sábado, 4 de agosto de 2012

A oportunidade da segunda chance

No estádio Rose Bowl, o mesmo onde o Brasil sagrou-se tetracampeão de futebol, o Tech Golden Tornado da Geórgia teve uma inusitada vitória de 8 X 7 sobre os Golden Bears da Califórnia, no futebol americano, nos idos de 1929. A margem de vitória veio de uma jogada no primeiro tempo, quando ainda nenhum dos dois tinha marcado. O Tech tinha a bola em seu próprio campo, mas errou o alvo. Roy Riegels, zagueiro central do Califórnia e capitão do time, apanhou a bola e partiu para a linha de gol do Geórgia. Mas depois de alguns passos, ficou desorientado, talvez por ter levado uma pancada, girou em volta e rumou para a sua própria trave.
 
Setenta mil torcedores aturdidos assistiam enquanto Roy corria contra o seu próprio gol. Um de seus colegas de equipe o perseguiu, e finalmente o alcançou, agarrando-o a uns 30 centímetros do gol. Desapontado demais, Roy caiu no chão, tirou seu capacete e mostrou seu desalento. O Califórnia tentou reverter a situação, mas o Geórgia interceptou o chute, marcando 2 pontos de diferença, assegurando-se da definitiva margem de vitória.
 
O intrigante no caso não é o longo caminho errado percorrido, mas sim o fato de o treinador Price ter escalado Roy Riegels para o segundo tempo, avisando ao time que a mesma equipe que tinha jogado no primeiro tempo jogaria no segundo.
 
No vestiário, sentado num canto, Roy estava com uma manta por sobre a cabeça e a face amparada nas próprias mãos, inconsolável, chorando como um bebê.
 
Porém, Roy pareceu não ter ouvido seu treinador, nem respondeu à situação. Então Price foi até ele, pôs as mãos sobre os seus ombros e disse: “Roy, levante-se e volte. Foi só o primeiro tempo da partida que acabou”.
 
Price deu a Roy uma segunda chance. E uma segunda chance é tudo o que muitos precisam para recomeçar a vida. Do mesmo modo, não raras vezes o Senhor Deus nos concede uma segunda chance. Eu diria até que o Senhor é o Deus da segunda chance.
 
Lembro-me de Pedro. Impulsivo, falante, parecia tudo poder, mostrava-se forte; mas por três vezes negou que conhecia Jesus. Aliás, o próprio Jesus havia predito que ele o trairia. Pedro, impulsivamente como sempre, jurou que isso jamais aconteceria. Mas aconteceu!
 
Pedro desabou, chorou amargamente, desistiu de lutar. Quando Jesus ressuscitou, ao encontrá-lo na beira do Mar da Galileia, não o censurou. Pedro negara a Jesus três vezes diante de uma fogueira. Jesus constrói uma fogueira para fazer frente às “chamas da negação” que ainda ardiam na alma de Pedro. Então, por três vezes Jesus lhe perguntou: “Pedro, tu me amas?”. Saindo daquele encontro, depois de reafirmar o seu amor pelo Senhor, Pedro teve a sua segunda chance e foi transformado num dos maiores líderes cristãos da história.
 
Maria Madalena fora uma prostituta. Ao encontrar-se com Jesus, teve a vida transformada. Apostara toda a nova vida na construção de um reino eterno, o do Messias. Mas Jesus morre. Parecia tudo acabado. Sem futuro, talvez temesse voltar à velha vida. Mas ela vai ao túmulo para levar unguentos, pois, assim como os outros discípulos, não acreditava que Jesus ressurgiria dos mortos.
 
Achou o túmulo aberto, sem o corpo. Então Jesus lhe apareceu. Pensando ser o jardineiro, ela pediu que lhe mostrasse onde colocaram o corpo do Senhor. Nessa hora, Jesus lhe chamou pelo nome: “Maria!” Que doce! Ela tinha um nome. Sabia que tinha agora uma segunda chance. Depois disso, ela se tornou a primeira mensageira da ressurreição do Senhor Jesus.
 
Davi era um simples pastor em Israel. Sensível de coração, era poeta, cantor e salmista; mas também tinha a fibra de um guerreiro. Numa batalha quase perdida, venceu o gigante Golias. Depois, tornou-se rei de Israel. Ele tinha tudo: fama, poder, riquezas... e mulheres. Mas um dia, falhou fragorosamente: seduziu e engravidou a mulher de um general do seu exército. Com medo de ser descoberto, urdiu uma trama para matá-lo. E conseguiu.
 
Ele pensou que tudo estava resolvido. Mas Deus o confrontou por intermédio de um profeta. Todo o povo ficou sabendo. Ele virou motivo de escárnio. Mas se arrependeu, pediu perdão a Deus, e teve a sua segunda chance. Depois disso, acertou o passo e compôs maravilhosos salmos sobre a misericórdia de Deus.
 
Há, porém, os que não buscam uma segunda chance. São como Judas. Depois de trair a Jesus, em vez de arrependimento, sentiu apenas remorso. Em vez de pedir perdão, saiu para enforcar-se.
 
Você pode reagir como Pedro, Madalena ou Davi. Ou pode sucumbir como Judas. Mas saiba que Deus está pronto a dar-lhe uma segunda oportunidade. Porque, independentemente de seu erro, ou da sua atitude pecaminosa, o Senhor é o Deus da segunda chance. Portanto, levante-se, busque a Deus, pois ainda há esperança! Deus ama você!

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