Agora
que estamos um pouco distantes do Dia dos Pais, no qual fomos paparicados e
inflados em nossos egos, é bom meditarmos sobre que modelo de pais temos sido,
uma vez que a figura do pai numa família é fundamental, pois dele deriva, de várias
formas, a formação psicológica e emocional dos filhos.
É natural que os filhos consigam ver
na figura paterna um papel quase cinematográfico, o de herói; e outros papéis
coadjuvantes, traduzidos em adjetivos como amigo, provedor, defensor,
consolador, protetor. Por isso, cada pai deve tomar tempo para refletir a
respeito do tipo de influência que tem sido principalmente aos filhos. A Bíblia
diz: “Os filhos são herança do Senhor”. Isto aponta para a responsabilidade de
prestar contas a Deus sobre que tipo de pais temos sido (Sl 127.3). Sendo
assim, é bom que cada pai se pergunte: Que modelo de pai sou eu?
Muitos pais têm a experiência de ouvir
do próprio filho pequeno a seguinte afirmação: “Papai,
quando eu crescer quero ser como o senhor”. E qual pai não se emociona ao ouvir
tão inocente desejo? Quem, no mínimo, não medita a respeito do
modelo de pai que tem sido e sobre o exemplo que está passando aos filhos? Os
pais sensatos, ao ouvirem esta expressão de desejo infantil, precisam ficar mais
atentos, não para apresentar exemplos aparentes, mas atitudes sinceras que
possam ser seguidas pelos seus pequeninos.
Uma boa referência para ajudar nessa
avaliação é lembrar de seu próprio pai, do exemplo que foi, da influência que
deixou. Bem ou mal, cada um de nós traz as marcas do pai e, muitas vezes, as
reflete na vida. A própria relação entre nós e Deus, o Pai, pode ser afetada,
positiva ou negativamente, a partir da realidade benéfica ou maléfica que recebemos
como legado de nossos pais.
A sociedade ocidental tem sido
marcada por profundas mudanças nas relações familiares. Certos ventos de uma
pretensa modernidade têm deixado um rastro de confusão no aspecto
comportamental dos filhos, pois não poucos pais deixaram de compreender os
limites de sua responsabilidade no lar. Em nome da liberdade, confundem
tolerância com frouxidão moral, permissão com permissividade, falta de
disciplina com moderna psicologia familiar. Como resultado, há uma geração de jovens
que desconhecem limites e se sentem emocionalmente inseguros por não terem uma
forte referência moral e ética nas fronteiras do próprio lar.
A resposta à indagação sobre que modelo
de pai somos vai determinar o legado que deixaremos aos nossos filhos e também
vai dizer que tipo de filhos teremos. O exemplo (fidelidade, integridade,
equilíbrio) é um dos maiores legados que um pai pode deixar aos filhos.
Os pais não devem transferir exclusivamente
a outros (estado, escola, igreja, por exemplo) a formação moral e ética dos
filhos. A Bíblia orienta: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e,
ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6). Não basta ensinar “o
caminho”, tem de dar exemplo, andar “no caminho” com o filho.
Aos filhos cumpre obedecer aos pais
e honrá-los, “pois isto é justo” diante de Deus. Os pais devem criar seus
filhos numa vida disciplinada, mas não devem abusar de sua autoridade e
suscitar ira nos filhos.
O General Douglas
MacArthur, Comandante-em-Chefe das Forças Aliadas no Pacífico na 2ª Guerra
Mundial, ao escrever a famosa “Oração de um pai”, revelou o modelo de pai que
queria ser ao mostrar como desejava que seu filho fosse:
“Senhor, dá-me um
filho que seja forte o bastante para saber quanto é fraco; e corajoso para se
enfrentar a si mesmo quando tiver medo; que seja orgulhoso e inflexível na
derrota inevitável, mas humilde e manso na vitória. Que ele te conheça e saiba
que se conhecer a si mesmo é a pedra angular do saber. Guia-o, eu te peço, não
pelo caminho fácil do conforto, mas sob a pressão e o aguilhão das dificuldades
e dos obstáculos. Que ele aprenda a manter-se firme na tempestade; e a ter
compaixão dos malogrados. Dá-me um filho de coração puro e ideais elevados; que
saiba dominar-se antes de procurar dominar os outros. Que aprenda a rir, mas
que não desaprenda a chorar; que tenha olhos para o futuro, mas nunca esqueça o
passado. E depois que lhe tiveres concedido todas estas coisas, dá-lhe
compreensão bastante para que seja sempre um homem sério, sem contudo se levar
demasiado a sério. Dá-lhe humildade, Senhor, para que possa ter sempre em mente
a simplicidade da verdadeira grandeza, a tolerância da verdadeira sabedoria, a
humildade da verdadeira força. Então, eu, seu pai, ousaria murmurar: não vivi
em vão.”
Então, se você,
pai, quer ser um modelo para seu filho, sua oração deveria ter este cerne: “Senhor,
ajude-me a ser aquele homem que eu oro para que meu filho se transforme”.
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