Há muitos anos, certo pastor afirmou: "Se Jesus viesse buscar a Sua Igreja no domingo de Carnaval, o mundo só tomaria conhecimento na quarta-feira de cinzas". Ele criticava o fato de que, no Carnaval, quase todas as igrejas evangélicas faziam "retiros espirituais" e se isolavam do mundo. Quando chegasse a hora de voltar para casa, então o mundo daria conta de que foram arrebatados. Esse pastor achava que os servos de Deus deveriam "sair do tabernáculo e ir onde os pecadores estão" para ajudar aqueles que realmente precisam da mensagem do evangelho de Jesus Cristo. O Carnaval seria, portanto, uma boa oportunidade para isso.
Não tenho a intenção de criticar os retiros, pois os mesmo têm o seu valor e, pela freqüência e quantidade com que são utilizados, devem estar dando bons frutos. O que gostaria de destacar é que há uma mensagem subliminar naquela crítica: os cristãos, como sal da terra e luz do mundo, têm uma influência decisiva na sociedade.
Ao tratarmos sobre a influência que os cristãos exercem hoje, é bom que respondamos à seguinte pergunta: E se, de repente, todos os cristãos sumissem; se todos simplesmente desaparecessem?
Deixo claro que não estou falando de um desaparecimento resultante do evento profético do Arrebatamento, mas sim de um sumiço que pudéssemos controlar.
Ao tratarmos sobre a influência que os cristãos exercem hoje, é bom que respondamos à seguinte pergunta: E se, de repente, todos os cristãos sumissem; se todos simplesmente desaparecessem?
Deixo claro que não estou falando de um desaparecimento resultante do evento profético do Arrebatamento, mas sim de um sumiço que pudéssemos controlar.
Por exemplo: se todos os cristãos, de repente, desaparecessem dos lugares onde costumavam ir para se divertir e, aos quais, como filhos de Deus, já não pertencem mais?
O que ocorreria se todos os cristãos se recusassem a assistir aos programas de TV nos quais a imoralidade está inserida mascaradamente como divertimento?
E se todos os cristãos desaparecessem das estatísticas dos institutos de pesquisa?
E se não assistissem mais a novelas e filmes mundanos que trazem personagens que usam o nome de Deus em vão e ainda achincalham os elevados padrões éticos e morais cristãos?
As pessoas em Hollywood e no Jardim Botânico notariam a nossa falta?
E se os cristãos não comprassem mais produtos oriundos de pirataria, quer fosse um tênis, um CD de música ou um DVD de filme? Isso abalaria as finanças do crime organizado?
Será que a nossa deliberada ausência dessas coisas "mundanas" faria alguma diferença?
Sinceramente, acho que sim, embora tenha de admitir que esse não é o "x" da questão. Nosso dever nesta vida é vivermos cada momento em íntima comunhão com Deus. Isso significa que não devemos deixar nenhuma coisa desestabilizar ou interromper a nossa comunhão com Deus. O desaparecimento proposto acima seria apenas uma conseqüência disto, ou seja, deveria ser algo da normalidade da nossa vida. Infelizmente, se não poucos cristãos precisam tomar alguma atitude de "sumiço", então a nossa influência na sociedade está seriamente comprometida. Quem sabe se não é desta constatação que vem a necessidade de "sumiços dos retiros" para tentar salvar alguns e preservar outros?
Talvez um servo de Deus, isoladamente, tenha dificuldade de mensurar a sua influência pessoal. Talvez porque nunca tenha sido aplaudido publicamente por ser "diferente". Talvez porque seja reconhecido por apenas um grupinho de pessoas.
Talvez porque seja às vezes criticado e taxado de tolo. Mas a verdade é que este único ser, embora aparentemente anônimo, é um "herói desconhecido" que serve como sal que preserva a sociedade da corrupção e luz que ilumina os caminhos à sua volta. O desafio de desaparecer das hordas que estão sendo influenciadas por comportamentos pecaminosos exige que cada cristão faça a sua parte.
Talvez jamais escutemos os aplausos deste mundo, mas com certeza seremos recompensados no céu. E mesmo se ninguém, exceto Deus, notar, isso realmente faz uma grande diferença!
Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe
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