domingo, 27 de julho de 2008

A mímica da vida

O famoso mestre da mímica Marcel Marceau – conhecido em particular pelo seu personagem Bip, inspirado em Charlie Chaplin – afirmava que “a palavra não é necessária para exprimir o que se sente no coração”. Questionado sobre a diferença entre a representação formal e a pantomima, ele respondeu: “No caso de um ator comum, as palavras estão ali, mesmo que o ator não seja bom. Mas quando um mímico não é bom, não há mais nada ali. Um mímico deve ser muito claro e muito enfático”.

Fico a pensar o quanto disso pode ser aplicado ao testemunho cristão. Não é incomum vermos cristãos com um discurso bonito, mas com uma prática de vida reprovável. Estes conseguem transformar a mensagem de vida em uma retórica religiosa desprezível. A vida que levam fala tão alto que não conseguimos ouvir o que pregam.

Há também aqueles cujo testemunho verbal é rejeitado, quando sua mensagem teima em brotar do solo nefasto do mundanismo. Embora devessem seguir o padrão bíblico da revelação, desta se afastam e nada aproveitam. Nesse caso, mais sábio seria calar-se, não dizer mais nada. Nenhuma mímica seria capaz de dar consistência e pertinência à sua mensagem.

Mas, graças a Deus, há aqueles que conseguem equilibrar o discurso e a prática, a expressão verbal e a “mímica da vida”, produzindo uma virtuose que confere credibilidade à mensagem proferida. Algumas vezes é preciso mais discurso e menos “mímica”. Outras vezes, é preciso mais “mímica” e menos discurso, ou mesmo o silêncio.

O apóstolo Pedro, por exemplo, diz que, em se tratando de um casal, a silenciosa reverência da esposa a Deus deve ser cristalina para seu marido não cristão, de modo que o mesmo seja ganho “sem palavra alguma” (1 Pe 3.1-2).

O mesmo vale para o marido crente. Se a esposa é quem necessita do testemunho silencioso, então o caráter do marido e modo amoroso como a trata devem refletir o seu relacionamento com Jesus.

A prática do amor é o maior discurso de um cristão, é a verdadeira “mímica da vida”. Jesus ensina: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35). O apóstolo João acrescenta: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1 Jo 3.18).

Alguém pode dizer mil vezes que ama, mas a sua prática de vida será o único aferidor de seu amor.
Na verdade, esse é o grande desafio da vida de um cristão: sua vida é um “livro aberto” que deve refletir o seu relacionamento com Cristo e desembocar em amor ao próximo. Para isso, é preciso andar com Jesus.

Por exemplo, Pedro e João foram presos por causa da cura de um coxo de nascença no Templo. No tribunal, “ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus” (At 4.13).
O apóstolo Paulo, quando em Antioquia, por vários anos ensinou os crentes a viverem segundo o evangelho de Cristo. Foi ali que “os discípulos foram, pela primeira vez, chamados cristãos”, pois a “mímica da vida” deles refletia os passos de Jesus (At 11.26).

Estas verdades servem para todos nós. O fato é que, se estamos numa situação onde apenas as nossas ações podem falar, façamos de tudo para que elas, como a “mímica da vida”, sejam claras e enfáticas e o seu fruto redunde em louvor e glória ao Senhor Jesus Cristo.
Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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terça-feira, 22 de julho de 2008

Programa Voz da Assembléia de Deus



Sábado 10:15h na Rede TV
10:30h na Boas Novas
Quarta-feira 22:00h ao vivo na Boas Novas

O Programa que vai unir de norte a sul, leste a oeste a nação Brasileira de Assembleianos.

Por que precisamos orar?

Certo pastor fora visitar um homem moribundo no hospital. Muito amargurado, o homem disse: “Pastor, não tente me converter e não ore por mim. Eu não preciso de oração. Quando eu morrer, o único lugar aonde irei será para sete palmos debaixo da terra”. Essa ausência total de esperança pode levar muitas pessoas a acharem que não necessitam de Deus e, portanto, decidirem que não precisam orar.

Por outro lado, há aqueles que, mesmo contra toda a esperança, continuam a crer no poder da oração; sabem que elas mesmas precisam orar, não apenas depender da oração de outros. Para elas não há dúvida, a oração é muito importante! Mas, por que precisamos orar?

Ora, Deus é onisciente, sabe de tudo o que já aconteceu, conhece o presente e sabe o que ainda vai acontecer. Ele tem todo o conhecimento. Sendo assim, por que orar, se Ele já sabe de tudo o que acontece conosco e conhece todas as nossas necessidades?
O salmista Davi sabia disso, e escreveu: “Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda” (Salmo 139.1-4).

Na verdade, este é um dos grandes paradoxos da fé cristã: Deus quer que falemos com Ele sobre o que acontece em nossa vida, mesmo Ele já sabendo de tudo. E mais: Deus quer que oremos para que Ele faça aquilo que já é a Sua vontade realizar.

