sexta-feira, 2 de maio de 2008

O time vencedor dos construtores

Neemias tinha diante de si uma grande tarefa: restaurar o muro ao redor da cidade de Jerusalém. Disso dependia a vida e a segurança do povo. Além disso, era preciso restaurar o símbolo de unidade nacional representado pela cidade eterna. Quando o povo de Israel voltasse do exílio, Jerusalém seria não somente um memorial de unidade, mas também o “espelho” para as outras cidades que precisariam igualmente ser reerguidas.
Era uma grande missão aquela e, a julgar por isso, merecia o apoio de todo o povo. Mas tal não aconteceu. Os críticos de plantão, com suas línguas afiadas, estavam lá endereçando impropérios de toda monta contra o servo de Deus. Eles achavam defeitos em tudo e tagarelavam insistentemente que até mesmo uma raposa derribaria o muro que Neemias estava construindo.
Parte do que os críticos haviam dito era verdade. O muro era todo entulho imprestável. O fogo havia queimado as pedras, fazendo-as racharem e virarem pó. (Ne 4.2-3). Mas uma coisa é certa: se Neemias tivesse dado ouvidos àqueles que o criticavam, o muro ao redor de Jerusalém nunca teria sido reconstruído.
Os críticos falaram muito e não fizeram absolutamente nada para ajudar. Esta é uma característica dos críticos de plantão. Embora tenham uma grande elocução, têm deficiência de ação, fazem poucas coisas construtivas. Estão mais interessados em tentar aparecer, depreciando as outras pessoas que tentam fazer alguma coisa de útil e proveitosa.
O que aconteceu com Neemias obviamente não é um fato isolado na história. Aconteceu antes e continua a acontecer depois dele. Ainda hoje, há milhares de pessoas que estão sofrendo críticas injustas, embora estejam empenhadas em realizar obras importantes que merecem, antes de tudo, apoio e respeito.
Depois de ser duramente criticado por causa de seu programa de governo, que acabou mostrando-se eficiente e proveitoso, Theodore Roosevelt declarou: “Não é o crítico que conta, nem a pessoa que aponta onde o outro tropeçou ou onde o executor de uma tarefa poderia ter feito melhor. O crédito pertence à pessoa que entrou de verdade na arena, cuja face foi marcada por suor, sangue e pó (...) e esta, se falhar, pelo menos terá falhado lutando bravamente, assim, seu lugar nunca será ocupado por aquelas almas frias e tímidas, que não conhecem a vitória nem a derrota”.
O problema com os críticos demolidores é que, para serem ouvidos, precisam criar um pedestal imaginário de importância que realmente não têm. É como a parábola da sementinha que, lançada ao solo, começou a germinar. Ela ficava se perguntar com qual das flores queria se assemelhar, e depois as depreciava. Depois de criticar todas as flores, a pequena sementinha despertou certa manhã e descobriu que era apenas uma erva daninha.
Sabemos que uma boa cura para o espírito crítico é um olhar honesto para si mesmo, não para os outros. Pois, ao julgarem os outros, a si mesmos se condenam (Rm 2.1).
Onde você se encaixa nesse quadro? Você tem sido “apedrejado” por críticos injustos, enquanto está empenhado numa grande causa? Se for assim, prossiga, e Deus recompensará os seus esforços.
Ou você é daqueles que tem tendência a criticar os outros? Então é hora de abandonar a equipe perdedora dos demolidores e juntar-se ao time vencedor dos construtores.

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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