O barão Pierre de Coubertin, ao apresentar à comunidade esportiva internacional a ideia de ressuscitar os Jogos Olímpicos, em 1892, cunhou a conhecida máxima: “O importante não é vencer, é competir”. Paradoxalmente, não é isso que os jogos olímpicos ensinam; nem mesmo a vida. Vencer não só é importante, é fundamental. Principalmente na vida.
Enquanto nas Olimpíadas vencer é algo para poucos, e os perdedores poderão se consolar em dizer que competiram, na vida ninguém se dará por satisfeito por ter apenas lutado. É uma lei fundamental da vida. Cada um tem de vencer. Não necessariamente os outros, mas principalmente a si mesmo. Dar o máximo de si, nada menos que isso, suplantar suas debilidades pessoais e subir no pódio da vida. Do contrário, se alguém se preocupar somente em suplantar os outros, gastará suas energias em vão e perderá o foco, infelizmente.
As qualidades das pessoas destinadas ao pódio da vida não podem ser medidas e estereotipadas; elas são, principalmente, qualitativas; pertencem à tessitura interior, são forjada no ardente forno da vida. Há, portanto, alguns passos que pavimentam o caminho de uma pessoa vencedora. Uma vez seguidos, funcionam como um mapa psicológico a mostrar o caminho da vitória. Ei-los a seguir:
É fundamental ter um sonho consistente. Algumas pessoas têm apenas fantasias, não sonhos. A diferença conceitual básica entre sonho e fantasia é que esta é apenas a imaginação fértil e solta. Mas para nesse ponto. Quando alguém sonha, há a ação correspondente de caminhar em direção à meta proposta, pois não consegue enxergar e viver a vida a não ser por esse prisma.
É preciso ter disciplina. Paulo escreveu referindo-se aos jogos romanos de seu tempo: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina” (1 Co 9.24,25). A verdade implícita é que se alguém quer ser vencedor e subir no pódio da vida, não poderá dispensar uma rígida disciplina nem o domínio próprio que caracteriza os atletas.
Mantenha os olhos fitos na meta proposta. Isso significa manter-se no caminho a despeito das situações adversas. Paulo assim descreveu como encarava a sua luta pessoal em função do reino de Deus: “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar”. E também: “Prossigo para o alvo, para o prêmio...” (1 Co 9.26; Fp 3.14). Assim, todo atleta deve ter uma meta definida: vencer! Do contrário, cumprir-se-á a máxima: “Quem não sabe para onde vai, qualquer caminho leva, e não chega nunca!”
Seja perseverante. No final da vida, Paulo se via como um “gladiador” de Deus e como um “maratonista” de Cristo. Ele dizia: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7). Igualmente, a vida cristã é semelhante, em princípio, a um atleta que é observado por uma multidão de torcedores no estádio, como está escrito: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas... corramos com perseverança a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1). Não adianta um atleta correr e vir a desistir antes de cruzar a linha de chegada. Na vida, também, não devemos desistir jamais; temos de vencer.
Lute segundo as regras. Muitos pensam que “os fins justificam os meios” e fazem qualquer coisa para burlarem as regras e se sagrarem vencedores a todo custo. O doping é uma característica própria de quem apenas se acostumou a “levar vantagem”. Paulo, ao contrário, afirmava que “nenhum atleta é coroado, se não lutar segundo as normas” (2 Tm 2.5). No esporte, esta característica é conhecida como “fair play”, ou seja, jogar limpo. Ademais, isso produz o salutar conforto de se poder deitar a cabeça no travesseiro com a consciência limpa e tranquila.
Aproveite as oportunidades. Um provérbio chinês diz: “Há três coisas na vida que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra dita e a oportunidade perdida”. Alguém definiu a oportunidade como um corredor careca com apenas um tufo de cabelo na parte de trás da cabeça, passando a 200 Km por hora. É preciso pegar a oportunidade no momento em que passa, ou jamais se conseguirá. Assim é na vida.
Finalmente, lembre-se de que a distância a separar o vencedor do perdedor é mínima. Numa corrida de cavalos, a vitória pode ser por “uma cabeça”. Nos 100 metros rasos, décimos de segundos... e por aí vai. Por isso é que importa dar tudo de si e fazer o máximo possível, não o mínimo necessário.
Desse modo, mesmo que as batalhas da vida sejam difíceis, continue lutando, mantenha o foco, a despeito de qualquer obstáculo. Deus nos criou para sermos vencedores, nada menos. Jesus nos promete vida abundante (Jo 1.10). Entregue o seu caminho ao Senhor, siga em frente, sabendo que o pódio da vida lhe espera.
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
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