Talvez você já tenha se deparado com essa estranha questão e tenha se perguntado: Então, por que preciso orar?

Bem, você não está sozinho. Há muito essa questão tem perpassado mentes e corações. No Século XIX, em resposta a essas indagações, o famoso pregador R. A. Torrey listou quatro razões pelas quais precisamos orar, a seguir:

Precisamos orar porque no diabo existe, e orar é uma forma indicada por Deus para resistirmos a ele. Está escrito que a nossa luta não é contra coisas visíveis e materiais, mas sim “contra os principados e potestades... contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” e que devemos vencê-las “com toda oração e súplica” (Ef 6.12,18).

Porque esta é a forma de obtermos de Deus o suprimento de nossas necessidades. Jesus ensinou que devemos orar para Deus nos dar “o pão de cada dia” (Lc 11.3)
Porque esta é a forma que Deus nos apontou para acharmos “graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.16).

Porque Deus nos indicou a oração com ações de graças como forma de nos livrarmos da ansiedade e recebermos paz com Deus (Fp 4.6,7).

Torrey listou essas razões do nosso ponto de vista como pessoas necessitadas. Do ponto de vista de Deus, além disso, creio que Ele deseja que oremos porque quer manter comunhão conosco.
Isto faz do cristianismo um sistema de crenças único. Deus, o Pai, é um Deus pessoal. Assim, Ele quer manter um efetivo relacionamento com Seus filhos. Nós também devemos manter essa reciprocidade.

Eu creio absolutamente que a razão mais importante pela qual precisamos orar é para mantermos firme a nossa comunhão com Deus. Então, oremos sempre!
Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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Alegrai-vos no Senhor

Uma jornalista escreveu sobre uma experiência que teve ao assistir a um culto. Dizia ter sentado na igreja, algumas fileiras atrás de um garotinho e sua mãe. Ele ficava olhando por cima do encosto do banco e sorria para todos os que estavam atrás dele. E eles sorriam de volta. De repente, sua mãe notou o que estava acontecendo. Ela virou a cabeça do menino para a frente e disse: “Pare de ficar sorrindo, você está numa igreja!”.

Isto me lembra de um casal que assistiu a um culto pela primeira vez numa importante igreja. Quando retornavam para casa, a esposa perguntou: “Você notou algo diferente nas pessoas daquela igreja?”. O marido não podia responder que sim, então esperou que ela falasse. “Ninguém sorria”, disse ela. Ele teve de concordar. Havia um tom de seriedade austera a envolver o ambiente, a música e a mensagem. Notaram também que, mesmo após o culto, o saguão estava intrigantemente quieto.

É claro que cada igreja é livre para decidir sobre como deve cultuar a Deus. A graça de Deus é multiforme, ou seja, se apresenta de muitas e diferentes maneiras. Assim, a liturgia pode admitir igualmente múltiplas formas. Não obstante, a idéia de que o ambiente da igreja não é lugar de alegria, cuja expressão mais singela é o sorriso, é no mínimo intrigante.

Essa idéia tem um número significativo de seguidores. Antes mesmo de chegarem ao templo, já mostram o semblante sério, grave, circunspeto. No culto, então, mesmo quando o louvor demanda alegria, lá estão eles, sisudos como sempre. Esquecem-se de que a multiforme graça de Deus também se expressa na alegria de um sorriso. Assim, se estamos desfrutando a graça do Senhor dia a dia, temos todas as razões para nos alegrarmos e sorrirmos – especialmente na igreja!

O apóstolo Pedro fornece um vislumbre da igreja do seu tempo. Ele fala que a fé daqueles crentes, uma vez confirmada, deveria redundar “em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória” (1 Pe 1.3-8).

Então, por que devemos nos alegrar no Senhor? “Porque a alegria do Senhor é a nossa força” (Ne 8.10). Porque “o coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate”; porque “a alegria do coração é banquete contínuo”; porque “o coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos” (Pv 15.13,15,22).

A salvação em Cristo nos enche de alegria. Quando o salmista Davi cometeu um grave pecado, isto o levou a uma profunda tristeza de alma. Ele, então, orou ao Senhor que o perdoasse e suplicou: “Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Sl 51.12).

O salmista orienta: “Alegrai-vos no Senhor, ó justos, e dai louvores ao seu santo nome” (Sl 97.12). O apóstolo Paulo ensina: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4.4). Ora, se alguém tem o direito de ser alegre e de sorrir é o crente em Jesus, pois Ele morreu por nós, perdoou os nossos pecados, deu-nos a Sua paz, nos concedeu o Espírito Santo e caminha diariamente conosco.

Desse modo, eu também conclamo: Alegrai-vos sempre no Senhor!

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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domingo, 6 de julho de 2008

Programa Voz da Assembleia de Deus



Sábado 10:15h na Rede TV
Quarta-feira 22h na Boas Novas
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