição que a maioria das pessoas gostaria de viver. Quando pensam em independência, em geral, pensam em liberdade total, ou seja, poder fazer o que quiser, quando quiser e como quiser. Mas sabemos que a realidade não é bem assim.


Sempre dependemos de alguém – de alguém que nos sustente, de alguém que cuide de nós, principalmente quando a saúde fica debilitada, e assim por diante.


A mesma coisa acontece com instituições, cidades, estados e países: sempre há uma dependência de algo ou de alguém. Do contrário, seria libertinagem, desregramento, licenciosidade. Por isso a liberdade nunca é total, e na verdade nem é bom que seja, pois muitas coisas erradas são feitas quando prevalece que não é preciso prestação de contas.


Há aqueles que pensam que são livres porque acham que não dependem de Deus. Por se acharem independentes de Deus, querem ter a liberdade de fazer o que quiserem, sem se basear nas preciosas e sábias orientações que Deus deixou no Livro Sagrado, o Seu Manual de Orientações, a Bíblia.


Não é de estranhar que o mundo esteja nesse estado atual – famílias sendo destruídas, as pessoas se matando umas às outras, o respeito de um para com o outro acabando, medo e terror tomando conta das pessoas etc.


É por essa razão que usar a liberdade que temos, mas sem utilizar a sabedoria de Deus, é caminhar numa direção perigosa.


Muitos têm dedicado a sua vida para que tenhamos um País verdadeiramente livre. Mas reconheço que somente esforços humanos, sem a graça de Deus, pouco podem produzir. Precisamos da ajuda de Deus, precisamos buscá-lo. O salmista disse: “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl 33.12). Precisamos embasar os nossos esforços cívicos com a força da oração, pois “muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16).


Na verdade, Deus quer o melhor para nós. Todos nós estamos sob o manto protetor de Deus e somos iguais perante Ele. A igualdade é a base da justiça. A justiça é o fundamento da paz. A paz é a fonte da liberdade. A liberdade é o alicerce da independência. Acima de tudo isso, Deus.


A minha oração é que Deus seja o Senhor do Brasil, para que sejamos felizes, livres e independentes!



Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
Confira os artigos do Pastor Samuel Câmara, todas as semanas no jornal "O Liberal" - http://www.oliberal.com.br/